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sexta-feira, 30 de maio de 2008

TeleSUR: a emissora de TV alternativa para América Latina


É com alegria que volto a comentar a respeito da existência da TeleSUL, mais conhecida como TeleSUR, agora em espanhol. E SUR em referência ao sul do continente. A TeleSUR nada mais é do que a materialização do sonho de muitos em ter a sua disposição uma emissora de televisão que fuja do esquema de dominação ideológica arquitetada nos Estados Unidos e colocado em prática através de seus canais de notícias CNN e FOXNEWS. Além é claro de suas consignares em diversos países da América Latina. No Brasil o exemplo mais emblemático é a Rede Globo, que utiliza sua estrutura para reproduzir idéias de nossa classe dominante.

A TeleSUR já completou 3 anos. Fundada em 24 de julho de 2005, aniversário de Símon Bolívar, a emissora tem como signatários diversos países da América Latina como fundadores ou co-gestores. Sua importância se deve pelo fato de que quebra a hegemonia na divulgação de notícias em espanhol para o continente. Não só por causa do idioma, mas pela influência da visão política norte americana para o continente. Com ênfase em divulgar os interesses pertinentes de cada país, a emissora foca na integração política, cultural e na consolidação de uma emissora plural. A TeleSUR marca presença com suas matérias singulares, atípicas até. Contrastando com o modo asfixiante que estamos acostumados a assistir nossos noticiários televisivos.

A emissora têm diversos programas transmitidos em espanhol e em português. Diferentemente das emissoras americanas, os apresentadores são de diversos países.
Para aqueles que dominam o idioma, é possível notar as diferenças de sotaques.

Vale assinalar ainda que cerca de 40% da programação de Telesul é composta de programas jornalísticos (noticiários, entrevistas e reportagens). Os outros 60% exibirão material de produtores independentes, emissoras de televisão regionais, comunitárias e universitárias e de organizações sociais de toda a região. Produções do cinema latino-americano também terão espaço garantido.


Acompanhem um pouco mais de sua programação acessando o site oficial. Lá é possível assistir sua programação.


Links relacionados ao texto;


Programação ao vivo
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Sinal da Telesul já é visível em vários sites na Internet
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Combate ao monopólio das comunicações requer fortalecimento da mídia alternativa
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A Telesur será independente sempre, neutra jamais
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Telesur e TV Brasil: qual a diferença?
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quinta-feira, 29 de maio de 2008

A arte irreverente do cartunista Orlandeli


Walmir Americo Orlandeli é cartunista e ilustrador. É Formado em publicidade em São José do Rio Preto e uma ótima referência no meio jornalístico em relação ao seu trabalho. De humor sagaz, a qualidade de suas ilustrações é reconhecida por todos que tenham contato com suas ilustrações. Teve seus trabalhos selecionados em diversos salões nacionais e internacionais. 

Por acaso tive a oportunidade de conhecer seu trabalho mais de perto através de seu blog. Não que já não o
tinha visto, mas como a maioria dos leitores, não prestamos atenção em quem assina as ilustrações. Importante esse detalhe. Certamente não seria surpresa pra mim reconhecer outros trabalhos desenvolvidos por ele.

Não o conheço pessoalmente, como também não conheço Carlos Latuff. O qual tive o prazer de postar um texto sobre ele aqui no Pimentus, além de apresentar algumas de suas ilustrações. Acredito que a diferença entre os dois cartunistas esteja no fato de que as ilustrações de Latuff sejam
politicamente engajadas e de Orlandeli não. O que não tira o brilhantismo de seu trabalho.

Uma de suas criações é o Grump, personagem de tiras de quadrinhos. Muito popular no Brasil. Grump "
possui personalidade instável e é desastrado e azarão", como define Orlandeli em seu site.
Abaixo um pouco de sua arte e irreverência;

Sobre o movimento natimorto CANSEI;




Ironia com a situação vivida pelos turistas e cariocas no Rio;

Sátira em relação ao "dossiê" que a oposição tenta imputar no colo da Ministra Dilma Roulsseff;


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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Gilmar Mendes: Tucano despenado no Supremo Tribunal Federal


Já está se tornando insuportável a maneira como alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal tem se comportado. O primeiro deles foi com o Ministro Marco Aurélio de Mello, depois de muita exposição midiática e posicionamento de enfrentamento com o atual governo em questões que não são de sua competência. Agora o STF nos "brinda" com seu novo presidente Gilmar Mendes. De postura beligerante, tem se mostrado extremamente espalhafatoso em suas opiniões em relação ao movimento popular. Na tentativa de imputar neles toda e qualquer visão negativa. Mas não comenta nada sobre as idiocrasias de nossa elite reacionária. Típico de quem chegou pra fazer o jogo de quem hoje chora por estar fora do governo neste país (lê-se turba do PSDB).

Deveria ter postado mais informações quando de sua posse. Onde desceu a lenha em tudo que representasse resistência ao avanço da hipocrisia em nossa sociedade. De cunho conservador e reacionário, Gilmar Mendes chega pra dar mais uma forcinha para os tucanos, destronados do poder no governo federal e que gozam de muita simpatia de nossa mídia corporativa brasileira.


O texto abaixo é do blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. É muito emblemático. E descreve muito bem aquilo que penso dessas duas figuras.



MENDES CRIA STRESS NA REPÚBLICA

. O Presidente (provisoriamente do Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes aparece duas vezes numa edição de fim de semana da Folha (da Tarde *) de S. Paulo.

. Primeiro, diz que “no final de junho, ou no máximo, início de agosto” o STF deve julgar as ações que contestam a demarcação da terra indígena Raposa/Serra do Sol.

. A informação é tão imprecisa quanto inútil.

. Inútil para você, caro leitor.

. Porque, para o Presidente Gilmar Mendes, tem a propriedade de levá-lo a um título de reportagem num jornal da relevância (?) da Folha.

. O Ministro diz não ter opinião formada sobre a matéria.

. E se tivesse não poderia dizer qual é.

. Ah !, que progresso.

. O Ministro (?) Marco Aurélio de Mello, se perguntado, anunciará seu voto, com prazer.

. Marco Aurélio de Mello é um juiz que anuncia o voto no PiG e ninguém se espanta.

. Acha natural ...

. O presidente Mendes, porém, faz uma declaração bombástica, dessas de arrasar quarteirão: “Estou convencido de que o tribunal (STF) tem em mãos um caso peculiar. Vai se pronunciar, sob a Constituição Federal de 1988 (que outra seria, Ministro ?), acerca de soberania indígena ...”

. Fabuloso.

. Por que o amigo leitor não tinha pensado nisso antes ?

. Para que serve a declaração, feita logo após o Presidente Mendes retornar de uma fact finding mission à região ?

. Para nada.

. Só para aparecer.

. Isso foi na pág. A12 da edição de sábado.

. Na página A8, da mesa edição de sábado da Folha, o Presidente Mendes prevê que a discussão sobre “a nova CPMF” ... “chegará à apreciação do Supremo”.

. Como é que ele sabe ?

. Que nova CPMF é essa ?

. O Congresso já aprovou ?

. E se for, vai ao Supremo ? Por que ?

. O Supremo se transformou na Câmara Revisora do Legislativo ?

. O Supremo é o AI-5 do Legislativo ?

. O Supremo ou o Presidente do Supremo ?

