
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Crise econômica atinge finanças e credibilidade da grande mídia

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
25 Anos do MST - 25 Years of the MST (João Pedro Stédile) PART 1
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página, logo abaixo.
Para seguir a seqüência do vídeo, basta clicar no vídeo, quando este terminar aqui. Assim você será direcionado à página do Youtube. Lá, iniciará o mesmo vídeo. Basta pará-lo e selecionar a sequência da entrevista no "box", à direita da página do Youtube. Assim sucessivamente até a última parte.
Marcha pela Paz abre Fórum Social Mundial 2009

Links Relcacionados ao texto;
Site Oficial do Fórum Social Mundial de Belém
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Cobertura Jornalística do FSM por Carta Maior
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Sob a chuva da Amazônia, todos os povos reunidos
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Cem mil marcham para abrir o FSM 2009 em Belém
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Evo Morales vence referendo constitucional na Bolívia

sábado, 24 de janeiro de 2009
Os donos da democracia, PARTE 1
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página, logo abaixo.
Dizem que nossos hermanos tem dificuldade em entender nosso português, mas por incrível que pareça, conseguimos entender grande parte do que nos dizem. O documentário acima retrata um pouco, pra não dizer muito, as diversas formas que algumas pessoas enxergam uma democracia ou o q ue fazer com ela, quando seus interesses estão acima do povo.
Para seguir a seqüência do vídeo, basta clicar no vídeo, quando este terminar aqui. Assim voce será direcionado à página do Youtube. Lá, iniciará o mesmo vídeo, basta pará-lo e selecionar a sequência da entrevista no "box", à direita da página do Youtube. Assim sucessivamente até a última parte.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Operação Serra 2010 em curso.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Keynes e Roosevelt: algumas lições para o presidente Obama

(*) Fernando Cardim é economista, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Um histórico do MST

O vídeo também, logo abaixo do texto, com João Pedro Stédile, talvez um de seus quadros mais expoente, finaliza o post com respostas, questionadas por jornalistas que, por muitas vezes, com o único intúito de tentar empurrá-lo para alguma incoerência, fragorosamente não conseguem atingir seus objetivos. Stédile é claro, direto e não falta com a verdade.
O vídeo tem apenas uma parte, a sequência pode ser continuada clicando no próprio vídeo após assisti-lo. Em seguida, procure na página do youtube a segunda parte, no box ao lado direito do vídeo e assim, sucessivamente.
Para assistir melhor o vídeo, desligue a estação musical do lado esquerda desta página.
Depois de 500 anos de lutas do povo brasileiro e 25 anos de existência do MST, a Reforma Agrária não foi realizada no Brasil. Os latifundiários, agora em parceria com as empresas transnacionais e com o mercado financeiro – formando a classe dominante no campo - usam o controle do Estado para impedir o cumprimento da lei e manter a concentração da terra. O MST defende um programa de desenvolvimento para o Brasil, que priorize a solução dos problemas do povo, por meio da distribuição da terra, criação de empregos, geração de renda, acesso a educação e saúde e produção e fornecimento de alimentos.
25 anos de luta no campo e na cidade
O Brasil vivia uma conjuntura de duras lutas pela abertura política, pelo fim da ditadura e de mobilizações operárias nas cidades. Como parte desse contexto, entre 20 e 22 de janeiro de 1984, foi realizado o 1º Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Ou seja, o Movimento não tem um dia de fundação, mas essa reunião marca o ponto de partida da sua construção.
A atividade reuniu 80 trabalhadores rurais que ajudavam a organizar ocupações de terra em 12 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pará, Goiás, Rondônia, Acre e Roraima, além de representantes da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e da Pastoral Operária de São Paulo.Os participantes concluíram que a ocupação de terra era uma ferramenta fundamental e legítima das trabalhadoras e trabalhadores rurais em luta pela democratização da terra. A partir desse encontro, os trabalhadores rurais saíram com a tarefa de construir um movimento orgânico, a nível nacional. Os objetivos foram definidos: a luta pela terra, a luta pela Reforma Agrária e um novo modelo agrícola, e a luta por transformações na estrutura da sociedade brasileira e um projeto de desenvolvimento nacional com justiça social.
Em 1985, em meio ao clima da campanha "Diretas Já", o MST realizou seu 1º Congresso Nacional, em Curitiba, no Paraná, cuja palavra de ordem era: "Ocupação é a única solução". Neste mesmo ano, o governo de José Sarney aprovou o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que tinha por objetivo dar aplicação rápida ao Estatuto da Terra e viabilizar a Reforma Agrária até o fim do mandato do presidente, assentando 1,4 milhão de famílias.
