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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olha a vaca da candidatura do José Serra indo pro brejo



É isso mesmo. Literalmente a expressão tem um fundo de verdade. A candidatura das forças conservadoras e reacionárias está indo pro Brejo. Não bastasse as pesquisas dos institutos de opinião confirmar a queda avassaladora, intermitente e fragorosa de José Serra, o TSE além de tirar o palanque eletrônico Verde dos Tucanos no Rio de Janeiro, permitiu que o ex governador Antony Garotinho concorra ao governo daquele Estado. O resultado disso é maior enfraquecimento dessa candidatura do PSDB ainda mais forte num importante Estado do Sudeste como é o Rio de Janeiro.

Alguns analistas políticos acreditam que com essa configuração no Estado carioca, José Serra chegue no máximo a pouco mais de 30% dos votos. Fernando Gabeira que está representando parte do eleitorado do Rio, bem como a tábua de salvação da elite reacionária carioca, perde mais apoio ainda devido a um novo player na disputa pelo Estado. Abaixo links com análise mais profundas do brejo em que a candidatura do PSDB está se metendo.

Serra perdeu palanque Verde no Rio

Nascendo pêlo em Tucano

Dilma no Roda Viva

Não fiz nenhum comentário aqui a respeito da entrevista de Dilma Rouseff no programa Roda Vida, mas vou fazer agora. Achei muito fraca as perguntas, a candidata nadou de braçada. Deu a impressão de que estavam com medo de questioná-la. Ué, não eram eles (PIG) que viviam dizendo que ela não tem condições de participar de um debate ou de entrevistas naquele tipo de configuração?! Pois é, mesmo com ajuda da grande imprensa, a candidatura de José Serra vai se desmanchando, aos poucos.

Veja abaixo o passeio que Dilma deu nos jornalistas da grande imprensa brasileira.



Para assistir melhor o vídeo, desligue a estação musical do blog, à esquerda da página. Para assistir a sequência, basta clicar no vídeo e seguir para a página do Youtube. As opções da  se encontram na direita da página do site do Youtube.

sábado, 26 de junho de 2010

Defesa escolhe o Rafale e decisão final será do presidente




Por Marcelo Rech
D
epois de muitas especulações, o ministério da Defesa decidiu escolher o caça Rafale, de fabricação francesa, para integrar a Defesa Aérea Brasileira.

A decisão foi tomada com base apenas em questões técnicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convocar o Conselho de Defesa Nacional para discutir o assunto.

Uma exposição de motivos de cerca de 40 páginas que será assinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, e da Marinha, Almirante Moura Neto, confirma a escolha. O documento está dividido entre os pontos positivos e negativos de cada um dos três aviões finalistas – Rafale (Dassault), Gripen NG (Saab) e F-18 (Boeing).

Cada parágrafo remete a documentos elaborados pela Força Aérea e pela Marinha. A Marinha foi consultada visando os porta-aviões de 50 toneladas que serão incorporados no futuro. Também foi assegurada a participação da Embraer em todas as etapas do projeto. Além disso, a empresa negocia com a França o desenvolvimento e a venda do cargueiro militar KC-390.

Em dezembro do ano passado, a Força Aérea entregou um relatório que colocaria o F-18 como vencedor e não o Gripen, como se chegou a especular. Nelson Jobim mandou a FAB refazer o documento para adequar a pontuação à Estratégia Nacional de Defesa (END).

A FAB teria utilizado os mesmos critérios do FX1, que foi cancelado no início do primeiro mandato de Lula em 2003. Na época, o custo de manutenção, o preço unitário do avião e o pacote de contrapartidas comerciais eram os itens que mais pontuavam.

Desta vez, a transferência de tecnologia valeu 40 de 100 pontos. Ao final do governo Fernando Henrique, valia apenas 9 pontos em 100. O Gripen NG teve a melhor avaliação quanto à transferência de tecnologia, mas perdeu muitos pontos em outros itens e foi considerado um projeto de alto risco. Na prática, o avião sueco só teve boa avaliação no início do processo. O Rafale, por sua vez, só foi mal no quesito preço. A hora vôo do Gripen está calculada entre US$ 7 e US$ 8 mil. A Saab prometeu que ficaria em US$ 3 mil. Confirmada a decisão, a Saab estará em maus lençóis, pois o Gripen NG é o único projeto da empresa junto com a modernização das versões C e D do mesmo avião.

A própria Suécia não adquiriu o avião e só o fará se o negócio com o Brasil sair. Já o Rafale tem mais de 100 unidades entregues e outras 180 encomendas. O modelo está bem avaliado nos Emirados Árabes Unidos e na Suíça. O F-18 Super Hornet, da Boeing, está bem cotado na Índia.