. O Presidente (do Supremo) diz também que a nova CPMF vai provocar “um stress do ponto de vista constitucional”.

. Tradução: uma nova CPMF só passa se for por cima do cadáver do Presidente (do Supremo).

. E o que significa “stress” constitucional ?

. No Houaiss: estresse: substantivo masculino; Rubrica: medicina.
estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia, levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias conseqüências sistêmicas; stress

. A palavra comporta acepções como “tensão”, “crise”, “ansiedade”, “estar à beira de um ataque de nervos”.

. Pergunta ao Presidente Mendes: uma nova CPMF provocaria “stress” NA Constituição ?

. Será preciso alterá-la ? Curá-la dessa crise de ansiedade ?

. Não, não é isso o que o senhor quis dizer ?

. Então, pergunta-se: provocaria tensão nos pobres e desvalidos que temem não haver recursos públicos para tratar da saúde ?

. Ou provocará stress e tensão, crise, nervosismo, aumento da adrenalina no pessoal da FIE P – assim mesmo, com a evasão do “S” –, que não gosta de pagar imposto ?

. E quem disse que o Supremo tem que se preocupar com strees ?

. O Supremo virou o divã da República ?

. “Stress” é o mal que aflige o cidadão de uma República (?) em que o Presidente da mais alta Corte de Justiça pretende ocupar o espaço do Executivo e do Legislativo.

. Porém, como ele ocupa espaço do “lado certo”, o lado do PiG e da “elite branca”, é tudo normal, natural, o pessoal finge que não vê ...

. Clique aqui para ler o que o Conversa Afiada publicou sobre as atividades do novo Presidente (do Supremo)



Mais sobre o atual Presidente do STF

A festa Tucana no STF
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Falando o que não devia
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Gilmar Mendes e os Marinho; em família.
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domingo, 25 de maio de 2008

A Luta de Classes e o papel da Justiça do Trabalho


A luta de classes, tema já abordado aqui, está tão presente entre nós e tão obscuramente invisível que dificilmente é possível perceber se não houver conflitos. Principalmente quando há movimentos no sentido de não expô-las ao conhecimento das massas populares. Sua invisibilidade contribui para que a crítica, à esta luta desigual, não exista. Que a consciênica não apareça e que a exploração do trabalho se perpetue.
Se olharmos ao longo da história de nossa sociedade humana poderemos observar os movimentos que a humanidade fez sempre tangidos pela economia. É ela a força motriz do movimento da sociedade. A reprodução social da vida é sua configuração visual mais emblemática.

Para deixar um pouco mais claro o que quero dizer, consegui encontrar a entrevista de
Cezar Britto, novo presidente da OAB Federal e estou postando aqui para uma melhor compreensão do que tento comunicar.
O significado de sua eleição para o Conselho Federal da OAB é emblemática. Com ela poderá se perceber sua importância nos dias atuais devido aos novos desafios que o trabalho tem frente ao capital.
A entrevista revela entre outras coisas o papel da Justiça do Trabalho sob a crítica de Cezar Britto, a visão das relações das atuais Centrais Sindicais com o governo e o parodoxal posicionamento de um governo oriundo do movimento sindical mas tão comprometido com o mercado (Capital).

Acompanhem abaixo a entrevista de Cezar Britto, que compilei do site da revista
Carta Capital e percebam o quanto esta luta de classes está fazendo parte de nossas vidas e de quem nos rodeia.


Depois de 68 anos de vida, e de 32 administrações, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abriu espaço para eleger à presidência um advogado da área trabalhista. O mérito é de Cezar Britto, que tira do limbo não o pequeno estado de Sergipe, mas, também, a própria advocacia trabalhista. E tudo ocorre em um momento especial, quando a relação capital e trabalho atinge um novo patamar de confronto.