A proposta de Reforma Agrária ficou apenas no papel. O governo Sarney, pressionado pelos interesses do latifúndio, ao final de um mandato de cinco anos, assentou menos de 90 mil famílias sem-terra. Ou seja, apenas 6% das metas estabelecidas no PNRA foi cumprida por aquele governo. Com a articulação para a Assembléia Constituinte, os ruralistas se organizam na criação da União Democrática Ruralista (UDR) e atuam em três frentes: o braço armado - incentivando a violência no campo -, a bancada ruralista no parlamento e a mídia como aliada.
Embora os ruralistas tenham imposto emendas na Constituição de 1988, que significaram um retrocesso em relação ao Estatuto da Terra, os movimentos sociais tiveram uma importante conquista. Os artigos 184 e 186 fazem referência à função social da terra e determinam que, quando ela for violada, a terra seja desapropriada para fins de Reforma Agrária. Esse foi também um período em que o MST reafirmou sua autonomia, definiu seus símbolos, bandeira e hino. Assim, foram se estruturando os diversos setores dentro do Movimento.
Anos 90
A eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência da República, em 1989, representou um retrocesso na luta pela terra. Ele era declaradamente contra a Reforma Agrária e tinha ruralistas como seus aliados de governo. Foram tempos de repressão contra os Sem Terra, despejos violentos, assassinatos e prisões arbitrárias. Em 1990, ocorreu o II Congresso do MST, em Brasília, que continuou debatendo a organização interna, as ocupações e, principalmente, a expansão do Movimento em nível nacional. A palavra de ordem era: "Ocupar, resistir, produzir".
Em 1994, Fernando Henrique Cardoso vence as eleições com um projeto de governo neoliberal, principalmente para o campo. É o momento em que se prioriza novamente a agroexportação. Ou seja, em vez de incentivar a produção de alimentos, a política agrícola está voltada para atender aos interesses do mercado internacional e gerar os dólares necessários para pagar os juros da dívida pública.
O MST realizou seu 3º Congresso Nacional, em Brasília, em 1995, quando reafirmou que a luta no campo pela Reforma Agrária é fundamental, mas nunca terá uma vitória efetiva se não for disputada na cidade. Por isso, a palavra de ordem foi "Reforma Agrária, uma luta de todos".
Já em 1997, o Movimento organizou a histórica "Marcha Nacional Por Emprego, Justiça e Reforma Agrária" com destino a Brasília, com data de chegada em 17 abril, um ano após o massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 Sem Terra foram brutamente assassinados pela polícia no Pará. Em agosto de 2000, o MST realiza seu 4º Congresso Nacional, em Brasília, cuja palavra de ordem foi "Por um Brasil sem latifúndio".
Durante os oito anos de governo FHC, o Brasil sofreu com o aprofundamento do modelo econômico neoliberal, que provocou graves danos para quem vive no meio rural, fazendo crescer a pobreza, a desigualdade, o êxodo, a falta de trabalho e de terra.
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, representou um momento de expectativa, com o avanço do povo brasileiro e uma derrota da classe dominante. No entanto, essa vitória eleitoral não foi suficiente para gerar mudanças significativas na estrutura fundiária, no modelo agrícola e no modelo econômico.
Os integrantes do MST acreditam que as mudanças sociais e econômicas dependem, antes de qualquer coisa, das lutas sociais e da organização dos trabalhadores. Com isso, será possível a construção de um modelo de agricultura que priorize a produção de alimentos, a distribuição de renda e a construção de um projeto popular de desenvolvimento nacional.
Atualmente, o MST está organizado em 24 estados, onde há 130 mil famílias acampadas e 370 mil famílias assentadas. Hoje, completando 25 anos de existência, o Movimento continua a luta pela Reforma Agrária, organizando os pobres do campo. Também segue a luta pela construção de um projeto popular para o Brasil, baseado na justiça social e na dignidade humana, princípios definidos lá em 1984.
Antecedentes
O MST é fruto da história da concentração fundiária que marca o Brasil desde 1500. Por conta disso, aconteceram diversas formas de resistência como os Quilombos, Canudos, as Ligas Camponesas, as lutas de Trombas e Formoso, entre muitas outras. Em 1961, com a renúncia do então presidente Jânio Quadros, João Goulart - o Jango - assumiu o cargo com a proposta de mobilizar as massas trabalhadoras em torno das reformas de base, que alterariam as relações econômicas e sociais no país. Vivia-se um clima de efervescência, principalmente sobre a Reforma Agrária.
Com o golpe militar de 1964, as lutas populares sofrem violenta repressão. Nesse mesmo ano, o presidente marechal Castelo Branco decretou a primeira Lei de Reforma Agrária no Brasil: o Estatuto da Terra. Elaborado com uma visão progressista com a proposta de mexer na estrutura fundiária, ele jamais foi implantado e se configurou como um instrumento estratégico para controlar as lutas sociais e desarticular os conflitos por terra.