ANÁLISE DA NOTÍCIA

O fato de o Ministério da Defesa ter optado pelo Rafale não significa que o processo está concluído ou que será confirmado pelo presidente Lula. Há uma eleição no horizonte próximo e não seria nenhuma surpresa que a decisão ficasse para a próxima administração. A escolha foi técnica. O governo acredita poder compensar, no âmbito da aliança estratégica com a França, o fato de o Rafale ser o mais caro entre os três finalistas.

A Embraer também ganha, e muito. Eleito o Gripen, ela apenas participaria do projeto. Com o Rafale, estará liderando o processo. A empresa também envolve o desenvolvimento e a comercialização do cargueiro KC-390 no negócio. Os Estados Unidos não poderiam, por lei, fechar um negócio de compra do Super Tucano em troca da venda do F-18, como se especulou recentemente.

Jobim pediu mudanças porque não aceita uma compra de prateleira, como disse várias vezes em audiências públicas realizadas no Congresso. Ele quer a industrialização da Defesa e o domínio da tecnologia pelo Brasil. E acredita que isso será possível com a eleição do Rafale."
FONTE: reportagem de Marcelo Rech publicado no correio eletrônico: inforel@inforel.org e transcrito no site WWW.fab.mil.br. O autor, Marcelo Rech, é jornalista, editor do InfoRel e especialista em Relações Internacionais, Estratégias e Políticas de Defesa e Terrorismo e contra-insurgência.”

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um dia sem Globo


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Um dia é pouco, mas aceitamos a proposta e estamos divulgando. Faça você também um grande serviço cívico. Não emburreça passivamente por um dia. Na próxima sexta, não assista nada pela TV Globo, dê uma folga pra sua TV e para os seus neurônios.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Tratamento Global


Apesar de não ser tão fã de futebol e estar pouco ligado à essa Copa, não poderia deixar de comentar o episódio dos palavrões do Dunga e a choradeira da Rede Globo em torno caso. Antes porém justificar um constrasenso por não estar pulando e vivendo as alegrias e frustrações de acompanhar a seleção como boa parte dos brasileiros que estão fazendo isso. Em 1982, quando eu tinha doze anos de idade, entrando na adolescência, fui acometido por uma das maiores tristezas de minha vida. Vi a seleção de Zico, Sócrates, Falcão ser desclassificada pela Itália na Copa da Espanha. Jurei pra mim mesmo que faria o possível pra não sentir aquela tristeza de novo. Desde então, apesar de não viver essas tristezas, com as desclassificações de nossa seleção ao longo dos anos, também não vivo as alegrias de suas conquistas. Parece chato, né?! Mas pra mim não é. É uma questão de opção. Fico inclusive até mais a vontade pra brincar com os amigos quando vejo reclamarem por causa de algum jogador ou pelo treinador que não fez aquilo que acreditavam que seria o melhor. Realmente parece que temos mais de 190 milhões de técnicos aqui. Bom, isso é uma coisa, vamos à outra;

Tenho muito mais acesso às informações através da net do que pela TV ou pelo Rádio. Trabalho conectado à internet e dar um pulinho nos sites de notícias acaba sendo uma obrigação. Sem contar que para cada site de notícia, dou uma espiada em alguns blogs de referência. Como já disse antes, internauta que não faz isso, é facilmente manipulado pela mídia. Que é o que a Rede Globo de televisão está querendo. Foi na internet que vi pipocar o caso noticiado e os comentários que vieram a seguir. A Globo está acostumada a ter um tratamento VIP com seus jornalistas, e os mesmos parecem inconformados por ter de trabalharem com uma pauta tão enxuta. Não está sendo fácil tirar leite de pedra, né?! Fazer matérias sobre os sul-africanos que ficaram do lado de fora, das guloseimas que vendem nas feiras e mercados da Cidade do Cabo ou dos estádios imponentes que foram construídos naquele país, já foram noticiados. O assunto agora tem de ser da seleção, já que sobre os outros times do mundo não tem problema. O treino é livre pra que os jornalistas possam acompanhar um tombinho aqui ou outra brincadeira dos jogadores ali. Mas ter as portas dos treinos fechada, está enfurecendo os jornalistas. Mas é uma opção do treinador. Oras, nós sabemos como a emissora tem um comportamento de fritar quem quer que seja se não atende seus interesses, que nem sempre são esportivos. Por conta disso, numa entrevista recente, Dunga perdeu a paciência com o jornalista da TV Globo Alex Escobar. - As imagens, captadas em entrevista coletiva, são apresentadas aqui com alguns poucos palavrões, podem ser vistas no final deste post. - Pronto, foi o suficiente para que os moralistas de plantão, em torno  da defesa do colega, saíssem a campo e tomar a grade de programação da emissora. Num jogo aqui, num programa ali ou numa outra chamadinha acolá, lá está as imagens sendo comentadas e o Dunga literalmente sendo espinafrado pelo staff global. É o jeito da Vênus Platinada querer resolver a situação.

Abaixo do vídeo acompanhe em outros blogs o mesmo assunto de maneira mais completa.




