Morales emprendió retorno a La Paz cerca de las 22.30 desde
el aeropuerto de la población brasileña de Guajaramerin, cuya pista es asfaltada
y cuenta con iluminación para operaciones aéreas nocturnas. Fue trasladado desde Cachuela Esperanza a esa terminal aérea a bordo de un helicóptero. El Jefe de
Estado abordó la aeronave FAB 026 y utilizó esa pista por razones de seguridad,
ya que en la pista de Bella Vista, población cercana a Cachuela Esperanza, no
cuenta con iluminación ni es asfaltada.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Rumores de tentativa de golpe na Bolívia
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Itamaraty não confirma golpe na Bolívia, mas também não desmente
Um avião militar boliviano King Air chegou a pousar no aeroporto de Guajará-Mirim, em Rondônia, próxima a Riberalta, para resgatar Morales, mas ele preferiu passar a noite na cidade boliviana. Amanhã, o presidente deve voltar a La Paz.
Se fosse apenas um problema de vôo, a notícia já estaria na Agencia Boliviana de Informacion. Como não está e a oposição a cada dia radicaliza mais suas posições, o mais provável é que o golpe esteja em marcha na Bolívia. Conforme informação de fonte fidedigna, que chegou a este blog no início da noite.
domingo, 24 de agosto de 2008
Alienação e Trabalho
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página.
O vídeo é um trabalho universitário que descobri no yutube onde descreve, simplificadamente, através do filme de Chaplin e depoimento no final, a configuração da Alienação e o Trabalho nos tempos modernos em que vivemos.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Distribuição de renda
Existem várias interpretações a respeito de qual é a maneira ideal de se fazer a distribuição de renda.
No Brasil, vivemos, entre várias contradições, uma delas é a de sermos um país desigual. Tanta riqueza em meio a uma quantidade enorme de pobresa. Também de miseráveis, já que tem gente que colocam todos no mesmo balaio. O mais interessante desta discussão, e que muitas vezes nossa mídia corporativa tenta esconder, é que a pobreza tem diminuido no Brasil. É fato que um dos diversos programas do governo federal, o Bolsa Família, vem fazendo sua parte. Que é garantir o mínimo de dignidade a quem está numa situação de risco social, mas que em contrapartida, exige responsabilidade de quem se beneficia do programa, exigindo deles que mantenha seus filhos na escola.
O que vemos através das emissoras de tvs, jornais e revistas, é que as coisas não vão bem para os pobres. É fato que no sistema em que vivemos (capitalismo) jamais vai haver justiça social com o princípio da individualidade sendo venerada em detrimento do bem estar coletivo.
Observando melhor alguns sites, pude observar que, apesar do fato ser evidente para vários organismos internacionais em que se reconhece os avanços no combate a concentração de renda, com os programas sociais, o governo Lula continuará sendo constantemente combatido através de ilações de corrupção envolvendo quadros de seu governo ou por omissão de notícias, em matérias que o governo vai muito bem.
Acompanhem abaixo alguns links que podem dar um dimensionamento daquilo que estamos falando;
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PNUD: BOLSA FAMÍLIA NÃO É "BOLSA VAGABUNDO"
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Concentração de Renda Divide o Brasil em 5 Classes
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Concentração de renda no Brasil
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Programa Bolsa Família
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Bolsa Família cresce para combater evasão escolar
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Uma estratégia para o desenvolvimento social
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sábado, 16 de agosto de 2008
Marxismo Socialismo
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página.
O Vídeo mostra em síntese, a definição do que é o marxismo socialismo, com parte do texto retirado da Wikipédia.
Há outras contribuições também, mas de forma bem didática. Creio que se houvesse alguns "frames" em preto e os caracteres fossem brancos, o filminho seria visualmente melhor.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
O que é a Teologia da Libertação?
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página.
O vídeo assim talvez responda uma questão simples, que para muitos, é tão difícil entender.
VII Congresso Estadual dos Radialistas do Estado de São Paulo
Dias 12, 13 e 14 de setembro serão os dias em que acontecerá o Congresso dos Radialistas do Estado de SP. A participação no evento só é destinada aos sócios da entidade que realializa o evento para que a categoria dê rumo as suas lutas políticas através da entidade. Um fator condicionante de poder participar é estar presente em Assembléia de tirada de delegados, que deve ser realizada no próximo dia 23 de agosto, sábado.