As poucas desapropriações serviram apenas para diminuir os conflitos ou realizar projetos de colonização, principalmente na região amazônica. De 1965 a 1981, foram realizadas oito desapropriações em média, por ano, apesar de terem ocorrido pelo menos 70 conflitos por terra anualmente.
Nos anos da ditadura, apesar das organizações que representavam as trabalhadoras e trabalhadores rurais serem perseguidas, a luta pela terra continuou crescendo. Foi quando começaram a ser organizadas as primeiras ocupações de terra, não como um movimento organizado, mas sob influência principal da ala progressista da Igreja Católica, que resistia à ditadura.
Foi esse o contexto que levou ao surgimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975, que contribuiu na reorganização das lutas camponesas, deixando de lado o viés messiânico, propondo para o camponês se organizar para resolver seus problemas. Além disso, a CPT teve vocação ecumênica, aglutinando várias igrejas. Por isso, o MST surgiu do trabalho pastoral das igrejas católica e luterana.
Reforma agrária e desenvolvimento
Todos os países considerados desenvolvidos atualmente fizeram reforma agrária. Em geral, por iniciativa das classes dominantes industriais, que perceberam que a distribuição de terras garantia renda aos camponeses pobres, que poderiam se transformar em consumidores de seus produtos. As primeiras reformas agrárias aconteceram nos Estados Unidos, a partir de 1862, e depois em toda a Europa ocidental, até a 1ª Guerra Mundial. No período entre guerras, foram realizadas reformas agrárias em todos os países da Europa oriental. Depois da 2ª Guerra Mundial, Coréia, Japão e as Filipinas também passaram por processos de democratização do acesso a terra.
A reforma agrária distribuiu terra, renda e trabalho, o que formou um mercado nacional nesses países, criando condições para o salto do desenvolvimento. No final do século 19, a economia dos Estados Unidos era do mesmo tamanho que a do Brasil. Em 50 anos, depois da reforma agrária, houve um salto na indústria, qualidade de vida e poder de compra do povo.
Depois de 500 anos de lutas do povo brasileiro e 25 anos de existência do MST, a Reforma Agrária não foi realizada no Brasil. Os latifundiários, agora em parceria com as empresas transnacionais e com o mercado financeiro – formando a classe dominante no campo - usam o controle do Estado para impedir o cumprimento da lei e manter a concentração da terra. O MST defende um programa de desenvolvimento para o Brasil, que priorize a solução dos problemas do povo, por meio da distribuição da terra, criação de empregos, geração de renda, acesso a educação e saúde e produção e fornecimento de alimentos.
Links relacionados ao texto;
25 anos de MST
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Agência de Notícias Brasil de Fato
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Site do MST
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domingo, 18 de janeiro de 2009
Blog do Protógenes diz que delegado foi vítima de atentado

Pra informar; busquei esta informação no blog Vi o Mundo do jornalista Luís Carlos Azenha postado no dia 17 deste mês.
” EU CARREGO, NOS OMBROS, O PESO DOS MUNDOS !
SIM, DOS MUNDOS, QUE OS OUTROS ENTREGAM A MIM:
MUITAS DORES, ANGUSTIAS, SOFRERES PROFUNDOS,
PESAM MENOS SE ENCONTRAM UM ABRIGO POR FIM.
CIRENEU PELA VIDA, EU CAMINHO CONTENTE,
POR FAZER DE MINHA ALMA UM APOIO SEGURO:
QUANDO POSSO, EM SOCORRO DE ALGUEM, LEALMENTE,
TORNO LEVE O PESADO E SUAVE O QUE É DURO.
SE ME PEDEM CONSELHOS, OS DESORIENTADOS
A VIVÊNCIA QUE TENHO ME AJUDA A SOLVER
OS PROBLEMAS TRAZIDOS, OS MAIS COMPLICADOS,
MESMO QUE, PARA ISTO, EU, TAMBÉM, VÁ SOFRER.
SE É DIREITO MISTER MINERAR MUITAS DORES,
PARA ISTO É QUE, UM DIA, EU TORNEI-ME DOUTOR:
POIS O MESMO JESUS, O SENHOR DOS SENHORES,
É EXEMPLO QUE EU SIGO, COM TODO FERVOR.
NÂO QUERO JAMAIS RECOMPENSA AO QUE FAÇO
E SE EM MUITA OCASIÃO, EU RECEBO MAL PAGA,
OUTRAS VEZES, ME DÃO GRATO BEIJO, UM ABRAÇO
OU SINCERA CARICIA DE MÃO QUE ME AFAGA.
E, POR FIM, VOU VIVENDO CONFORME DESEJO,
PENHORADO AO MEU DEUS E COM MUITO PRAZER,
NO FINAL DESTA VIDA, DIZER EU ALMEJO:
TERMINADA A TAREFA, CUMPRIR MEU DEVER.