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Indispensável pra quem faz jornalismo ou quer entender Jornalismo



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Por Renato Rovai


O livro Liberdade de Imprensa x Liberdade de Expressão de Venício A. de Lima é uma obra fundamental para muitos, mas indispensável para daqueles que consideram importante o debate da democratização da comunicação no Brasil.

Primeiro, porque não há nenhuma outra obra no país que resgate a construção histórica dos termos liberdade de imprensa e liberdade de expressão da forma como fez Venício. Segundo porque ao invés de utilizar o caminho fácil de debatê-las ancorado na compreensão marxista clássica, ele fez toda a discussão do livro “a partir das premissas liberais, consolidadas e praticadas em sociedades que têm servido de referência à nossa democracia”.

Ou seja, Venício joga no campo dos adversários e a partir das suas construções históricas consegue demolir suas teses atuais que, em geral, misturam conceitos de maneira intelectualmente desonesta.

O prefácio do livro é do professor e jurista Fabio Konder Comparato, que afirma que o “o povo brasileiro tem sido regulamente impedido de exercer o poder soberano. De um lado, por falta de adequada informação sobre as questões de interesse público; de outro, pela impossibilidade em que se encontra o conjunto dos cidadãos de manifestar publicamente suas opiniões ou protestos”.

Tanto Venício quanto Comparato, além de Luis Nassif e Mino Carta, estarão participando do debate de lançamento de Liberdade de Imprensa x Liberdade de Expressão na segunda feira, 21, às 19h, no Sindicato dos Engenheiros, na rua Genebra, 25, Centro, próximo à Câmara Municipal de São Paulo.

Apareça por lá e ajude a divulgar este evento passando o convite para os seus amigos.

Além da Publisher Brasil, que editou o livro, faz parte da organização do evento o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

sábado, 19 de junho de 2010

Organizações Globo pode perder TV Globo de SP na Justiça




 Por Helio Fernandes

Caminha para seus capítulos finais a mais espantosa novela da vida jurídica nacional: o caso da usurpação da antiga TV Paulista por Roberto Marinho, durante a ditadura militar, quando ele se sentia à vontade para fazer o que bem quisesse, acima da lei e da ordem.

Ao que parece, está em boas mãos o recurso especial interposto pelos herdeiros dos antigos acionistas da TV Paulista (hoje TV Globo de São Paulo, responsável por mais de 50% do faturamento da rede) contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que julgou prescrita a ação, favorecendo no caso a família Marinho.

Trata-se de uma Ação Declaratória de Inexistência de Ato Jurídico, e o relator do processo é o ministro João Otávio de Noronha, mineiro, nascido em Três Corações e que está no Superior Tribunal de Justiça desde dezembro de 2002. A partir de abril passado, ele preside a Quarta Turma do STJ, encarregada do julgamento.

De acordo com o Anuário da Justiça editado pelo Consultor Jurídico, o ministro João Otávio de Noronha não fez carreira na magistratura e nem no Ministério Público. Foi nomeado ministro do STJ pelo quinto constitucional. Sua atividade profissional desenvolveu-se, em especial, no Banco do Brasil, onde ingressou em 1975. Por 17 anos foi advogado dessa instituição financeira, tendo inclusive exercido o cargo de diretor jurídico de 2001 a 2002, pouco antes de ser nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Nenhum outro jornal, revista, site ou blog, faz acompanhamento desse importantíssimo julgamento no STJ, que parece correr sob “SEGREDO DE JUSTIÇA”, mas na verdade o que existe é “SEGREDO DE IMPRENSA”. Como se trata de um processo do interesse fundamental da família, no qual o patriarca Roberto Marinho surge praticando falsificação de documentos e uma série de outros crimes, o interesse da máfia da imprensa é soterrar, sepultar e emparedar esse julgamento.

Nos dois primeiros julgamentos, na Justiça do Rio de Janeiro, os resultados foram favoráveis à família Marinho, mediante fraude, leniência e favorecimento, exclusivamente isso. Na forma da lei, com base no que está nos autos, as sentenças teriam sido amplamente desfavoráveis à TV Globo.

Para proteger os interesses do mais poderoso grupo de comunicação do Hemisfério Sul, a “solução jurídica” encontrada por seus defensores, a família ZVEITER, foi julgar o processo como se fosse uma AÇÃO ANULATÓRIA, para então declará-lo “PRESCRITO” por TRANSCURSO DE PRAZO.

Foi um monumental erro jurídico, porque um dos fundamentos mais importantes no processo é justamente a forma da ação. Assim, ação anulatória é uma coisa, ação declaratória de inexistência de ato jurídico é outra completamente diferente, com uma peculiaridade essencial: a primeira prescreve, a segunda, não.

No processo contra a TV Globo, em nenhum momento se fala em AÇÃO ANULATÓRIA. O que existe é, única e exclusivamente, uma AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE ATO JURÍDICO. Assim, como pôde a juíza (não citarei o nome dela por piedade) julgar uma ação declaratória como se fosse ação anulatória. A magistrada (?) agiu como um feirante que confunde abacaxi e abacate, porque ambos são frutas. Ha!Ha!Ha!