Nesta entrevista à CartaCapital, o presidente da OAB fala de outros temas, como a escuta telefônica, para a qual pede “regras”, e da fragilidade da advocacia pública num país onde a população pobre tem acesso limitado à Justiça. Mas o foco da conversa são as mudanças na legislação trabalhista. Há, segundo ele, um ataque aos direitos trabalhistas. E ao espírito da Justiça do Trabalho, que se modernizou, mas se deformou.
“Ela foi criada por Getúlio Vargas para proteger o trabalho do poder avassalador do capital. Nesse conflito, o juiz não pode tratar como iguais o empregado e o empregador”, alerta Britto.
CartaCapital: A reforma trabalhista é um dos itens da pauta de reformas. Qual é o alvo das mudanças?
Cezar Britto: O que se quer, na verdade, é aumentar a competitividade das empresas globalizadas. Os direitos dos trabalhadores estariam impedindo os lucros, lucros maiores. Isso entrou em jogo desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
CC: Os direitos trabalhistas entram no leilão da competição.
CB: Essa é exatamente a lógica. Por ela, o custo do trabalho atrapalha a competitividade. Onde se paga menos, mais atrativo se torna para o investimento do capital. Isso entrou em discussão com o neoliberalismo e ainda não foi abandonado.
CC: Não foi abandonado no governo Lula?
CB: Não foi. Tanto é que, já no governo Lula, foi aprovada a lei de recuperação das empresas. Uma lei que segue essa lógica. Ela revogou alguns princípios que eram fundamentais para o trabalhador.
CC: No governo de um ex-operário metalúrgico, a contradição fica maior?
CB: Fica maior. O espírito da lei de recuperação das empresas é o mesmo que se espalha por vários países. Fui convidado para fazer uma palestra em Moçambique, cujo tema foi exatamente essa lei. Ela já vigora na Argentina, no Panamá.
CC: O que ela muda concretamente na relação trabalho e capital?
CB: Havia um entendimento que o trabalhador não era responsável pela gestão da empresa da qual não aufere lucros. Por isso, se convencionou que ele também não poderia ser responsabilizado pela má gestão ou pelo desvio de verbas nas empresas. Quem tem responsabilidade é quem tem o lucro, o empresário. Nessa lógica, o patrimônio da empresa servia para garantir o salário do trabalhador.
CC: Não é mais?
CB: Depois dessa lei, apenas uma pequena parte se destina aos direitos do trabalhador. O segundo credor passaram a ser as instituições bancárias. Outra mudança fundamental, que simboliza bem este momento do conflito capital–trabalho, é o fim da “despersonalização” do patrimônio da empresa, que, antes, garantia também a indenização do trabalhador. Hoje, em caso de processo de recuperação da empresa, o patrimônio é distribuído a um conselho de credores. Um bom exemplo disso é o da Varig. A parte boa do patrimônio foi passada à Gol, a parte ruim ficou para garantir os créditos trabalhistas.
CC: Como foi a trajetória dessa mudança no Brasil?
CB: Ela nasceu no governo Fernando Henrique e foi aprovada no governo Lula. O governo Lula, no início, acertou ao fortalecer os sindicatos. Fortes, eles têm um bom sistema de negociação com a classe patronal. Mas a reforma apresentada, discutida em um fórum com empregados e patrões, dorme no Congresso. Não avançou.
CC: O que é bom na proposta de reforma trabalhista?
CB: Ela permite que os sindicatos se unam, como dizemos, “do poço ao posto” no ramo da produção. Hoje, os sindicatos são constituídos por categorias profissionais. Às vezes, uma empresa tem cinco, seis ou sete sindicatos. Isso dilui a negociação e fragiliza os empregados. Essa proposta permite a união dos sindicatos. Acaba a unicidade sindical.
CC: E a questão da contribuição sindical?
CB: A contribuição sindical nasceu para premiar os sindicatos mais atrelados ao Estado. Os sindicatos precisam ser mantidos pelo reconhecimento da categoria e não pela distribuição do dinheiro feito pela contribuição. Talvez fosse o caso de se fazer uma redução paulatina.
CC: A Justiça do Trabalho funciona?
CB: A Justiça do Trabalho cresceu muito nos últimos anos e foi modernizada. É uma das mais ágeis do Brasil, e que responde mais rapidamente às demandas. A competência da Justiça trabalhista foi ampliada e absorveu um mundo de questões novas, como as referentes às greves e às indenizações decorrentes de acidente de trabalho, entre outras.
CC: Isso tem favorecido os empregados, já que se trata de uma justiça feita para equilibrar as relações entre o capital e o trabalho?
CB: Esse é o grande diferencial da Justiça do Trabalho. A grande força dela, ao ser criada, foi a compreensão de que esses dois mundos são desiguais. Ela trata diferenciadamente pessoas que não são iguais: o empregado e o patrão. É diferente do princípio que norteia a Justiça comum, que é o da igualdade contratual. Isso significa que todas as pessoas diante dela são iguais e, sendo iguais na relação contratual, têm de ser tratadas da mesma forma.
CC: Nesse sentido, os trabalhadores devem vivas a Getúlio Vargas?
CB: Vargas tinha a visão da época. Isso significou uma intervenção muito forte para suavizar muitos pontos, com a intervenção do Estado, a exploração do capital. A estrutura sindical é uma estrutura esmagadora. É preciso ser reformada e modernizar pontos que permitam uma negociação mais livre entre empregados e empregadores.
CC: De que maneira as decisões da Justiça do Trabalho, quanto a essas novas atribuições, têm sido melhores ou piores para os empregados?
CB: Alguns dizem que passaram a ser mais conservadoras. Uma contradição: a Justiça trabalhista ser mais conservadora nas questões sociais do que a Justiça comum, que privilegia a igualdade contratual.
CC: E vai ficar assim mesmo?
CB: Se a Justiça do Trabalho perder a sua razão de ser, a visão diferenciada, ela vai implodir. Enquanto esse mundo for desigual, ela não poderá ser jamais uma justiça que compreenda que há igualdade na relação contratual entre capital e trabalho.
CC: Afora essas reformas, a OAB também tem uma pauta de mudanças, como, por exemplo, o da escuta telefônica, o grampo. Qual é o problema se ela for feita com autorização judicial?
CB: A questão é reconhecer o direito de defesa para todo mundo. Os grampos telefônicos banalizados como estão facilitam a nulidade do processo no futuro. A conversa do cliente com o advogado não pode ser grampeada. É um atentado ao direito de defesa. Se isso for desrespeitado, o dano à sociedade é maior. A OAB interfere para evitar esse tipo de falha processual.
CC: Isso seria resultado do autoritarismo de uma polícia criada para reprimir a população pobre?
CB: Pois é. O sistema carcerário demonstra isso. Lá estão os suspeitos de sempre: os pobres, os pretos e as prostitutas. E há mais presos pobres porque o Estado não cumpre outro dever constitucional, que é o de garantir a defesa dos pobres. Esse seria o papel dos defensores públicos.
CC: Às vezes, parece que isso nem existe.
CB: É um sinal do abandono em que vive a Defensoria Pública, conseqüência de um país que não acredita que cuidar dos pobres seja prioridade do Estado. Mas a Constituição determina que todos tenham acesso à Justiça.
CC: E quanto às escutas telefônicas?
CB: Bisbilhotar pessoas virou uma cultura no Brasil. Há uma competição para saber quem bisbilhota. Há 426 mil grampos telefônicos autorizados judicialmente. É um número muito elevado. E qual será o risco dos grampos telefônicos num futuro autoritário? Isso também pode servir como instrumento de chantagem. A escuta é um instrumento de controle muito forte que precisa ser regulamentado.
CC: Qual é a alternativa?
CB: A escuta precisa ter prazo de validade. Acho que o limite deveria ser a partir do momento em que a investigação é tornada pública. Eles estão grampeando conversa de advogados com clientes. Isso é um absurdo. Uma regulamentação do grampo deve estipular que todos os interessados, o acusado principalmente, tenham acesso à integralidade das gravações feitas. As conversas tiradas do contexto muitas vezes ganham outro sentido.
Links relacionados aos dois textos;
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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Revista Le Monde Diplomatique; Aumento do número de Brasileiros na Legião Estrangeira


Matéria interessante da Revista Le Monde Diplomatique Brasil é a que recebi por e-mail falando a respeito do aumento do número de brasileiros que estão se alistando na lendária Legião Estrangeira. Tropa de elite das forças armadas da França com diversos estrangeiros fazendo parte dela.

A matéria é de
Maranúbia Barbosa.

Acompanhem abaixo e fique por dentro desta informação também;


REPORTAGEM

Mercenários brasileiros na Legião Estrangeira

Atraídos por salários, a chance de apagar o passado e aventuras, dezenas de brazucas alistam-se, todos os anos, no legendário exército de aluguel francês. Nossa repórter conseguiu deles revelações sobre a condição de soldados de um pátria alheia, em missões cujo sentido desconhecem

Maranúbia Barbosa

(19/05/2008)

Brasileiros jovens estão pondo a mochila nas costas e deixando o país para se alistar na Legião Estrangeira — unidade de elite do exército francês, composta por cerca de 7 mil estrangeiros de mais de 130 nacionalidades diferentes. Estima-se que pelo menos cem brasileiros são contratados a cada ano pelo legendário exército que defende os interesses da França mundo afora, sobretudo em áreas conflituosas.

O número exato de brasileiros não é divulgado pela Legião Estrangeira. Porém, de uns cinco anos para cá, a procura tem aumentado, mesmo sabendo que ao vender seus serviços para a França estão se expondo a riscos de morte.

Medo parece não ser problema para os brasileiros e, muito menos, para outros estrangeiros. Todos os anos, mais de 5 mil candidatos do mundo inteiro batem à porta desta composição militar. Mas somente cerca de 800 deles conseguem dar conta de passar pela bateria intensiva de testes físicos e psicotécnicos.

Essas informações são dos próprios legionários, entre os quais o brasileiro Marcos dos Santos, 32 anos. Natural de Itapira (SP), ele serve, há três anos, no 2º Regimento Estrangeiro de Pára-quedistas (REP) — tropa considerada crème de la crème da Legião — em Calvi, cidade na ilha da Córsega. Segundo ele, não são os polpudos salários (que vão de 1,5 mil euros até mais de 5 mil para quem prossegue na carreira), e sim o espírito de aventura, que move a maioria dos soldados. Muitos deles parecem, também, ser guiados por um velho slogan da Legião ainda em voga: "chance de mudar de vida, qualquer que seja a origem, nacionalidade, religião, diplomas, nível escolar, situação familiar ou profissional".