( Agenor Miranda Rocha)
sábado, 17 de janeiro de 2009
REPÓRTER DA GLOBO NO ORIENTE MÉDIO SERVIU O EXÉRCITO DE ISRAEL
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Capitalismo, imperialismo, movimentos sociais e luta de classes

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Venezuela se prepara para referendar reeleição contínua

Brevemente estaremos acompanhando pelos nossos telejornais o bombardeio jornalístico, nada imparcial, na cobertura dos preparativos do novo referendo venezuelano. Onde o povo deve aprovar ou rejeitar a proposta de reeleição contínua dos mandatos executivos exercidos naquele país.
Acompanhe abaixo a matéria que retirei do site do Jornal Brasil de Fato, que por sua vez reproduziu da Prensa Latina .
Partidos venezuelanos entraram na reta final da batalha por uma proposta de emenda constitucional para a reeleição contínua. Referendo sobre o tema será realizado em 15 de fevereiro.
Prensa Latina
Novo Referendo na Venezuela
Os partidos venezuelanos entraram na reta final da batalha por uma proposta de emenda constitucional para a reeleição contínua, a pouco mais de um mês da realização de um referendo sobre o tema.
Os apoiadores do presidente Hugo Chávez permaneceram nas ruas neste final de semana em atos massivos de formação de comitês pelo “sim” e mobilizados na recolhida de assinaturas a favor da iniciativa.
Os opositores, por sua vez, deixaram de lado momentaneamente suas discrepâncias e também estruturam seus comandos pelo “não”, a fim de evitar a permanência de Chávez na Presidência.
O Partido Socialista da Venezuela (PSUV) e seus aliados estimam, pelo contrário, que um novo mandato de Chávez é necessário para garantir o processo de mudanças iniciado em 1999.
Com esse fim, os legisladores do PSUV propuseram na Assembléia Nacional eliminar o limite de dois mandatos presidenciais, proposta à qual o Chefe de Estado acrescentou os cargos de governadores, prefeitos e legisladores.
"Casa por casa"
Proposta a batalha, cujo episódio final será um referendo provavelmente no próximo 15 de fevereiro, os comitês pelo “sim” do PSUV propõem visitar os venezuelanos casa por casa para explicar o conteúdo da proposta.
A estratégia busca enfrentar uma campanha opositora que apresenta a iniciativa como uma tentativa de Chávez de se perpetuar no poder e explicar que se trata de uma ampliação da democracia, ao eliminar travas para as postulações.
Ao mesmo tempo, os membros do PSUV consideram que a possibilidade de postulação contínua é garantia de bom governo e esclarecem que sempre, todos os candidatos, deverão se submeter ao julgamento popular nas eleições respectivas.
Batalha dura
Em seu discurso no sábado(10) para milhares de camponeses, o Chávez advertiu a seus seguidores que a luta será dura, pois a proposta enfrenta a oposição do governo dos Estados Unidos, que assessora dirigentes de partidos da direita.
A proposta já foi aprovada em primeira leitura pela Assembléia Nacional e na próxima semana deve ser adotada definitivamente para ser apresentada ao Conselho Nacional Eleitoral, encarregado de organizar o referendo, 30 dias depois.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Pará se prepara para receber Fórum Social Mundial
A pouco mais de um mês do início da próxima edição do Fórum Social Mundial, prioridades do governo estadual são o estabelecimento de uma agenda comum com os movimentos sociais e a adequação logística de Belém para receber cerca de 100 mil pessoas. Evento ocorrerá de 27 de janeiro a 1° de fevereiro de 2009.
Maurício Thuswohl - Carta Maior
CONTAGEM REGRESSIVA
BELÉM - A pouco mais de um mês do início da próxima edição do Fórum Social Mundial, o Governo do Pará finaliza os preparativos para criar as condições políticas e de infra-estrutura necessárias para receber as 100 mil pessoas que devem chegar a Belém para o evento, que acontecerá de 27 de janeiro e 1º de fevereiro. Entre os principais desafios colocados para a organização do FSM estão o estabelecimento de uma efetiva parceria entre o poder público e os movimentos sociais na construção de uma agenda política comum e a adequação logística de Belém para receber o maior evento político mundial da esquerda.
Designada pela governadora Ana Júlia Carepa para coordenar a organização do FSM 2009, a secretária de Governo, Ana Cláudia Cardoso, afirma que a maior aproximação entre o governo estadual e as organizações do movimento social nacionais e paraenses já é uma conquista provocada pelo Fórum: "Quando iniciamos as discussões sobre o FSM, há um ano, tivemos alguns problemas porque o governo apresentou uma pauta e os movimentos entenderam que a gente estava, de alguma maneira, querendo competir com eles. Naquele ponto ficou claro para nós do governo qual é o papel do Estado: o movimento social é protagonista e nós somos apoiadores", diz.