Não deixe para última hora, veja se sua condição como associado está normal e esteja presente na assembléia. Se quiser contribuir com teses, faça a sua para que seja distribuída em tempo aos congressistas.O evento será realizado na cidade de Itanhaém, aproiveitando a estrutura da própria entidade que tem uma colônia de férias na cidade.
Importante repetir; os interessados, em condições de participar, devem estar presente na assembléia do dia 23 de agosto na própria entidade que está localizada na cidade de São Paulo, na Rua Conselheiro Ramalho n. 992, bairro Bela Vista.
Links interessantes;
Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo
Federação dos Radialistas do Brasil (Fitert)
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
As feridas abertas da ditadura
da Redação da Agência Brasil de Fato
O Brasil é o mais atrasado dos países do Cone Sul no que se refere à responsabilização penal de torturadores. A discussão sobre a interpretação da Lei de Anistia, recentemente levantada pelos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vanucchi, gerou uma reação virulenta dos militares.
No dia 7, os oficiais da reserva organizaram uma reunião no Clube Militar do Rio de Janeiro, onde compareceram, entre eles, Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército, que comandou no início dos anos 70, o DOI-Codi de São Paulo, órgão de repressão do regime. O oficial está sendo acusado pelo Ministério Público Federal pela prática de tortura, seqüestro e assassinatos na época da ditadura e também é réu em duas ações movidas pelas famílias Teles e do jornalista Luiz Eduardo Merlino.
O tom do encontro foi de defesa do regime militar. “Há nomes de terroristas que ensangüentaram nosso país, matando mais de cem pessoas. Em respeito à Lei da Anistia não vou citá-los. Muitos deles estão ocupando hoje cargos públicos”, disse o general da reserva Sérgio de Avellar Coutinho. Realizado para discutir a Lei de Anistia, as falas dos oficiais da reserva foram marcadas por ataques: “Isso faz parte de um revanchismo organizado que começa depois de 1979 no nosso país", disse Coutinho, referindo-se ao ano de promulgação da lei.(Veja a íntegra dos discursos proferidos no Clube Militar).
Em bate-boca com os manifestantes do Grupo Tortura Nunca Mais e da União Nacional dos Estudantes (UNE) que protestavam em frente ao Clube Militar, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), presente ao evento, afirmou: “o grande erro foi ter torturado e não matado".
Em entrevista, Marcelo Badaró rebate a tese de revanchismo, sustentada pelos militares: “A punição dos crimes dos agentes da ditadura não é uma reivindicação apenas dos que lutaram contra a ditadura. Ela é uma necessidade sentida por todos aqueles que querem realmente acertar o compasso da história em nosso país”.
Brasil de Fato – Como o senhor avalia a iniciativa do Ministério da Justiça de promover uma audiência para discutir a punição dos agentes do Estado que cometeram crimes durante a ditadura militar?
Marcelo Badaró – É muito importante que essa discussão aconteça, particularmente por iniciativa de uma instância de primeiro escalão do governo federal. Sabemos, no entanto, que, nos últimos anos, todas as discussões levantadas – mesmo de dentro do governo –sobre os crimes cometidos pelos agentes da ditadura foram logo em seguida esquecidas pela pressão dos militares e dos setores da classe dominante que sustentaram aqueles governos.
Logo após a realização da audiência, os militares e os jornais da imprensa corporativa criticaram o fato de na ocasião não ter se discutido os crimes da resistência armada à ditadura. Qual a sua opinião sobre esse debate que surgiu de, "se vamos responsabilizar os militares, também temos que fazer o mesmo com a esquerda armada"?
É possível dizer que é revanchismo tentar punir crimes de agentes que praticavam tortura durante o regime militar?
A punição dos crimes dos agentes da ditadura não é uma reivindicação apenas dos que lutaram contra a ditadura. Ela é uma necessidade sentida por todos aqueles que querem realmente acertar o compasso da história em nosso país. A impunidade dos que torturaram e assassinaram em nome do Estado na ditadura civil-militar instalada em 1964 (como antes a dos que torturaram e assassinaram no primeiro governo Vargas) criou uma cultura político-policial que legitima na prática a ilegalidade constantemente exercitada ainda hoje pelos agentes do Estado (polícias, forças armadas, órgãos de informação), quando torturam e executam cidadãos (criminosos ou não), sob o argumento de que estão combatendo o crime. Essa é uma exigência que faço eu, que não tinha idade para lutar contra a ditadura, e faz meu filho, que nasceu depois do fim do regime, porque deve ser assumida como base mínima para a qualificação da democracia no Brasil, longe estando de ser “revanchismo” dos ex-militantes. Até porque basta olhar para constatar que muitos dos que lutaram contra a ditadura agora compactuam com a impunidade dos criminosos.