Nenhum candidato é obrigado a fornecer a verdadeira identidade. Incorporado, o legionário passa a ser uma "pessoa não-civil", alguém que não existe juridicamente para o mundo

Mesmo nos dias atuais, o engajamento na Legião ainda é envolto em lendas e controvérsias. Ao se alistar, o candidato não é obrigado a fornecer a verdadeira identidade e nem relatar nada do que já viveu. Ele tem o anonimato assegurado e é protegido de qualquer ingerência relativa ao seu passado, graças a um decreto-lei francês de 1911. O legionário é juridicamente uma "pessoa não-civil", ou seja, por ser portador de uma identidade fictícia, não existe de fato. Por conseguinte, não pode se casar, nem tirar carteira de motorista, nem comprar imóveis ou veículos. Em suma, o soldado só existe para a Legião Estrangeira. Independente do estado civil, ele é considerado solteiro e sem vínculos familiares. Salvo em raríssimas exceções, ele pode obter a real identidade antes do término do contrato.

Engajados por um período compulsório de cinco anos, sem nenhum direito a desistência antes do prazo, os legionários estão sujeitos a uma disciplina severa dentro e fora da caserna. Prisão por deserção, tolerância zero para toda e qualquer falta, tratamento rude — "na porrada" mesmo, segundo Santos. Essas são só algumas das condições aceitas sem pestanejar por estrangeiros que salvaguardam os interesses de uma das sete potências mundiais e que cumprem sem titubear as letras miúdas do contrato. Esse, diga-se de passagem, é assinado logo de cara, na primeira semana, mesmo por aqueles que não falam uma só palavra da língua francesa. "Assinamos um papel atrás do outro, sem tradutor nem nada. A gente entrega a vida para eles no ato", afirmou Santos.

Uma investigação minuciosa impede o recrutamento de condenados por crimes comuns, apesar de que "delitos leves" são relevados. Não existe, no entanto, definição do que a Legião Estrangeira entende por delitos de pouca importância. Pelo código da unidade, terroristas e demais criminosos procurados pela Interpol não são aceitos em nenhuma hipótese.

Asiáticos, europeus do leste e latino-americanos (com destaque para os brasileiros) somam 70% da Legião Estrangeira. Franceses mesmo, só 19%

A maior parte dos legionários, cerca de 70%, vem de países que não falam francês. Em 2005, dos 900 novos engajados, 32% eram de eslavos provenientes do Leste europeu, sobretudo da Romênia, Rússia e ex-repúblicas soviéticas. Em seguida, vieram os latino-americanos, 24,5%, com destaque disparado para o Brasil. Soldados de nacionalidade francesa ou originários de ex-colônias somaram 19%. Os asiáticos, especialmente os chineses, são numerosos.

Além dos benefícios trabalhistas, sociais (férias, seguro-saúde e conta em banco, por exemplo) e toda a documentação concedida por um país conhecido por respeitar os direitos do homem, eles ainda podem requerer a cidadania francesa ao cabo dos cinco anos de serviço. O direito é assegurado por lei, bastando para isso apresentar um atestado de boa conduta expedido por um comandante da Legião Estrangeira às autoridades competentes.

Os legionários recebem seus vencimentos quase que totalmente livres de despesas. As refeições feitas no quartel são gratuitas de segunda a sexta-feira, e nos finais de semana pagas à parte (cerca de 4 euros – cerca de 10 reais). Aos salários iniciais, em torno de mil euros para quem serve no continente e de 1,5 mil para os alojados na ilha da Córsega, juntam-se os prêmios e bonificações pagos, quando os soldados partem em missões fora do território francês. Conforme o caso, os soldos podem até triplicar.

A reportagem tentou por diversas vezes contato por telefone e email com um dos quartéis da Legião Estrangeira na região de Paris, mas não foi atendida.

Desde que ingressou nas fileiras da Legião Estrangeira, em maio de 2005, o ex-piloto de helicóptero Marcos dos Santos já partiu em missões de prevenção em países como o Djibuti e Costa do Marfim (na África), e Nova Caledônia, possessão francesa na Oceania. Segundo Santos, os legionários recebem as instruções sobre o que vão fazer poucos dias antes do embarque. As missões duram de três a quatro meses.

Viajar sem conhecer o país de destino, os problemas lá vividos ou os interesses da França no local não é problema. "Somos mercenários", afirma legionário brasileiro

Santos disse que o fato de viajar às cegas, sem conhecer com detalhes os problemas políticos e sociais dos países para onde é mandado, sem entender bem porque a França envia tropas para lá, fere sua ética, mas não chega a lhe tirar o sono, e pelo jeito nem o bom humor. "Somos mercenários, esqueceu?", comentou, rindo.

Santos deixou uma vida financeira e profissional estável no Brasil e desembarcou no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, indo direto ao quartel Fort Nogent, em Fontenay sous Bois, cidade na periferia leste da capital francesa. Tinha a frase em francês decorada na ponta da língua: "Eu quero me alistar na Legião Estrangeira". Ele passou por exames médicos e psicotécnicos durante uma semana. "Eles querem ver se o sujeito é muito retardado", satirizou.

Na Legião, Santos, divorciado e pai de um menino de oito anos, teve mantida a nacionalidade brasileira, mas ganhou outra identidade: Roberto da Silva, literalmente seu nome de guerra. Depois da pré-seleção, foi levado para o quartel de Castelnaudary, na cidade de Aubagne, sul da França, onde ficou quatro meses sendo submetido, continuamente, a uma série de rigorosos testes físicos e psicológicos.

O legionário disse que a experiência em Aubagne beirou os limites do suportável. Conforme Santos, quem não tem muita estrutura emocional "bate os pinos cedo". A pressão a que são submetidos é intensa, relatou. "Assim que chega, a gente é obrigado a aprender os hinos e o código de honra da Legião em francês, repetindo as frases como papagaio, sem saber o que está cantando, como numa lavagem cerebral. E debaixo de pontapé". Santos contou também que o candidato que não decora direito as letras do hinário é obrigado a passar a noite fazendo flexões e lavando banheiro.

Nos finais de semana, folga e direito de ir à cidade. Mas nada de discotecas, baladas com mulheres ou bares mal-afamados. "Somos controlados. Temos que ter um comportamento exemplar"

Dono de uma saúde perfeita, Santos pôde se dar ao luxo de escolher onde iria servir na Legião. E ele escolheu justamente o regimento mais difícil — o dos paraquedistas, os mais expostos em situações de combate. "Eu sabia que era ralação, mas quis assim mesmo. Por aventura. Verdade mesmo", garantiu, sério.

A rotina na ilha da Córsega, contou Santos, se resume a fazer faxina, cuidar das fardas, lustrar botas, praticar exercícios físicos e estar sempre "ligado", pronto para ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite. Nos finais de semana, impecavelmente uniformizados, os legionários são liberados para ir à cidade, apesar de que nem tudo o que diz respeito à vida mundana é permitido. Nada de discoteca, de baladas com mulheres ou bares mal afamados. "Somos controlados. Temos que ter um comportamento exemplar", acrescentou.

Ainda que convicto do que faz, Santos não recomenda a ninguém o alistamento. "Não me arrependo. Queria conhecer o mundo, me aventurar. Ninguém morre antes da hora. O que não posso fazer é enganar os que querem vir, dizer que isso aqui é fácil. Eu mesmo não sei te falar se vou agüentar até o fim. Tem uns caras que não suportam e caem fora", alertou. O legionário disse que não sabe se vai pedir a cidadania francesa. "Não faço planos", concluiu.