A partir daí, conta Ana Cláudia, foram organizadas diversas reuniões durante as quais os movimentos colocaram suas necessidades e prioridades políticas: "Percebemos que havia uma tarefa muito clara a ser cumprida pelo governo, que era articular as demandas e tentar mediar a relação dessas demandas com quem pudesse atende-las. O Governo do Pará contribuiu num aspecto: em nenhuma outra edição do Fórum houve esse nível de organização em termos de concentrar as demandas e fazer com que elas fossem trabalhadas pelo governo e pelos entes federais".
Ana Cláudia afirma que o governo estadual pretende realizar, durante o FSM, um balanço de suas ações em relação às pautas apresentadas pelos movimentos: "Essa foi uma demanda dos movimentos que a gente assumiu. O governo estará colocando com muita transparência suas ações e mostrando que estão sendo conquistados avanços no sentido de atender concepções e pressupostos dos movimentos em diversos pontos que serão debatidos no Fórum, como meio ambiente, direitos humanos, mineração, etc".
O movimento social paraense, segundo Ana Cláudia, poderá dar um salto organizativo após o FSM: "Queremos que no Fórum sejam articuladas redes entre as organizações. Vivemos um momento de cisão na economia mundial, estamos caminhando para um outro paradigma e o Fórum vai viabilizar para o movimento social do Pará a discussão sobre como a sociedade se insere nessa nova dinâmica que será estabelecida", diz.
Hospedagem solidária
O Governo do Pará quer garantir a infra-estrutura adequada à realização do FSM em quesitos como hospedagem, transporte, saúde e segurança pública. Uma das iniciativas a serem adotadas é a hospedagem solidária, conceito utilizado nas edições anteriores do Fórum: "Belém só tem oito mil leitos na rede hoteleira, mas a gente sabe que a população que está vindo para o Fórum talvez ficasse fora desse mercado de qualquer maneira. Então, com a iniciativa da hospedagem solidária, através da qual moradores da cidade cederão cômodos, conseguimos uma ampliação para 30 mil leitos", revela Ana Cláudia Cardoso.
Outras alternativas de hospedagem também serão utilizadas: "Casas de veraneio em áreas como a Ilha do Mosqueiro serão alocadas, e estamos apostando nos alojamentos que estão programados para dentro do fórum, como os acampamentos que serão feitos pela juventude, pelos quilombolas, pelos indígenas e pelas comunidades rurais", diz a secretária de Governo. Também haverá alojamentos nas universidades e em diversas escolas: "O Colégio Nazaré, por exemplo, reservou mil lugares para receber integrantes de colégios maristas de todo o Brasil".
Transporte alternativo
Em termos de transporte, afirma Ana Cláudia, a ordem é utilizar as potencialidades de Belém: "Estamos estimulando algumas estratégias. Houve toda uma articulação com a Capitania dos Portos e a Marinha do Brasil para viabilizarmos o fundeamento de embarcações e aproveitarmos a orla de Belém tanto para garantir soluções de mobilidade com rotas alternativas quanto para poder fazer atracação. Estamos trabalhando isso do ponto de vista da segurança e também da logística", diz.
"Vamos dinamizar os pontos de acesso rodoviário, aeroviário e hidroviário e estabelecer rotas para esses pontos se comunicarem. Além disso, estamos recapeando e dando uma arrumada na principal via de Belém, que é a Avenida Perimetral, e viabilizando a rota alternativa hidroviária da Universidade Federal do Pará até Mosqueiro. O governo tem a expectativa de que isso possa absorver esse contingente de pessoas que chegará à cidade", diz a secretária.
As coisas teriam sido mais fáceis, no que se refere aos transportes, se tivesse ocorrido parceria entre os governos estadual e municipal: "A relação com a Prefeitura de Belém não foi muito fácil. O ideal, por exemplo, seria que tivéssemos uma linha de ônibus especial para atender aos participantes do Fórum, mas isso é uma prerrogativa do município, que deve dar a concessão, e não está resolvido", diz Ana Cláudia.
Segurança e saúde
Para garantir a segurança do FSM, o governo estadual conta com o apoio do Ministério da Justiça: "O ministério alocou recursos para trabalhar comunicação, inteligência, defesa civil, etc. Isso traz para o Pará novos equipamentos como ambulâncias, lanchas, carros e instrumentos de proteção dos policiais. Todo esse equipamento permanecerá aqui após o Fórum. Também foram alocados recursos para a preparação dos policiais em termos de relações públicas, para que eles possam receber o público do Fórum", diz Ana Cláudia.