Um dos argumentos utilizados pelos que defendem os militares é de que eles são protegidos pela Lei de Anistia (essa é a linha de defesa do advogado do coronel Ustra nas ações movidas tanto pelo Ministério Público Federal, quanto pelas famílias Teles e Merlino). No entanto, de acordo com juristas, como Hélio Bicudo e Fábio Comparato, essa lei foi mal interpretada e não protege os agentes do Estado que cometeram crimes. Qual sua opinião sobre o assunto?
A Lei da Anistia define anistia para crimes políticos. Tortura e assassinato são crimes comuns. Além disso, a legislação internacional classifica a tortura como crime contra a humanidade, não sendo possível que a legislação do Brasil, que é signatário dos tratados internacionais de direitos humanos, proteja esse tipo de criminoso.
Enquanto na Argentina e Chile, por exemplo, os responsáveis por torturas, seqüestros e assassinatos durante os regimes militares estão sendo presos, no Brasil existe uma dificuldade até mesmo para processá-los em ações na área cível. Por que o páis é o mais atrasado do Cone Sul em relação a isso?
Podemos explicar esse atraso por diversos fatores. Três deles me parecem mais relevantes. O primeiro é o fato de que os militares brasileiros foram bem sucedidos em deixar o poder mantendo durante um bom tempo a tutela sobre a redemocratização, além de preservarem na Constituição de 1988 a prerrogativa de “defesa da lei e da ordem”, que já havia servido de pretexto para o golpe de 1964.
Um segundo fator decorre do fato de que, no Brasil, o conjunto dos políticos e tecno-empresários que atuaram desde 1964 no interior dos governos ditatoriais também mantiveram seus espaços de poder intocados. Não é pouco perceber que, por exemplo, Reinold Stephanes [ministro da Agricultura] tenha sido diretor do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] no governo Médici [1969-1974], presidente do INPS [Instituto Nacional de Previdência Social] (cargo que tinha status de Ministério) no governo Geisel [1974-1979] e depois do fim da ditadura foi ministro simplesmente de todos os presidentes eleitos – Collor [1990-1992], FHC [1995-2002] e Lula.
Por fim, a ditadura no Brasil foi a primeira a se instalar, a mais longa e a que primeiro aplicou os métodos de “combate ao inimigo interno” aprendidos com os militares americanos (também com franceses), mas, até por isso, foi a que proporcionalmente menos matou entre as ditaduras do Cone Sul. No Chile e na Argentina, o número de mortos, desaparecidos, crianças seqüestradas – e, portanto, de familiares atingidos – foi bem maior e talvez por isso, desde os anos finais das ditaduras, a luta pela punição dos seus agentes criminosos mobilizou significativos setores sociais. Mas, como eu disse, aqui como lá, essa não é uma luta apenas das vítimas dos crimes daquela época, mas de todos nós.
Dias após as declarações de Tarso Genro e Paulo Vanucchi, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a posição de ambos era "isolada" e que não era consenso no governo. Como avalia o comportamento do governo federal em relação ao tema?
Como eu disse na primeira resposta, o governo Lula concretamente fez muito pouco nessa área. Basta lembrar o debate sobre a abertura dos arquivos da ditadura, até hoje incompleta.
Após as denúncias do presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos em 2004 – João Luiz Duboc Pinaud – que se demitiu denunciando o descompromisso do governo com o resgate da história do período, houve certo debate público sobre o decreto do fim do mandato de FHC que praticamente blindou a documentação da época. O resultado foi uma medida provisória de Lula, em 2005, criando procedimentos para abrir a documentação que resultou em quase nada, pois pouquíssimos documentos foram abertos para consulta desde então e manteve-se a prerrogativa de fechar o acesso a documentos por 30 anos (renováveis por mais 30), a partir de avaliação de uma comissão toda ela composta por ocupantes de cargos do governo.
Então, não é de estranhar que agora a declaração de Tarso Genro seja logo rebatida – e a tendência, a não ser que produzamos uma mobilização contundente, é de que seja esquecida – pelo ministro da Defesa que, sabemos muito bem, serve na maior parte das vezes como simples porta-voz dos comandantes militares (ou se não servir assim, perde o cargo).