Caso fique até o final do contrato, que termina em dois anos, Santos pode trazer para casa, por baixo, mais de 50 mil euros. Para isso, além de economizar, ele ainda tem que sair ileso de missões em países como o Gabão, Afeganistão, Kosovo ou qualquer outro lugar do mundo onde estoure um conflito que afete a França.

Mais:

Gaúcho pretende seguir carreira
Ex-sargento do exército brasileiro, Luís da Costa, já lutou pelos interesses da França em dois países africanos

Legionários são heróis na França
Desde 1831, quando o exército mercenário foi criado pelo rei Luís Felipe, mais de 35 mil de seus membros já morreram, em dezenas de batalhas mundo afora

Legião Estrangeira
Site oficial em Português

Brasileiros na Legião Estrangeira
Matéria com o mesmo assunto pela BBC Brasil

Legião Estrageira no You Tube
Alguns vídeos reunidos relacionados a Legião Estrangeira
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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Autofagia capitalista começa pelas bordas


Recebi por e-mail o artigo do Gilberto Souza, editor chefe do Jornal Correio do Brasil, lá do Rio de Janeiro. Me surpreendi com o esse texto vindo de um editor de um jornal brasileiro. Não que eu tenha algum preconceito, mas conheço muito bem a pauta que seguem os editores da maioria dos jornais. Destoam explícitamente do que está sendo comentado no texto em questão.

Acho interessante reproduzi-lo aqui e assim fazermos uma reflexão de como nosso comportamento vai se engessando conforme os interesses capitalistas nos vai conduzindo. Sem que com isso percebamos os caminhos que vamos percorrendo.
Confira abaixo;


No capitalismo, população de rua é o fim da cadeia alimentar

O drama da população que mora nas ruas das principais capitais e grandes cidades brasileiras nos apresenta um país degradado. O Brasil das trevas. Câmeras dispostas no prédio do Ministério Público, no Centro do Rio, flagram miseráveis matando miserável a porrete. A poucos quilômetros dali, debaixo de um viaduto, menino ateia fogo em meninos e meninas com espuma encharcada em gasolina. Uma delas, grávida, morre carbonizada. Barbárie.

As metrópoles desta nação, qual organismos vivos e autofágicos, degradam-se na medida direta em que as contas bancárias do capitalismo especulativo engordam, mundo afora. A globalização - essa estranheza que hoje nos permite saber a velocidade com que o bater de asas da borboleta, no Japão, transformar-se-á no furacão extra tropical que varre Santa Catarina - também apresenta uma face sombria, alucinada. A crueldade do ser humano, resquício genético das savanas, adormece apenas quando o estômago está forrado, a cama pronta e a cabeça feita. Sem uma dessas três prerrogativas, ou sem todas elas, que é o caso desses desvalidos, cenas de absoluto descaso com a vida, como a estas que assistimos no cotidiano, serão uma realidade mais cruel e estúpida do que imaginou Dante, a caminho do Inferno.

Durante séculos e, mais recentemente, por décadas de arrogância militarista e corrupção desvairada, espraiadas no último governo liberal, de FHC, construiu-se nesse país a idéia de que haveria uma classe dominante e outra, de dominados. E a meta dos dominados deveria ser a de chegar ao estágio dos dominantes. Estes, igual àquela brincadeira da gata-parida, lutam com unhas e dentes para manter o status quo, custe o que custar, salve-se quem puder. Sim, porque no time dominante a escassez é uma exceção, enquanto aos dominados é a regra. Gerir esse processo se convencionou chamar de "mercado". Manter esse rodízio é a tarefa do próprio sistema.

Ocorre, no entanto, que os recursos são finitos. As commodities, como o tal "mercado" apelidou o milho, o feijão, a farinha e o combustível, entre outros bens necessários à vida no mundo, não bastam para todos, segundo o conceito de quem dominou as civilizações até hoje. O resultado são esses miseráveis que, famintos, sem um teto e entorpecidos com benzina ou outra droga qualquer, matam, roubam, estupram, incendeiam, rastejam sob os viadutos, se escondem, morrem.

Fica mais fácil reconhecer a perversidade do mundo em que vivemos quando um tal de João que, por não se saber o sobrenome dele se convencionou chamar de Brasil, matou um tal de Toquinho que dormia sob uns farrapos na calçada. Chega a ser cristalina a injustiça que se pratica no dia-a-dia, na forma de ver o mundo, de compactuar com o sistema, quando uma Flávia Souza, de 15 anos, grávida de um mês, e Wellington Alves, de 16 anos, são queimados vivos.

No momento em que a Organização das Nações Unidas, em um comunicado oficial, dirige-se ás nações dominantes e dizem para eles que não é possível manter os subsídios aos seus agricultores, sob pena de meio mundo morrer de fome, é um sinal de que a casa começou a cair. É o primeiro estalo. Outros já são ouvidos quando o presidente brasileiro fala que é "sacanagem" essa investida contra o programa de autosustentabilidade energética do país, uma das poucas coisas boas já vistas na direção certa de se salvar esse planeta da extinção, por enquanto. Os governantes desses povos ainda não perceberam que os anéis se foram há muito tempo. Agora, o risco é de perderem os dedos.

O poder béligerante que usurpa o petróleo do Iraque, em uma guerra de mentiras, é o mesmo que arrebenta a cabeça do pobre coitado numa rua carioca. São fatos interligados pela trama do imperialismo e da ambição. Ainda não perceberam, esses que vivem aí amealhando muito mais do que precisam para viver, que acumulam fortunas absurdas e latifúndios inimagináveis, que a cidadania - hoje traduzida no exercício do direito a três refeições por dia - é um fato irreversível. A África, o Brasil, a América Latina, com a rara exceção da Colômbia, a, Rússia, a China e a Índia, entre outros cantos do mundo, descobriram que essa história de dominantes e dominados é conversa fiada.

Nem todas as bombas do sr. George W. Bush ou os seus cães adestrados vão impedir que o restante do planeta coma três vezes, de sol a sol, e, mais saudável, construa um teto sobre suas cabeças, agora feitas não com as drogas, que levam miseráveis a matar miseráveis, mas com idéias, cultura e educação.


Link do texto;

http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=138427

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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Breve história da Bolívia e de Evo Morales

Para ver melhor este vídeo, desligue a estação musical do blog, a direita da página.

Saiba um pouco mais sobre a história da Bolívia nestes últimos tempos. Assim, creio, é possível fazer-mos um julgamento crítico de como nossa mídia vem tratando a situação em que a elite reacionária da Bolívia insulfla a população boliviana contra um governo eleito democraticamente usando de todos os subterfúgios possíveis.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Bolívia em disputa


A luta de classes, muito bem explicada por Marx e Engels não é coisa do passado. Mesmo que a todo momento não percebemos uma ou outra "insatisfação" dos trabalhadores que lutam para sair do refluxo das lutas sindicais muito pouco incipiente nos dias atuais. Ainda mais quando nossa mídia faz a cobertura jornalística dessas lutas, sempre de maneira negativa. Essas lutas de classe não vem acontecendo apenas Brasil. Apesar de que elas são perceptíveis apenas nos sindicatos combativos, que se esforçam para conscientizar as bases da categoria frente a exploração do trabalho pelo capital. No mundo, acredito que esta situação seja mais emblemática na Bolívia. Que ultrapassa a luta imediata sobre salário e condições deste, mas de poder.