O pior é que, no julgamento em segunda instância, os ilustres desembargadores (também por piedade, não citarei os nomes) confirmaram a sentença grotescamente equivocada, erro que nem mesmo o mais iniciante acadêmico de Direito ousaria cometer.

Parodiando Rui Barbosa, até mesmo as paredes do STJ sabem que uma ação declaratória não se confunde com ação anulatória, sendo pacífica a jurisprudência daquela Corte de que a ação declaratória é mesmo imprescritível.

A “Tribuna da Imprensa” é o único jornal brasileiro que desde 2000 vem acompanhando a luta dos herdeiros da família Ortiz Monteiro (os antigos acionistas da TV Paulista) na Justiça, onde buscam declaração sobre a inexistência de venda da TV Paulista por parte de seus parentes para o jornalista Roberto Marinho, entre 1964 e 1975.

No processo, o Espólio de Roberto Marinho e a TV Globo sustentam que, de fato, nada compraram da família Ortiz Monteiro, antiga controladora daquele canal, já que teriam adquirido 52 % do seu capital acionário de Victor Costa Júnior. Mas acontece que , segundo o Ministério das Comunicações, esse cidadão nunca teve ação alguma da TV Paulista e muito menos foi seu acionista controlador.

Parece um caso nada complexo, já que os próprios donos da TV Globo de São Paulo, defendidos pelo escritório dos ZVEITER, admitem que nada compraram de Oswaldo J. Ortiz Monteiro e de outros acionistas, que formavam o grupo majoritário.

Quanto ao restante das ações, 48%, pertencentes a acionistas minoritários, pouco há a fazer, vez que o empresário Roberto Marinho delas se apossou em 1976, alegando que os seus titulares, 625 acionistas, não foram localizados e nem se interessaram em buscar seus direitos. Por conta disso, fez um depósito simbólico de Cr$14.285,00 (quatorze mil, duzentos e oitenta e cinco cruzeiros) no Banco Nacional. Já imaginaram quanto não valeriam hoje esses 48% do antigo capital da Rádio Televisão Paulista S/A, hoje, TV Globo de São Paulo?

Estou sabendo que essa atípica e insustentável apropriação será denunciada na ONU, na OEA e, se cabível, até no Tribunal Penal Internacional, já que no Brasil qualquer ato ilícito societário não denunciado em tempo, é considerado prescrito, GERANDO, por decorrência, direito líquido e certo ao autor da ilicitude ou da infração societária.

Como já escrevi, a família Marinho controla a TV Globo de São Paulo, mas administrativa (perante o governo federal) e juridicamente não conseguiu ainda legitimar essa posse, pois, apesar das vicissitudes e das inacreditáveis “aberturas” legais, continua sem justificativa e explicação razoável a anacrônica transferência da concessão e do controle acionário daquele canal para eles, por meio de SIMPLES PORTARIAS, NÃO ACOMPANHADAS DE DOCUMENTAÇÃO VÁLIDA E CONVINCENTE.

***

PS – Os responsáveis pela TV Globo alegam que PERDERAM os documentos originais da compra e venda das ações e que, na pior das hipóteses, seriam os donos legais da emissora por conta do tempo transcorrido e do próprio usucapião. USUCAPIÃO EM TRANSFERÊNCIA DE CONCESSÃO FEDERAL? Essa é nova.

PS2 – Para alguns procuradores da República, que investigaram essa questão, tudo não passou de uma farsa mal montada, com documentos falsificados e que não geram direito algum, pois o ato nulo não tem validade hoje e nunca.

PS3 – Aliás, na Procuradoria da República já existe um procedimento administrativo sobre esses fatos, e providências legais poderão ser implementadas tão logo o ministro João Otávio de Noronha, presidente da 4ª. Turma do STJ, leve a julgamento o recurso especial interposto contra a família Marinho e a TV Globo, isto, independentemente do que venha a ser decidido.

PS4 – Com justa razão, o jurista Oscar Dias Correia, ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Justiça, tinha pavor de advogar no Rio de Janeiro. Dizia ele: “Na Justiça do Rio, tudo é possível”. É justamente o que se comprova no caso desse processo contra a TV Globo.


Leia também posts do Blog do Mello. A história é escandalosa:

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Factóide do dossiê



O dossiê do dossiê do dossiê, que de dossiê não tem nada, foi denunciado, execrado, martelado e divulgado pela nossa mídia com tanta pompa que chegamos a fase dela sumir das manchetes e irmos aos fatos. O ex-delegado da PF, Onésimo de Souza, voltou a afirmar que se reuniu com pessoas que tentaram encomendar um suposto dossiê a respeito de Serra. Na verdade só repetiu o que já havia falado, não apresentou prova nenhuma. No blog do deputado Brizola Neto temos a informação de uma das pessoas presentes no "tal" encontro, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., está disposto a falar tudo. Mas até o momento não foi convocado para depor. Ora, alguém aí sabe pq apenas o ex delegado foi chamado, sem provas nenhnuma pra repetir o que já havia dito? É o jogo rasteiro de quem quer holofote num factóide pra salvar uma candidatura destinada a derrota.