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Os metralhas e suas reputações
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Evo Morales referendado
Referendo confirma Evo Morales no cargo de presidente
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008
O HOMEM QUE TIROU O BRASIL DAS TREVAS
O texto abaixo é do Azenha, jornalista consagrado que mantém um site na internet (Vi o Mundo) com um conteúdo bem interessante. Seus textos nos leva a refletir e as vezes denunciam o quanto somos vítimas de uma mídia comprometida com outros interesses que não seja a do povo brasileiro.
Foram curiosos os últimos dias. A internet esteve movimentadíssima.
Vimos uma estratégia de defesa se converter, de repente, na defesa de uma causa: a causa da democracia.
Falo das repercussões da Operação Satiagraha.
Os advogados que servem ao banqueiro Daniel Dantas são sofisticados. O próprio já deu muitas demonstrações de sagacidade intelectual. Quando não fez isso diretamente "terceirizou" o discurso para gente bem preparada.
A história é mais ou menos a seguinte: era uma vez um banqueiro cujos únicos defeitos eram a ambição e a fortuna. E ele passou a ser perseguido por um governo. E o governo usou instrumentos de Estado para violar os direitos do banqueiro e, portanto, a própria democracia.
Esse governo, estatista e bisbilhoteiro, usou seus instrumentos de coerção para algemar e prender o banqueiro. Usou de artimanhas para preparar uma armadilha contra o empresário. Enfrentar esse governo, portanto, deixa de ser a tarefa de advogados criminalistas que defendem um acusado de bisbilhotar a vida alheia, de plantar informações e dossiês na mídia, de promover a corrupção política ou de facilitar a sonegação de impostos através de depósitos bancários no Exterior. Defender o banqueiro ganha ares de defesa da causa democrática.
Para que essa "tese" ganhe tração na sociedade é preciso contar com o apoio da mídia. Que não tem faltado. Os advogados do banqueiro - e de todos aqueles que foram acusados com ele - passaram a ser as principais fontes da verdade.
Aliás, notem no discurso televisivo: acusados pobres, sem condenação definitiva, são chamados de "bandidos".
Hugo Chicaroni, acusado de subornar um delegado da PF, é "professor universitário".
E há muitos exemplos dessa tática.
Notem a declaração do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, Waldemar Zveiter, reproduzida em "O Globo" e feita durante evento de militares da reserva, no Rio de Janeiro, a propósito da polêmica em torno da anistia para torturadores:
"- Vejam os senhores com que responsabilidade está atuando o governo ao tentar reabrir discussões e feridas absolutamente sem qualquer fundamentação jurídica, ética e muito menos moral. O que se pretende é uma imoralidade. Nós estamos num ano eleitoral, eles estão jogando para a platéia. Nós vamos tirar o senhor ministro da Justiça de lá. Ou ele sai pelo voto ou porque nós vamos para a praça pública e para a frente do Palácio do Planalto. Fora com os golpistas. Já tiveram um segundo mandato. Querem um terceiro e não vão levar."
Notem que ele fala em um "segundo mandato" como se tivesse sido uma concessão, não resultado de uma decisão limpa, da maioria, dentro de todas as normas vigentes.
O evento reuniu apoiadores de um regime que cassou, fechou o Congresso, prendeu, censurou a imprensa e governou por atos institucionais. No entanto, um apoiador desse regime de força não se identifica como golpista. "Golpistas" são os outros. Ele é "defensor da democracia".
É disso que estamos tratando aqui.
De doublespeak.
De gente que defende uma "certa democracia" como se fosse a democracia certa.
Por isso, ainda que o frenético ativismo recente do presidente do STF, Gilmar Mendes, tenha sido causado pela prisão do banqueiro, é preciso dar as boas vindas a todas as mudanças que aperfeiçoem a legislação.
Cobremos que os "bandidos" do Jornal Nacional só sejam chamados de bandidos quando tiverem a sentença definitiva. Antes disso são suspeitos, com direito a indenização se forem caluniados.
Cobremos que a polícia não algeme pobres desnecessariamente, que não torture para arrancar confissões, que as cadeias brasileiras não sejam depósitos de presos e que presos que já tenham cumprido pena não sejam mantidos apodrecendo nas prisões.
Cobremos uma apuração transparente e idônea dos crimes atribuídos ao banqueiro.