Por séculos nas mãos de uma elite reacionária e racista. E quando esta perde o jogo, organizado e arbitrado por ela, tentam de diversas maneiras permanecer no poder. Tentando manter esta estrutura de exploração. Foi assim com a eleição de Evo Morales na Bolívia. Após o referendo, ilegal, promovido em Santa Cruz pela elite daquela região e entrincheirada no poder daquele departamento, não foi reconhecido por nenhuma instância internacional multilateral. O pleito teve mais 40% de abstenções e apesar disto, a imprensa daquela província, nas mãos da elite reacionária, sustentam números de 86% de "aprovação." As informações que tenho é que o índice de abstenção foi maior do que as duas últimas eleições realizadas ali. Tenho absoluta certeza de que se não houvesse apoio político internacional o Presidente Evo Morales já teria caído.

Governos eleitos democraticamente tem de se submeterem a um jogo desigual, já que boa parte das instâncias políticas e instituições permanecem nas mãos de quem sempre ocupou o poder. Sempre foi assim. Sempre será?

Acompanhem mais a situação do que vem ocorrendo na Bolívia clicando nos links abaixo.


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Especial Brasil de Fato; A Bolívia em disputa

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O desrespeito do governo americano em relação a soberania da Bolívia

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Guerrilha do Araguaia - As Faces Ocultas da História - Trailer

Para ver melhor este vídeo, desligue a estação musical do blog, a direita da página.

Navegando pela internet descobri o trailer do documentário Guerrilha do Araguaia - As Faces Ocultas da História.

A história é um importante fator de consciência política e histórica que é imprescindível para sermos um ser humano cada vez melhor e comprometido com valores universais do ser humano.

Leia um pouco mais sobre o documentário abaixo e depois veja o trailer, que contribuirá para entender um pouco mais sobre a história do Brasil que muitas vezes tentam esconder "atrás da porta".

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo divide-se: capitalista ou comunista, e vê-se perdido no terror psicológico dessas duas ideologias - é a guerra fria.

No início dos anos 60 vivia-se um ambiente revolucionário, com uma nova onda do comunismo espalhando-se pelo mundo. No Brasil, o PCB divide-se. A ala mais radical resgata a sigla PC do B, faz a opção pela luta armada e alia-se à China. A região escolhida para a implantação da guerrilha rural é o Bico do Papagaio, mais precisamente as margens do rio Araguaia, à época uma das regiões mais isoladas do país. É para lá que são enviados militantes, a partir de 1967. O endurecimento da ditadura militar, com a instauração do AI 5, em 1968, leva para a luta armada muitos militantes, em especial estudantes jogados na clandestinidade. Eles constituirão a maioria dos quadros guerrilheiros.

“Guerrilha do Araguaia - As faces Ocultas da História” revela a verdadeira face da história, tentando trazer à luz aquilo que foi escondido pelos militares e pelo comando da guerrilha, neste episódio cheio de mistérios e silêncios, onde 59 guerrilheiros enfrentaram 10 mil militares durante 2 anos de luta, na maior operação militar brasileira desde a Segunda Guerra Mundial.

Ficha Técnica
Duração: 55 minutos
Ano: 2007
Direção: Eduardo Castro
Co-produção: Eduardo Castro – Ana Cristina Evangelista / Idéia Produções / TV Brasil Central

Pólo DOCTV Goyaz

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Entrevista com relator do Projeto de Lei 29/2007


Volto a fazer menção a discussão da PL 29 porque acredito que quanto mais nos familiarizarmos com o assunto, melhor compreensão do que está acontecendo teremos.

Fazendo minhas pesquisas pela internet descobri a entrevista do Deputado
Jorge Bittar- PT, relator do Projeto de Lei 29/2007. A entrevista foi realizada para o canal Record News, que, diga-se de passagem, tem dado um banho de Jornalismo no canal de notícias das organizações Globo, condicionada a ficar filtrando notícias negativas que venham comprometer os governos tucanos do passado e presente.

Acompanhem, através dos links abaixo, a entrevista do parlamentar que, além de ser esclarecedora, é muito pedagógica.

Entrevista 1ª parte Relator PL 29/2007 Deputado Federal Jorge Bittar PT

Entrevista 2ª parte Relator PL 29/2007 Deputado Federal Jorge Bittar PT



Mais links interessantes;
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http://www.jorgebittar.com.br/
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domingo, 11 de maio de 2008

Programação de conteúdo nacional e de qualidade


É isso que esperamos no Projeto de Lei 29 que está no Congresso e que em breve entrará em votação. Muitos não sabem, mas essa iniciativa vem de encontro ao fomento de produções nacionais de programas de tv para canais por assinatura.

Quem não tem tv por assinatura talvez não tem a mínima idéia para que serviria uma lei exigindo programação mínima de conteúdo nacional. Mas quem tem, certamente está recebendo apenas uma campanha orquestrada pelas operadoras de Tv por assinatura, através de sua representante a ABTA. Que não quer que suas afiliadas se vejam obrigadas a exibir esse tipo de programação com um pouco mais de conteúdo nacional. Apresentam uma campanha demagógica nos canais de tv, jornais e revistas. Dizendo que isso tiraria a liberdade do telespectador escolher aquilo que quer. Já não chega o lixo cultural a que somos submetidos pelas produções estrangeiras nesses canais e que, muitas vezes, são copiadas para as emissoras de tv aberta?!

Posso afirmar com absoluta certeza que me sinto tremendamente insatisfeito com a operadora de TV por assinatura Você TV, que presta serviço pra mim. Ela não oferece os canais básicos, gratuitos que há em toda operadora que pesquisei. Os canais da TV Câmara, TV Senado, da Assembléia, da Justiça e das TVs Educativas me são negadas como a todo cliente da operadora. Um absurdo. Se elas podem ter esse "direito" de sonegar uma programação de conteúdo nacional, também tenho direito como cidadão exigir que meu parlamentar vote a favor dessa iniciativa.

Se o projeto de Lei 29/2007 for aprovado, não quero ver elas (operadoras de tv por assinatura) correrem fora de suas obrigações como acontece hoje em outras questões.

Veja os links abaixo e fique mais por dentro. Esta é uma luta que deve ser de todos.

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As mentiras da ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura)
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"Detalhes" podem reduzir impacto das cotas para produção nacional
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A campanha demagógica
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As migalhas da TV por assinatura
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Abismo entre produção independente e emissoras de TV aberta
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sexta-feira, 9 de maio de 2008

Críticas - de direita e de esquerda - ao governo Lula - por Emir Sader


Em noite inspirada o mestre e doutor Emir Sader, escreveu um texto muito interessante em seu blog a respeito das diversas críticas que o atual governo federal recebe dos dois espectros políticos. Achei tão interessante que vou disponibilizar o texto aqui no Pimentus.

Apesar de ser longo, o texto nos faz refletir qual seria o propósito coerente delas. Já que há muitos paradoxos entre alguns pensamentos e outros. Que fundamentos poderiam ser usados para extraficar as diversas nuances que essas críticas contém?