O Ministério da Saúde também enviou recursos ao governo paraense: "Solicitamos ajuda para o setor de saúde porque aqui existe o risco de endemias como dengue e malária. Os recursos serviram também para viabilizarmos o atendimento a eventuais emergências durante o Fórum. O governo estadual está entrando com a parte de investimentos - reformando unidades de atendimento e um hospital - e o Ministério da Saúde está entrando com toda parte de custeio, como medicamentos, recursos para pagamento de pessoal, etc.", diz a secretária.
Link relacionado ao texto;
Forum Social Mundial
domingo, 11 de janeiro de 2009
Não chore Gaza
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página, logo abaixo.
Imagens talvez não seja tudo pra nos fazer entender uma situação, mas diz muito mais do que palavras.
Contribua para conscientização do que vem ocorrendo na Faixa de Gaza. Indique o link para este vídeo, através da lista de e-mails de seus contatos.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Israel viola Convenção de Genebra, diz relator da ONU

"Os ataques israelenses ferem a Convenção de Genebra primeiramente porque punem coletivamente os palestinos residentes em Gaza, não fazendo distinção entre alvos civis e combatentes", disse nesta quarta-feira, em São Paulo, Richard Falk, relator especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados por Israel desde 1967. Segundo Falk, o bloqueio econômico mantido por Israel há 18 meses também está em desacordo com o direito internacional.
Maurício Reimberg e Tadeu Breda - Carta Maior
As recentes operações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram crimes contra a humanidade. Essa é a avaliação do norte-americano Richard Falk, relator especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados por Israel desde 1967 na Palestina. Em visita ao Brasil, ele concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (7) organizada pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo.
“Os ataques israelenses ferem a 4ª Convenção de Genebra primeiramente porque punem coletivamente os palestinos residentes em Gaza, não fazendo distinção entre alvos civis e combatentes”, diz Falk. Até o momento, estima-se que mais de 700 palestinos foram mortos e três mil feridos desde o início da invasão, no dia 27 de dezembro. Cerca de 25% das vítimas palestinas são civis. Os israelenses contabilizam dez mortes, entre as quais estão quatro civis atingidos por foguetes lançados pelo grupo islâmico Hamas e seis militares caídos em combate – quatro deles vítimas de “fogo amigo”.
O relator da ONU diz que o bloqueio econômico mantido por Israel há 18 meses também está em desacordo com o direito internacional. “A Convenção de Genebra diz que o país ocupante deve prover à população da zona ocupada condições dignas de sobrevivência”, explica Falk. “No entanto, o bloqueio israelense vem impedindo a entrada de alimentos, combustíveis e medicamentos em quantidade suficiente para suprir as necessidades dos habitantes de Gaza.”
Falk lembra que Israel bloqueou totalmente as fronteiras da Faixa de Gaza e não permite sequer que os civis palestinos se refugiem em outros países. “Em todo conflito há um enorme número de refugiados. A proibição de Israel não tem precedentes nas guerras urbanas mundiais”. O relator da ONU diz ainda que o exército israelense utiliza força desproporcional ao atacar uma sociedade “sem condições de se defender”.
O relator acredita que a ONU deveria investir num cessar-fogo imediato entre as partes, na retirada de Israel e no fim do bloqueio contra Gaza, além de proibir o lançamento de foguetes Qassam contra o território israelense – justificativa oficial para a atual operação militar. “A partir dessas bases, as Nações Unidas podem buscar um caminho para definir a autodeterminação do povo palestino.”
O Conselho de Segurança da ONU ainda não chegou a nenhuma medida concreta para encerrar os combates em Gaza. Já o Conselho de Direitos Humanos se reunirá de maneira extraordinária na sexta-feira para emitir um pronunciamento sobre a situação da Palestina.
“A grande pergunta que se deve fazer agora é por que a comunidade internacional e a ONU têm feito tão pouco?”, pergunta Falk. E ele mesmo responde: “As Nações Unidas só atuam efetivamente por intervenção direta de seus cargos mais importantes, e os EUA têm se oposto à proteção dos palestinos e impedido a ONU de cumprir seus compromissos humanitários.
“Anti-Israel”
Considerado um dos maiores especialistas do mundo em direitos humanos, Richard Falk é professor emérito da Universidade de Princeton (EUA). Foi ele quem cunhou os termos “globalização de cima para baixo” e “globalização de baixo para cima”, referindo-se aos diversos movimentos sociais, ONGs e voluntários que tentam criar uma comunidade “além do Estado territorial” para enfrentar as injustiças produzidas pela nova ordem social.
No último dia 14 de dezembro, Falk foi expulso do território israelense no que seria sua primeira missão como relator especial – uma reunião com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Apesar de estar em visita oficial, ele foi detido por 15 horas antes de ser retirado do país. O governo alega que o diplomata é “anti-Israel”.