Coerção física é coisa do século 20.
Estamos na era da coerção intelectual.
Fiquem espertos, que com a ajuda da mídia o banqueiro acusado de formação de quadrilha vai reescrever a História contemporânea, se consagrando como o homem que tirou o Brasil das trevas.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Calando a boca
Obs; o título do post se refere ao processo judicial que o jornalista Paulo Henrique move contra o mesmo. Mais detalhes nos links abaixo deste texto ou clicando no título do post.
O presidente interino do PT e ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, deu a resposta que estava entalada na garganta de muitos brasileiros. Na semana passada, o "colunista" Diogo Mainardi, o pitbull da revista Veja, solicitou por e-mail uma entrevista exclusiva com o dirigente petista. "Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente", apelou.A resposta de Marco Aurélio foi direta: "Sr. Diogo Mainardi, há alguns anos - da data não me lembro - o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista".
Há tempos que as estripulias deste badalado jornalista da mídia hegemônica mereciam este tipo de reação. Expressão do que há de mais reacionário e preconceituoso na imprensa brasileira, este direitista convicto colecionou inúmeros adversários desde que deixou de escrever banalidades sobre cultura e passou a tratar de temas políticos na sua coluna semanal da revista Veja, na qual escreve desde 1999. Seus cinco livros - um deles sugestivamente batizado de "Contra o Brasil" - e dois filmes nunca tiveram maior repercussão, mas os seus comentários rancorosos na mídia excitaram a direita nativa. Mais recentemente, ele também substituiu outro renomado elitista, Arnaldo Jabor, no programa Manhattan Connection, da Rede Globo.
No meio jornalístico, Mainardi é visto como um aventureiro, um troglodita, em busca de fama e dinheiro. Também é chamado de fascista por ter criado o seu "tribunal macartista mainardiano", no qual promove uma cruzada leviana contra vários profissionais da imprensa. "Minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista", explicou ao anunciar a estréia do seu "tribunal" na Veja em dezembro de 2005. "Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha na rua. Outro dia mesmo ela foi vista em Brasília distribuindo santinhos do PT. Paulo Henrique Amorim pertence a uma outra raça de lulistas. Ele é da raça dos lulistas aloprados, dos lulistas bolivarianos. Ele acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja", afirmou recentemente em sua coluna.
"Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do Sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da Veja da coluna que assina na revista. O Sr. Mainardi topa o desafio? Se não topar, o Sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador".
"Mais ainda: o Sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada. No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias".
O "macartismo mainardiano" já causou certa revolta no meio jornalístico - infelizmente, muito aquém do necessário. Um abaixo-assinado foi encaminhado à Central Globo de Jornalismo manifestando "o nosso protesto e preocupação com a demissão do jornalista e comentarista político Franklin Martins, um dos mais qualificados e respeitados profissionais do país. Acusado levianamente por um articulista, cuja missão ‘do momento’ parece ser unicamente agredir profissionais e intelectuais com relevantes serviços prestados ao aperfeiçoamento democrático do país, Martins não teve direito de resposta. Esperamos que a Justiça obrigue esse veículo a atender este preceito básico do jornalismo: ouvir o contraditório".
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A nacionalização do Banco de Venezuela
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Financiamento público eleitoral, adote esta idéia
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Sinal de alerta nas contas externas, por Altamiro Borges
Segue abaixo o artigo de Altamiro Borges, que aborda um assunto preocupante a respeito do aumento de nossa vulnerabilidade econômica. Segundo ele, isso decorre devido a ação das empresas multinacionais que fazem o envio de recursos obtidos aqui.
Sem um controle eficaz, dos recursos obtidos aqui, o país seguirá enfrentando este dilema capitalista; proteger sua economia ou destruí-la, se adequando ao liberalismo econômico.
Sinal de alerta nas contas externas
Principal responsável pela péssima notícia, o Banco Central anunciou nesta semana que as contas externas do Brasil tiveram um déficit de US$ 17,402 bilhões no primeiro semestre do ano, o pior desempenho já registrado no período. O resultado negativo se refere às transações correntes, que incluem todas as negociações de bens e serviços com outros países. A acelerada deterioração das contas externas decorreu, principalmente, da remessa de lucros e dividendos ao exterior, o que evidencia o aumento da vulnerabilidade do país e o risco de novas freadas na economia nacional.