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A idéia de um encontro nacional de blogueiros começou a circular em maio. Protagonizada pelo jornalista Luís Carlos Azenha, sustenta-se na idéia de reunir blogueiros do Brasil inteiro pra discutir formas de aprimorar a blogosfera, tendências e troca de informações. A iniciativa de colocar a idéia adiante reuniu blogueiros de peso como o próprio Luís Carlos Azenha, Rodrigo Vianna e Paulo Henrique Amorim. Sendo que estes certamente participarão contribuindo com formidável conteúdo. Sim, conteúdo, porque muitos ainda pensam que só a estética seduz. O que não é verdade. Blog deixou de ser só um diário de mágoas e impressões subjetivas a respeito da vida e de sentimementos. Se transformou com o tempo e muita luta num veículo de informação independente. Contumaz contra a manipulação midiática. Escrever no blog pode ser um exercício delicioso, de se expressar uma atitude ideológica e profissional. Estes dois últimos é que garantiram conquistar essa credibilidade que ele tem agora. Internauta antenado não absorve notícias sem antes dar uma olhadinha em seus blogs de referências.


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A difícil equação do PT no Estado do Maranhão. Por conta de articulações no sentido de garantir palanque, tempo na TV e importante aliado no Estado, o Diretório Nacional resolveu intervir no PT maranhense. Foi o bastante para que Domingo Dutra, parlamentar histórico do PT, inclusive seu fundador, entrasse em greve de fome pela interferência no PT estadual do Maranhão. Segundo Leandro Fortes, que escreve no blog "Brasília, eu vi"; "Uma história cujo resultado funesto é esta sublime humilhação pública do PT local, colocado de joelhos, por ordem da direção nacional do partido, ante a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado, depois ter decidido apoiar o deputado Flávio Dino, do PCdoB, durante uma convenção estadual partidária legal e legítima, por meio de votação aberta e democrática." Essa situação já está preocupando o comando da campanha de Dilma.

                         

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O QUE ESTÁ EM JOGO



Por Carta Maior

"Medidas tomadas antes da crise mundial desobstruíram os canais do consumo popular no Brasil no 2º mandato do governo Lula , mas ninguém ousava dar aos fatos o corolário redefinidor de uma nova estratégia de crescimento. Em 2008, quando o comércio internacional desabou, a metamorfose adquiriu nitidez plena e a ficha caiu. A  demanda doméstica estava  ineditamente preparada para  assumir a liderança da engrenagem produtiva nacional, reservando-se às exportações o papel  essencial de contrapeso aos desequilíbrios externos inerentes aos grandes ciclos de expansão econômica. Não se trata apenas de um ajuste de ênfase, mas de um novo encadeamento entre forças econômicas e políticas da sociedade. Os fatos desmentiram o dogma neoliberal de que era impossível engatar o comboio  do crescimento a outra locomotiva que não a do comércio exterior. Consolidou-se assim a margem de manobra ideológica para a emergência de uma dinâmica que ganharia legitimidade progressiva dentro e fora do governo. Protagonistas desse processo, entre eles o próprio Presidente da República, viram  desfilar pedagogicamente diante de seus olhos os resultados benignos de impulsos heterodoxos até então vetados pelo dogma neoliberal. É essa travessia histórica impulsionada por um crescimento de vigor e consistência desconhecidos no país nos últimos 40 anos -embalado, ademais, pela potencialidade do pré-sal, que reforça o equilíbrio das contas externas--  que adiciona frescor à candidatura Dilma Rousseff. É ele também que impõe à sucessora de Lula a tarefa de ir além da mera continuidade, para aprofundar, injetar equilíbrio e garantir o longo curso a esse modelo. Por razões opostas, é essa mesma engrenagem que espreme o horizonte histórico do candidato José Serra a ponto de quase esgana-lo, privando-o de um discurso pertinente. Ora udenista, ora ‘lulista', mas permanentemente desprovido de um catalisador que o legitime como alternativa de futuro, Serra depende cada vez mais de uma escandalização do processo eleitoral para alavancar seu nome. Essa guinada lacerdista é a alternativa defendida  abertamente pela extrema direita que compõe a coalizão demotucana, amplificada  por veículos de imprensa conhecidos. Nessa borda do desespero avulta o impasse pela escolha do vice que deve compor a chapa do conservadorismo brasileiro."

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PSDB aumenta exposição de Serra no Rádio e TV


Serra/Nosferatu todo dia, toda hora em nossa TV. Assim nóis num guenta.