Leiam o texto abaixo ou acompanhem-no diretamente de seu blog clicando
aqui;

Críticas - de direita e de esquerda - ao governo Lula

O governo tem sido alvo de muitas críticas e elogios, de direita e de esquerda, contraditórios entre si, de forma alternada e, às vezes, simultânea. A virulência com que a direita critica e os massivos meios monopólicos de comunicação com que ela conta, provocam tanto uma defesa exacerbada de quem tem críticas, como a impressão de que essas posições são compartilhadas por muita gente na sociedade.

As pesquisas de opinião têm desvendado, cada vez mais, a esplêndida solidão dos Frias, dos Marinhos, dos Civitas, dos Mesquitas e seus funcionários. Eles seguem definindo, neuroticamente, a pauta que deveria ser a do país. Tomemos os últimos anos e nossa história seria uma cadeia de escândalos do governo, de não menos de 10, primeiro duravam meses, depois semanas, outros esboçam viver e morrer no nascedouro. São decadentes, mas se aferram a seus venenos, como bichos prensados contra a parede, desesperados pela sua impotência. Fazem a contagem regressiva para 2010, nervosamente.

Suas críticas são tipicamente as da direita, as mesmas que compartilham com o bloco tucano-pefelista: menos Estado – o que significa, para eles, não menos financiamentos privados, isenções, mas menos contratações de pessoal, menos gastos com políticas sociais, menos impostos; trocar a integração latino-americana e com o Sul do mundo, por aquela tradicionalmente submissa com o Norte; nenhum tipo de regulamentação estatal, nem no mercado de trabalho, nem na política de comunicações, nem na circulação de capitais; mais privatizações. Sua utopia se realizava no governo FHC, com quem se identificaram plenamente. Gostam de qualquer candidato que derrote Lula ou tire votos de quem seja o candidato mais forte a dar continuidade ao seu governo.

Prefeririam um neoliberal ortodoxo, como foi Alckmin, não gostam de certos tons desenvolvimentistas que Serra ainda poderia ter como herança, mas tem a garantia, pelos seus governos na prefeitura e no governo do estado, que atende a todas as demandas do grande empresariado, que é adepto de seguir as privatizações, de diminuir o tamanho do Estado, de diminuir impostos, de favorecer aos investimentos brancos, de não colocar obstáculos à especulação financeira.

É fundamental situar essas posições, para que críticas de esquerda não se confundam com elas, porque estas são absolutamente contraditórias com aquelas. Cito um caso de confusão entre as duas, que favorece a direita: na discussão sobre a CPMF, na versão final da proposta, se tratava do que a esquerda deveria pregar: um imposto difícil de ser sonegado, pago por quem dispões de mais recursos e todo ele para a saúde pública. Tudo o que a direita não quer: tributação sobre os mais ricos, que não podem contornar e que vai para políticas sociais. O senador do Psol votou contra, cometendo um grave equívoco, somando-se à direita e ajudando a confundir ainda mais o quadro de polarização entre direita e esquerda.

Há outros casos, mas este é mais recente e mais significativo, porque muito caro à direita: menos impostos, menos Estado e tratar de brecar as políticas sociais do governo – considerando que diminuiriam o prestígio do governo Lula e dificultariam a eleição de um sucessor seu. Tomam o governo Lula como inimigo fundamental, não se importam de se somar à direita para atacar o governo, aceitam a polarização entre governo/oposição, tem em comum com esta a vontade de enfraquecer o governo, de qualquer forma, pela consciência de que se o PT não desaparecer, não terão possibilidade alguma.

Em lugar de ser um crítico de esquerda, que apóia o que governo tem de esquerda – como veremos na segunda parte deste artigo, entre outros, a política externa, a política social, a política cultural, etc. -, atacam tudo e rifaram a possibilidade de construir uma alternativa à esquerda do PT, ficando relegados à intranscendência política.

Seria preciso assumir que o governo tem aspectos elogiáveis e outros condenáveis, do ponto de vista da esquerda. Qualquer simplificação leva a erros imensos, seja o de buscar justificativas de esquerda para a política econômica – uma verdadeira quadratura do círculo -, seja a condenar o governo como o inimigo fundamental da esquerda, o que leva a somar-se com a direita.

As ambigüidades do governo são inúmeras e o próprio Lula afirma que nunca os ricos – e aqui é preciso dizer, antes de tudo os bancos – nunca ganharam tanto e nunca os pobres melhoraram tanto de vida. Condenável a primeira, elogiável a segunda. Uma não é condição da outra, ao contrário, quanto mais ganhe o pior capital possível – não cria bens, nem empregos, chantageia com ameaças de forjar crise com fugas, etc -, menos recursos para impulsionar o desenvolvimento, criar riqueza, gerar emprego, aumentar os recursos para políticas sociais, etc.

Essa a primeira grande crítica que o governo merece da esquerda: não rompeu com a hegemonia do capital financeiro – na sua modalidade especulativa – e, ao contrário, lhe deu continuidade e consolidou a independência, de fato, do Banco Central, expressão política e institucional dessa hegemonia. Os juros remuneram ao capital financeiro, da mesma forma que os lucros ao produtivo e os salários à força de trabalho.

Manter as taxas de juros mais altas do mundo, atraindo o pior tipo de capital, não cobrar-lhe impostos para que circulem livremente para dentro e para fora do país, dar autonomia para que sua representação direta no governo defina uma variável fundamental para a economia do país, mas também para os recursos para políticas sociais, é um erro que tem que ser reiteradamente criticado pela esquerda. Mas como toda esquerda politicamente séria, não apenas crítica crítica e dogmática, é preciso apresentar alternativas e elas existem, recentrando a economia nos investimentos produtivos e as políticas sociais na criação de empregos.

Outro aspecto que merece crítica é a aliança com o grande capital exportador, especialmente o do agronegócio, seja pela forma de exploração da terra, seja pelo seu caráter monopólico, seja pela utilização de trangênicos, seja porque se voltam para a exportação e de um produto como a soja, com todas suas implicações negativas. Além de que inequivocamente essa aliança está na base da não promoção – que deveria ser central em um governo de esquerda – da economia familiar e da segurança alimentar, assim como do avanço totalmente insuficiente da reforma agrária.

Um terceiro aspecto central do governo, que deve ser objeto de crítica da esquerda, é a não caracterização dos EUA como cabeça do imperialismo mundial, com todos os danos que causa à humanidade, a começar pela política de “guerras infinitas”. O Brasil não pode se relacionar com os EUA como se fosse apenas um país rico, tem que levar em conta que é a cabeça do bloco imperialista que, de todos os pontos de vista – econômico, financeiro, tecnológico, político, militar, ideológico, mediático – representa o que de pior tem o mundo hoje, responsável pela concentração de renda, pelas políticas de livre comércio, pela miséria, pela degradação ambiental, pelas guerras, pela especulação financeira, pelos monopólios da mídia, pela propaganda de um estilo de vida mercantilista, etc, etc. Não tomar o imperialismo como referência central no mundo de hoje leva a cometer graves erros e a correr sempre riscos de se deixar levar pelas políticas do império.

Poderíamos acrescentar outros aspectos, como a repressão e não o incentivo a rádios comunitárias, o atraso (se bem que agora com uma boa posição no caso de Rondônia) sobre a delimitação das terras indígenas, a não abertura dos arquivos da ditadura.

