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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Estupendo




Eduardo Guimarães do MSM (Movimento dos Sem Mídia), novamente, foi estupendo. Tem criatividade para descrever, em detalhes as incoerências de alguns formadores de opinião que tem espaço em alguns veículos de comunicação. Essa história do referendo na Venezuela ainda continua, mais por força de quem era contra do que daqueles que eram a favor. A grande diferença está na serenidade na aceitação da derrota.

E a histeria prossegue

Noto que os colunistas da Folha de São Paulo Clóvis Rossi e Janio de Freitas divergem seriamente em suas opiniões sobre a mídia. E explico: Rossi costuma xingar quem diz que a mídia se partidarizou, mas Janio disse hoje, em sua coluna ("A 'ameaça Chávez' "), que "a mídia brasileira tornou-se participante do confronto venezuelano, relembrando os seus tempos de pouco jornalismo e muita política na Guerra Fria", e que houve "campanha na mídia brasileira contra 'a ditadura de Chávez' ". Logo, Janio se enquadra nos xingamentos de Rossi.

Para mim, se Janio diz que "a mídia brasileira faz muita política e pouco jornalismo", diz exatamente aquilo de que Rossi discorda de forma tão visceral a ponto de insultar colegas de profissão, intelectuais, um expressivo contingente de leitores da Folha, um amplo setor da sociedade que votou em Lula, apesar da pregação rossiano-midiática, e até a alguém que, além de colega de profissão, trabalha na mesma empresa que o colunista-xingador.

Alguns veículos chegam ao ridículo de anunciar que Chávez quase conseguiu aprovar uma ditadura pelo voto popular (?!). Hilariante. Sobretudo sendo dito exatamente no momento em que o venezuelano, democraticamente, acata um resultado eleitoral que seus adversários jamais aceitariam, pois em nenhuma das eleições anteriores aceitaram nem as derrotas que sofreram por margem esmagadora. Que dizer, então, se sofressem uma derrota apertada de 4.564.521 votos contra 4.437.579, por uma diferença de míseros 126.942 votos? Aliás, dificilmente, em qualquer eleição tão apertada, o lado perdedor deixa de pedir, ao menos, uma recontagem dos votos.
A mídia xiita, apesar das defecções aqui e ali, está cantando vitória e tentando tripudiar sobre os derrotados na recente eleição venezuelana. Oficialmente, não se desviou um só milímetro do discurso histérico de que a Venezuela é uma ditadura. Nem quando o sistema político venezuelano mostra que o "ditador" que o engendrou o fez estabelecendo meios de ser derrotado e quando tal "ditador" acata a vontade popular. Então, Janio está certíssimo, vocês não acham?
*
Para pessoas sem consciência e bom senso, não importa quão bom ou ruim seja um argumento. O que pesa, para esse tipo de pessoa, é se o argumento lhe favorece as idiossincrasias ou não. Contudo, sempre preferi acreditar que esse é um comportamento minoritário, mas que freqüentemente se torna majoritário por ação do poder imbecilizante da mídia.
De uma forma ou de outra, sempre existirão os mais atentos e dotados de memória. Se formos analisar a história da humanidade, veremos que não foram poucas as vezes em que o direito e a verdade venceram, mesmo que depois de muito tempo. Aliás, acho que, na maioria das vezes, a verdade sempre acaba vencendo, mesmo sendo depois de séculos.
Nesse contexto, o que alenta é que, se mais adiante Chávez vencer uma outra consulta ao povo venezuelano e seus opositores não quiserem aceitar o resultado, os argumentos chavistas para denunciar falta de espírito democrático deles, serão fortíssimos. A mídia, como sempre, tentará embaçar a memória social, mas os lúcidos e dotados de memória, não deixarão.
A mídia sempre tentará esconder os que vierem a público dizer as verdades que a contradizem. Mas, como eu disse, cedo ou tarde essas verdades sempre acabam expostas. Essa é a vantagem de se ficar do lado delas. No fim, você sempre ganha - mesmo que não viva para ver sua vitória.

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

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