Que horror! Ontem cheguei mais cedo da faculdade e fui pra TV. Não é que comecei a ver assombração de dois em dois minutos na telinha?! Bem, não era bem uma telinha. Ela tem 29 polegadas, mas que fiquei horrorizado fiquei. Em tempos de desespero o comando da campanha do PSDB planejou colocar José Serra de maneira que os brasileiros se embebedassem com as imagens e promessas contidas nas inserções dos comerciais da propaganda gratuita do partido. Serão 40 inserções desses comerciais nos meses de junho a julho na tentativa de evitar mais queda nas pesquisas do candidato. É o desespero total. Além dessas "pílulas indigestas", que serão veiculadas várias vezes ao dia, seremos obrigados a acompanhar também seu programa partidário que deve acontecer amanhã a noite. Olha a dica aí pra desligar a TV ou ir bater um papo com o vizinho sobre como o Brasil deve continuar a crescer e dar oportunidades para todos os brasileiros.

Essa disposição de apostar quase que todas as fichas nessa grande exposição do candidato das elites conservadoras, de nosso país, pode não dar certo. Por um bom tempo a coordenação do candidato esteve entre a cruz e a espada. Pois apostar esse movimento justamente durante a copa do mundo, onde as atenções estão mais voltadas para os jogos e menos para política, pode desagradar. Mas não foi isso que eles pensaram. Acreditam que com todo mundo estando com os olhinhos na TV ou os ouvidinhos no rádio, Serra vai ser enfiado na cabeça do povo. Só falta o tiro sair pela culatra. Já pensou  num momento de diversão, talvez até de tensão, já que nossa seleção não está jogando essas coisas, aparece aquela assombração repetidas vezes. Aff!!!

Depois de não conseguir dar seu abraço de afogado no governador Aécio Neves, que sai candidato a Senador pelo Estado de Minas Gerais, Serra vem amargando quedas nas pesquisas de intenção de voto, apesar da intensa exposição midiática, que vem conseguindo através dos empresários dos veículos de comunicação. Posso garantir a vocês, que essa condição favorável, não acontece apenas nos grandes meios de comunicação. Nas emissoras de rádio do interior de São Paulo, onde visito-as regularmente, é comum em programas jornalísticos, dessas emissoras, o radialista ou jornalista intensificar assuntos simpáticos ao candidato assombroso em detrimento de sua adversária. Cabe a nós fiscalizarmos e denunciarmos essa irregularidade. Como sabemos nossa elite atrasada dispõe desses mecanismos de manipulação e controle ideológico há anos. Ainda bem que teremos mais uma grande oportunidade de mudar isso.

Querem saber o que é Nosferatu?! Clique no nome aí.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Desavenças no ninho tucano e com os DEMos pode afundar Serra de uma vez


Não é mais segredo. As desavenças por conta do desentendimento na escolha do vice do candidato tucano José Serra saiu dos bastidores e se torna público. Dizem as "boas" línguas que o modo autoritário e centralizador de Serra tem contribuído para que isso tome corpo. Tradicional partido aliado, o DEM, tem admitido que se não ter o vice na chapa à presidência da República, não haverá coligação. O efeito imediato disso é a diminuição de tempo na TV, perca de palanques nos Estados e fragorosa debandada dos poucos votos que José Serra tenta segurar. Não só ele, né?! Nossa mídia golpista também tem tentado fazer isso, mas não tem conseguido.

Ao contrário do ninho tucano, nas astes petistas a coisa anda tão boa que está difícil segurar o entusiasmo pelo que o comando da campanha de Dilma tem sentido. Há quem diga que Dilma leva essa eleição já no primeiro turno. O presidente Lula alertou, no lançamento da candidatura de Dilma Rousseff, de que vem jogo sujo por aí. Dossiês criados, mortos e ressuscitados podem ser apenas a pontinha do iceberg. Avançar sempre, mas com calma.

Ontem a noite assisti parte da entrevista da outra candidata pelo PV, Marina Silva, no Roda Viva da TV Cultura. E especificamente num assunto que me interessa ela desandou. E fez feio. Afirmou, para dar coro à mídia golpista e que tem sido generosa com ela, de que condena tentativas do controle público na "liberdade de imprensa". Ora o controle público certamente é para  coibir a libertinagem na imprensa. E não ao contrário. Creio até que possa ter usado o termo incorreto, mas deu-me a entender de que sua postura nesse quesito foi apenas para agradar nossa mídia golpista que tem usado de todos os meios para garantir que os votos destinados a Dilma também possam migrar pra ela e assim fazer acontecer um segundo turno.