“Minha expulsão é um claro aviso à ONU de que Israel não quer cooperar com relatores críticos à ocupação, e faz parte de uma política para excluir possíveis testemunhas oculares dos fatos que estão acontecendo em Gaza neste momento”, avalia, lembrando que jornalistas estrangeiros e observadores internacionais também foram impedidos de entrar nas zonas de conflito. “Pensei que minha objetividade como relator seria testada com base no relatório que produziria sobre o evento, e não julgada por antecipação.”
Atores políticos
Falk avalia que o Hamas não é o maior dos obstáculos para o fim das hostilidades na Palestina. “O maior problema são os políticos israelenses que não querem estabelecer uma paz justa na região.” Para ele, classificar os palestinos como “terroristas” é uma fuga da diplomacia e da negociação pacífica, e justifica o uso da força. Ademais, trata-se de uma tática antiga que já foi utilizada para isolar e enfraquecer Yasser Arafat (1929-2004), ex-presidente da ANP.
“Não é útil definir o Hamas como ‘grupo terrorista’, do mesmo jeito que não é útil dizer que Israel é um ‘Estado terrorista’, porque ambos são atores políticos. O terrorismo é uma desculpa para usar a força na tentativa de resolver um conflito que deve ser solucionado por ações políticas”, diz o relator da ONU.
O governo israelense se utiliza de dois argumentos para justificar os ataques e rechaçar um cessar-fogo. Os pronunciamentos oficiais insistem em que não há crise humanitária em Gaza e sustentam a tese de que Israel está agindo defensivamente contra o lançamento de foguetes. Falk acrescenta que nenhum israelense foi morto por foguetes Qassam disparados pelo Hamas nos últimos 12 meses que antecederam os ataques de 27 de dezembro. Os únicos feridos foram contabilizados após o início das ofensivas.
As eleições legislativas em Israel acontecem no dia 10 de fevereiro. Nelas será escolhido o próximo primeiro-ministro do país. Os principais concorrentes ao cargo hoje ocupado por Ehud Olmert são Ehud Barak – atual ministro da Defesa, filiado ao Partido Trabalhista – e Tzipi Livni, do Kadima, que desempenha o cargo de ministra das Relações Exteriores. Ambos negam que Gaza esteja passando por uma crise humanitária.
Território
Cerca de 45% da população de Gaza é composta por crianças com até 14 anos. Desde o início da ofensiva, mais de 100 delas já morreram. Segundo Paulo Sérgio Pinheiro, pesquisador associado do Núcleo de Estudos da Violência da USP, 1,5 milhão de pessoas vivem numa área de 360 km², o que configura a mais alta densidade demográfica do mundo: mais de quatro mil pessoas por km².
Um dos episódios que causaram mais revolta internacional foi o bombardeio à escola Al Fakhora, administrada pelas Nações Unidas, no campo de refugiados de Jabaliya, ao norte de Gaza. Os ataques foram realizados nesta terça-feira (6) e deixaram pelo menos 30 mortos e 55 feridos. A instituição abrigava civis refugiados. No mesmo dia, Israel atentou contra outro colégio mantido pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos na cidade de Gaza. Três jovens morreram.
Sob pressão, Israel concordou em estabelecer um “corredor humanitário” que dará acesso temporário limitado a alguns pontos da região. O intuito é permitir que sejam levados suprimentos vitais para a população palestina, cujo estado de carência foi intensificado depois do fim da trégua de seis meses com o Hamas, que expirou no último dia 19. No entanto, o acordo já havia sido rompido por Israel, que no dia 4 de novembro matou seis palestinos em Gaza. “À revelia do que se pensa sobre o Hamas, ele tem buscado uma trégua duradoura com os judeus desde que Israel retornasse às fronteiras anteriores a 1967, proposta que foi ignorada.”
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Crianças de Gaza (Palestina)
Para ver melhor este vídeo, desligue antes a estação musical, a esquerda da página, logo abaixo.
Assista, divulgue.
Isso tem de parar.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Internet ajuda a furar bloqueio midiático imposto por Israel

Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza. Isso não vem impedindo que as imagens do massacre contra a população civil de Gaza circulem diariamente pelo mundo. A eficácia do bloqueio midiático diminuiu significativamente graças à internet. Os vídeos e fotos da rede Al Jazeera são reproduzidos por toda parte. Quem quiser, pode também ter informações direto de Gaza, pelo blog "Moments of Gaza", mantido por Natalie Abou Shakra (foto).