Esta a primeira parte do artigo, a segunda, com os aspectos positivos do governo, que deveriam ser apoiados e incentivados pela esquerda, vem em seguida. Mas também com os elogios da direita, contraditoriamente distintos do da esquerda.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um "cala boca" legal


Você assistiu o depoimento da Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff no Senado? Eu não. Mas estou me deliciando com o que estou encontrando nos jornais e sites de notícias sobre a maneira com que ela respondeu ao senador fanfarrão Agripino Maia. Aquele senador da oposição que fica esperneando no senado para chamar a atenção. Pois é, o dito quis colocar saia justa na Ministra e foi ele quem saiu sem as calças de lá.

Acho interessante abordar um pouco o do pq desta maneira vilipendiosa de fazer oposição. O senador, bem como seu partido, o DEMo, são históricos representantes do "liberalismo brasileiro". Do capitalismo arcaico, parecido com o início do capitalimo e término do feudalismo na Europa. Digo isso para ser mais exato. Essa turma tem a idéia fixa de Estado mínimo, acreditam que o mercado é a solução pra tudo.
Historicamente, torcem e mantém a estrutura que vivemos em nossa sociedade. Esse partido, do senador obtuso, tentou fazer uma "remodelagem" na roupagem que ostentam. O que era antes PFL agora "virou" Democratas (DEMo). O "o" é opção nossa em dar um toque personalizado na sigla, para deixá-la mais transparente e revelar com quem de fato esse bando tem compromisso.

O que de fato me chamou a atenção, no assunto em questão, foi a maneira com que a Ministra se comportou no depoimento que teve de fazer naquela casa. Sabia que iria encontrar senadores extremamente ansiosos por tentar pegá-la em algum deslize. Usaram de tudo para tentar desestabilizá-la, inclusive resgatando afirmações dela sobre quando viveu lutando na ditadura. Sua serenidade e objetividade deixaram os senadores da oposição desarmados. Restando apenas esperniarem após o depoimento dela no senado para imprensa, onde eles têm palanque garantido pela nossa mídia golpista.

Saiba mais, muito mais pelos links abaixo;
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quarta-feira, 7 de maio de 2008

A luta pela Democratização da Comunicação


Quero dizer aos fiéis leitores do Pimentus que este blog apóia toda e qualquer iniciativa que vise a democratização dos meios de comunicação.
Apesar de não ser uma singularidade neste continente, a democracia, de fato, não chegou a esses meios em nossa sociedade. E diversas entidades, movimentos da sociedade civil e partidos políticos têm-se esmeirado em tocar pra frente essa luta pela democratização desses meios que deve ser de todos. Nesse sentido, o Forum Nacional pela Democratização da Comunicação irá realizar sua 14ª plenária na cidade de Brasília. Confira;

Para estimular e ampliar a participação dos Comitês Regionais, e das demais entidades interessadas, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) prorrogou para o dia 12 de maio os prazos referentes às inscrições à XIV Plenária Nacional da entidade. O evento acontecerá nos dias 16 e 17 de maio, em Brasília/DF.

Assim, até a próxima segunda-feira, poderão ser feitas inscrições de delegados e observadores, associação de entidades nacionais e regionais, registro de Comitês Regionais e inscrição de Teses e Propostas de Resoluções. No dia 14 de maio, será divulgada a lista oficial das entidades nacionais, Comitês Regionais, inscritos e habilitados a participar da XIV Plenária, bem como será feita a distribuição eletrônica das Teses e Propostas de Resoluções.

Conforme já divulgado, as Teses devem ter como base a proposta temática do FNDC para a Conferência Nacional de Comunicação, tema da XIV Plenária.

Todas as datas já foram atualizadas nas instruções sobre a XIV Plenária.
O Fórum é uma importante instância de luta e organização de nossa sociedade para pressionar o governo a implementar políticas que consolidem a democracia em nossa sociedade. Fique por dentro e participe também.
Abaixo disponibilizo alguns links que são voltados a esse assunto;
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terça-feira, 6 de maio de 2008

Jornal O Globo desinforma.


Vejam no post abaixo, do Blog do Mello, na qual reproduzo aqui, como o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, ligado as organizações Globo, da família Marinho, desinforma uma notícia conforme sua concepção ideológica da disputa política que está ocorrendo na Bolívia. Exatamente como sempre denunciamos aqui.

É o tipo de jornalismo esgoto, na qual estamos sujeito todos os dias, não só através dos jornais, mas das emissoras de televisão, de rádio e de revistas. Leia com atenção e faça seu julgamento;
Chamada na primeira página de O Globo hoje:

'Bolívia aprova autonomia de Santa Cruz'

O "sim" à autonomia do departamento boliviano de
Santa Cruz de la Sierra ganhou ontem com 86% dos votos apurados. A abstenção foi
muito alta, cerca de 40%, segundo os institutos de pesquisa. Houve 25 feridos em
diversos protestos.
O apressado, ou desinformado, que lê a chamada pensa que
a Bolívia foi às urnas ontem. Errado. A Bolívia não votou nada ontem.
O
departamento de Santa Cruz convocou, ilegalmente, a população daquele
departamento para ir às urnas votar por sua autonomia. Então, como se pode
afirmar em manchete que a Bolívia aprovou algo?
Como se pode divulgar
porcentagem da apuração de um referendo ilegal, que não teve fiscalização ou
reconhecimento nem da OEA, nem da Comunidade Européia, nem da ONU?
Como se
pode dar respaldo, afirmar que “O "sim" à autonomia do departamento boliviano de
Santa Cruz de la Sierra ganhou ontem com 86% dos votos apurados”, se a votação
foi convocada (mais uma vez: ilegalmente), patrocinada, votada e fiscalizada
pelas mesmas pessoas?
Além do mais, como a chamada pode afirmar que o “sim”
ganhou ontem com 86% dos votos apurados, se as apurações terminam apenas na
sexta-feira, e a própria matéria publicada pelo jornal na página 21 informa que
a porcentagem de 86% não se refere a votos apurados, mas a pesquisa de
boca-de-urna, desqualificando assim a chamada da primeira página?
E mais:
essa mesma pesquisa de boca-de-urna publicada pelo jornal estima o não
comparecimento em 50%. Portanto, pela pesquisa, o “sim” é minoria, o “sim”
perdeu, pois teve 86% dos votos de apenas 50% dos eleitores de Santa Cruz, o que
dá 43%.
São tantos erros em tão poucos centímetros quadrados, que a gente
fica em dúvida: Incompetência ou má-fé?

domingo, 4 de maio de 2008

A tentativa de divisão da Bolívia


Segue neste domingo a tentativa das forças reacionárias da elite racista da Bolívia em querer a divisão política e econômica desse país.
O Departamento (de Estado) da Bolívia, Santa Cruz, promove um referendo político de autonomia, frente as decisões de caráter nacional. Ou seja, próprias do governo do presidente da Bolívia Evo Morales.
Com amplo apoio dos meios de comunicação, o referendo segue aos tropeços, devido as forças populares que são contra o referendo. Que diga-se de passagem, não há reconhecimento político por parte do governo boliviano e muito menos de instituições multilaterais internacionais. Apenas o governo americano (como sempre) destoa dos posicionamentos dos governos dos países da América do Sul e da OEA (Organização dos Estados Americanos). Abaixo mais alguns links que podem contribuir para um melhor entendimento do que está acontecendo na Bolívia;

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