Apesar dos pesares (fabricação de factóides, espaços generosos do candidato tucano na mídia e empurrãosinho na outra adversária presidencial), a campanha tem seguido aquilo que se esperava; Dilma deve ser realmente a presidente do Brasil pra desespero de nossas elites atrasadas e tacanhas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Conheça o vídeo de uma hora do ataque de Israel à Frota Humanitária



Para assistir melhor o vídeo, clique pra tocar, seguidamente para pausar e assim carregá-lo e desligue a estação musical logo abaixo, do lado esquerdo. Se preferir assistir diretamente da origem, basta clicar duas vezes no vídeo.

domingo, 13 de junho de 2010

Serra, o cínico


Por Brizola Neto

Peço aos leitores que me perdoem a dureza da linguagem, mas sou um ser humano que possui estômago. E ele embrulha.

Qualquer pessoa tem o direito de ser conservadora. Qualquer pessoa tem o direito de ser elitista, direitista, tem o direito de desprezar a idéia de que o Brasil tenha um destino próprio e de acreditar que o nosso país deva seguir, mansamente, as regras do “mercado”.

É da democracia conviver com isso. E a crítica a isso se situa no campo das idéias, da política, do debate.

Outra coisa, bem diferente, é ser cínico, mentiroso, dissimulado.

Esta questão está no campo do caráter, não no da política.

José Serra é um personagem politicamente inadequado para presidir o Brasil, na minha opinião. Mas isso é só uma opinião.

Mas José Serra é um homem moralmente inadequado para ser presidente dos brasileiros. E isso não é uma opinião, é um fato.

Ele não quer se qualificar por suas idéias. Quis fazê-lo pela simulação de um “lulismo” que não resitiu por mais do que alguns dias.

Agora, quer fazê-lo pela detratação dos adversários, à custa de golpes de esperteza.

Hoje, nos jornais, José Serra, ataca a campanha de Dilma pelo suposto “dossiê que ninguém vê”. como já tinha feito antes.

Mas agora diz, cinicamente, que o Presidente Lula “tem o direito” de fazer campanha por Dilma, “desde que seus atos estejam dentro da legalidade”.

Ora, sr. José Serra, o senhor não tem a menor condição moral de falar em legalidade.

O senhor é um infrator contumaz da lei porque feriu ontem, pela segunda vez, a letra expressa da lei.

A lei 9.096, que diz, literalmente:

§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título:

I - a participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;

O senhor sabe ler, senhor José Serra? O senhor também não sabia disso? O senhor vai se esconder sob a desculpa cínica de que não sabia também que o PPS ia colocá-lo como estrela de seu programa, como alegou, com a mais completa caradura, quando ocupou o programa do DEM, 15 dias atrás?? Não sabe que o PTB fará o mesmo daqui a outros 15 dias? Está nos jornais, senhor José Serra, e o senhor sabe e vai fazer, ciente de que viola a lei e contando com a impunidade.

O fato de o senhor contar, até agora, com a incrível inação do Ministério Público Eleitoral ante suas transgressões pode eximi-lo do julgamento legal, mas não afasta o julgamento moral sobre suas atitudes.

O senhor age como ums espertalhão, acobertado por uma mídia que buzina de segundo em segundo contra qualquer menção, mesmo indireta, de Lula a Dilma mas que não dá um pio diante do que o senhor deliberada e escandalosamente faz.

O senhor é um dissimulado, é um mau exemplo para qualquer homem público, porque não apenas é um transgressor, mas sobretudo porque é um covarde, que nem sequer assume seus atos.

Ligações Serra com um criminoso condenado


Leandro na Carta:
Amaury vai entregar Dantas e Serra ao MPF

Por Paulo Henrique Amorim

Na edição que chega hoje às bancas, a Carta Capital publica reportagem de Leandro Fortes sobre as ligações entre Daniel Dantas e José Serra, que estão na origem do dossiê do dossiê do dossiê anti-Serra.


Leandro organiza o quebra-cabeças em que se tornou a questão. Na verdade, o que está em jogo é a publicação logo após a Copa do Mundo do livro do repórter Amaury Ribeiro Jr. com o título “Nos Porões da Privataria”.
Clique aqui para ler “O livro que aloprou o Serra”.

A reportagem de Leandro revela que, logo após a Copa, Amaury publicará o livro e entregará ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro os documentos sobre a privatização de FHC e as ligações de Daniel Dantas com José Serra.

O MPF ainda investiga as circunstâncias em que o governo FHC/Serra vendeu o patrimônio publico ao “brilhante” Daniel Dantas.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Na pista do factóide


De um segundo encontro em uma confeitaria de Brasília ao roubo de arquivos, novos detalhes da mal-ajambrada trama do dossiê anti-Serra que ninguém viu



Nas últimas semanas, os eleitores brasileiros acompanharam o desenrolar de uma série de informações desconexas sobre um escândalo inexistente baseado em um dossiê fantasma a ser montado por uma equipe de arapongas jamais formada. Ainda assim, a história está longe de acabar. O tal dossiê, na verdade um livro sobre os bastidores do processo de privatização durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, voltará a ser notícia depois da Copa do Mundo, provavelmente no fim de julho.