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior
É bem conhecida a frase que afirma que a primeira vítima em tempos de guerra é a verdade. Bloqueios midiáticos fazem parte do esforço propagandístico dos militares. A história se repete agora com a nova onda de ataques perpetrada por Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza. O governo israelense proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros na área. Isso não vem impedindo, porém, que as imagens do massacre contra a população civil de Gaza circulem diariamente pelo mundial. A eficácia do bloqueio midiático diminuiu significativamente graças à internet.A rede Al Jazeera está na faixa de Gaza, produzindo diariamente reportagens sobre o ataque de Israel. Suas matérias (ver exemplo abaixo, publicado por Luiz Carlos Azenha no Vi o Mundo) são vistas diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo árabe. Elas expõem o caráter, ao mesmo tempo, homicida e suicida, da política de Israel para "garantir a segurança do povo judeu". A única coisa que a ação do exército israelense parece estar garantindo é espalhar mais ódio pela região, por várias gerações.
A blogosfera se encarrega de espalhar essas imagens mundo afora. Além disso, há também blogs funcionando desde Gaza, relatando diariamente o que está acontecendo. Um deles é o Moments of Gaza. Idelber Avelar, do blog Biscoito Fino e a Massa, traduziu um texto desse blog mantido por Natalie Abou Shakra, ativista do Movimento Free Gaza.“Um relato ao vivo dos horrores perpetrados pelo exército israelense na maior prisão ao ar livre do mundo”, resume Idelber:
"Vittorio me disse ontem ... quando lhe perguntei como ele responde à morte ... ele me disse que já não tem lágrimas para chorar ... que suas lágrimas secaram ... olho para ele sentado diante de mim ... um homem bonito de um metro e oitenta ... trinta e três anos ... sua maior preocupação no mundo: salvá-lo e “permanecer humano”, que é como ele termina [Bomba!] cada artigo que escreve ..."
O Biscoito Fino traduziu também um relato de outro blog que opera diretamente de Gaza, o In Gaza. "Mais um relato em primeira mão que confirma o que já sabemos: no massacre israelense em Gaza, a prática é matar mesmo os civis feridos que estão sendo carregados", escreve Idelber Avelar. O relato:
Trabalhadores médicos de emergência, Arafa Hani Abd al Dayem, 35 anos, e Alaa Ossama Sarhan, 21 anos, tinham atendido o chamado para ir buscar Thaer Abed Hammad, 19, e seu amigo morto Ali, 19, que haviam estado fugindo do bombardeio, quando foram eles mesmos atingidos por disparo de um tanque israelense.
Era pouco depois das 8:30 da manhã de 04 de Janeiro, e eles estavam na região de Attattra, Beit Lahia, noroeste de Gaza, na área da escola americana bombardeada no dia anterior, em que mataram um guarda-noturno civil de 24 anos, destroçando-o, queimando o que restara.
Gemendo de dor, com o pé direito amputado e lacerações de bomba de fragmentação ao longo das costas, de todo o corpo, Thaer Hammad conta como seu amigo Ali foi morto. “Estávamos atravessando a rua, saindo de nossas casas, e aí o tanque disparou. Havia muita gente saindo, não éramos os únicos”. Hammad interrompe seu testemunho, de novo gemendo de dor. Ao longo dos dois últimos dias, desde que a invasão terrestre de Israel e a campanha intensificada de bombardeios começaram, os residentes de toda Gaza têm estado fugindo de suas casas. Muitos não tiveram a chance de escapar, tendo sido pegos dentro de casa, enterrados vivos, esmagados. O médico continua a narrativa: “Depois que foram bombardeados, Thaer não conseguia caminhar. Ele chamou Ali para que o carregasse”. O resto da história é que Ali havia carregado Thaer por alguma distância quando atiraram na cabeça de Ali, bala disparada por um soldado não visto, bem na direção na qual eles fugiam. Ali morto, Thaer ferido, e as pessoas fugindo, a ambulância foi chamada".
A uniformidade pausterizada da mídia comercial
Essa diversidade de informações que circula pela internet está ausente da cobertura da imensa maioria da mídia comercial brasileira, que repete praticamente as mesmas manchetes todos os dias, formando um coro uniforme. Um exemplo disso:
10 horas e 52 minutos da manhã de 5 de janeiro de 2009. Manchete do UOL/Folha de São Paulo: “Israel divide Gaza em três e busca milicianos”. Da mesma forma, no site de Zero Hora, de Porto Alegre: “Israel divide Gaza em três e começa nova fase de ataques”. A mesma manchete é destaque no site do Globo: “Israel inicia nova fase da ofensiva e divide a Faixa de Gaza em três”.
Detalhe: Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza. Qual é, então, a fonte dessas notícias uniformemente distribuídas pelo mundo afora?
Resposta: o próprio governo de Israel. A cobertura da maioria esmagadora da mídia não passa de divulgação das informações oficiais do governo israelense. Quem quiser uma alternativa a essa cobertura pasteurizada tem que, obrigatoriamente, recorrer à internet. A guerra que aparece aí é bem diferente da apresentada pelos veículos tradicionais.