Sugando as nossas riquezas, as multinacionais enviaram às suas matrizes US$ 18,99 bilhões em lucros, um crescimento de 94% em relação ao mesmo período do ano passado. Montadoras de veículos e bancos responderam por quase 52% do total das remessas. Até os economistas mais ortodoxos, adoradores do deus-mercado, ficaram surpresos com a velocidade do crescimento do déficit. Afinal, no primeiro semestre de 2007, o saldo das contas externas foi positivo em US$ 2,4 bilhões. Num curto espaço de tempo, o festejado superávit derreteu. Para piorar ainda mais este quadro, todos os indicadores apontam que esta sangria vai crescer nos próximos meses.
Multinacionais sangram o país
Segundo pesquisa de Valdo Albuquerque, do jornal Hora do Povo, a ausência de controle sobre a remessa de lucros das multinacionais tem penalizado duramente o país, sendo o principal fator de aumento do déficit. Nos últimos cinco anos, em pleno governo Lula, os dólares enviados ao exterior quintuplicaram: US$ 5,7 bilhões em 2003; US$ 7,3 bilhões em 2004; US$ 12,7 bilhões em 2005; US$ 16,4 bilhões em 2006; US$ 22,4 bilhões em 2007. “Agora, em apenas seis meses, as remessas de lucro se aproximam do que foi enviado durante todo o ano passado. O BC estima, conservadoramente, como sempre, que até o final do ano elas atinjam US$ 29 bilhões”.
Enquanto as remessas de lucros quintuplicaram, os badalados investimentos estrangeiros diretos (IED) – via privatização das estatais, desnacionalização das empresas nacionais e instalação das multinacionais –, apenas triplicaram e estão se retraindo no último período. Em 2003, entraram US$ 10,1 bilhões; no ano passado, foram US$ 34,6 bilhões. “Somente para frisar: enquanto as remessas de lucro quintuplicaram, as entradas de investimento direito estrangeiro foram apenas pouco mais do que o triplo”, aponta o atento jornalista. Para ele, isto somente comprova que está em curso uma criminosa sangria das riquezas nacionais e do esforço produtivo dos trabalhadores.
“Nunca houve nação alguma do mundo em que o desenvolvimento nacional se fizesse com base no capital estrangeiro. Ele pode dar alguma contribuição – desde que esteja submetido a limites que, inclusive, disciplinem a remessa de lucros ao exterior, ou seja, desde que esteja legalmente subordinado ao interesse nacional do desenvolvimento. Mas jamais ele pode ser a base desse desenvolvimento. Até porque, se fosse a base da economia, acabaria fazendo as leis, dominando o parlamento e o governo – para não falar da mídia – em interesse próprio, que não é o de desenvolver o país no qual se instala, mas enviar lucros para a sede. Em suma, remeter recursos da filial para a matriz. Para isso servem as filiais – e por isso têm esse nome”, conclui o autor.
Aumento da espoliação imperialista
No mesmo diapasão, Umberto Martins, assessor da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), alerta que esta sangria tem efeitos altamente destrutivos. “A riqueza enviada pelas multinacionais ao exterior é extraída do trabalho excedente (que Marx chamava de mais-valia) produzido pelos trabalhadores. É uma parte expressiva da poupança nacional que deixa de ser canalizada para os investimentos internos ao ser transferida para outras plagas. As remessas do capital estrangeiro constituem, por isto, sério obstáculo ao crescimento da economia. A análise crítica do balanço de pagamentos revela uma espoliação silenciosa e invisível da poupança ou do excedente do trabalho. Transparece nas estatísticas do BC o aumento da espoliação imperialista”.
Apesar da gravidade do problema, o BC insiste em manter o tripé neoliberal que ameaça o frágil crescimento da economia nativa – política monetária recessiva dos juros recordes; política fiscal contracionista do superávit primário; e libertinagem financeira e cambial. Além disso, o governo mantém a atitude complacente diante da gula das multinacionais. Caso não encare com coragem tais gargalos, o governo Lula poderá ser responsável por um novo “vôo de galinha” da economia, com a retração do crescimento e duros apertos aos trabalhadores. E isto às vésperas da sucessão presidencial, o que deverá ser motivo de alegria para tucanos, demos e seus patrões no exterior.
Altamiro Borges
São Paulo, São Paulo, Brazil
Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB - Partido Comunista do Brasil, autor do livro “Sindicalismo, resistência e alternativas” (Editora Anita Garibaldi)