É o período mais provável para o autor do texto, o repórter Amaury Ribeiro Júnior, com passagens por alguns dos principais veículos de comunicação do País e colecionador de prêmios jornalísticos, entregar ao Ministério Público Federal as informações e documentos coletados por ele ao longo de dois anos de investigação. Em seguida, vai publicar a obra, 14 capítulos que o autor acredita serem capazes de abalar os alicerces do PSDB às vésperas das eleições de outubro.

Antes, porém, é preciso esclarecer as circunstâncias que, em 5 de abril, levaram a uma mesa do restaurante Fritz, na Asa Sul de Brasília, os cinco personagens de uma trama rocambolesca, cujo início ainda tem pontos obscuros. A partir desse encontro, CartaCapital buscou reconstituir os bastidores dos acontecimentos que resultaram na crise inaugurada a partir de uma reportagem publicada pela revista Veja em 29 de maio, mas costurada antes no submundo político brasiliense, graças, em parte, ao grau de amadorismo dos envolvidos na confusão e em grande medida à guerra eleitoral que se aproxima.

Na batalha de versões estabelecidas entre as partes envolvidas no escândalo do dossiê que ninguém viu, o primeiro a falar foi, justamente, o primeiro a cair, o empresário Luiz Lanzetta, dono da agência Lanza, responsável na campanha da pré-candidata Dilma Rousseff pela contratação de profissionais da área de comunicação, 14 ao todo. No fim de março, Lanzetta diz ter percebido a existência de vazamentos de informações de dentro do comitê do PT, instalado em uma casa no Lago Sul de Brasília. Nessa altura, havia se instalado uma clara divisão na área de comunicação. De um lado, Lanzetta, levado à campanha pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, amigo de Dilma Rousseff. De outro, o grupo do paulista Rui Falcão, igualmente próximo à ex-ministra.

Atribui-se o vazamento a essa luta interna pelo controle da área de comunicação na campanha. Tanto Pimentel quanto Falcão se dizem amigos fraternais e negam qualquer divergência ou briga por mais espaço e poder.

Preocupado com os vazamentos, Lanzetta procurou apoio de um velho conhecido de fora da campanha, Ribeiro Jr.. A ideia era contratá-lo para a equipe de Dilma Rousseff de forma a conseguir também, a partir do perfil profissional do repórter, informações sobre os movimentos do adversário. Até aí, nada de novo no front eleitoral brasileiro, onde investigações mútuas entre candidatos são tão comuns quanto a impressão de “santinhos” de campanha.

Ao saber das preocupações de Lanzetta, Ribeiro Jr. decidiu convocar uma fonte antiga, o sargento Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ex-agente da Secretaria de Inteligência da Aeronáutica (Secint). O araponga disse ao jornalista conhecer o nome certo para o serviço na casa do Lago Sul, Onézimo Sousa, ex-delegado da Polícia Federal e investigador com 30 anos de experiência. Decidiu-se marcar o citado almoço no restaurante Fritz. O quinto participante do encontro seria Benedito Oliveira Neto, empresário do setor gráfico e de eventos de Brasília, possuidor de contratos com o governo federal. Oliveira Neto teria sido convidado à reunião por Lanzetta para atuar como “testemunha”. Os dois também se conhecem de longa data.

Na versão de Lanzetta, sustentada por Oliveira Neto e Ribeiro Jr., Onézimo Sousa foi consultado somente sobre a montagem de um esquema de segurança interna do comitê da campanha petista para detectar de onde saíam os vazamentos e arranjar um jeito de evitá-los. Suspeitava-se, ainda, da existência de escutas telefônica e ambientais na casa. Segundo Lanzetta, Sousa os alertou de que era “antipetista”, mas engatou uma conversa sobre uma centena de dossiês que, segundo ele, estariam sendo produzidos por uma equipe encabeçada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) contra aliados da base do presidente Lula, principalmente do PT e do PMDB. “Ele disse que tinha sido do lado de lá, que conhecia esses caras todos”, afirma Lanzetta. O “antídoto” para os vazamentos apontados por Sousa, segundo o empresário de comunicação, seria um sistema de contraespionagem ao custo de 180 mil reais por mês. “Aí eu encerrei o assunto, me levantei e fui embora.”

A
CartaCapital Sousa afirmou nunca ter oferecido serviço algum a Lanzetta ou a ninguém do PT. “Da minha parte, tenho como provar tudo que eu disse. Nunca citei o Itagiba. Fui ao restaurante, ouvi uma proposta indecente e saí”, contou o ex-delegado, em entrevista por telefone, na terça-feira 8, de um quarto de hotel localizado fora de Brasília, em local não revelado por ele. A proposta indecente seria a de investigar o candidato José Serra, interpretada por ele como ordem implícita de fazer grampos telefônicos nas linhas do tucano e de seus aliados políticos. Antes de sair do restaurante, o araponga deixou com Lanzetta um cartão de apresentação em que se lia apenas “Onézimo Sousa – Advogado – OAB-DF 13600”, seguido do endereço do escritório e dos telefones de contato.

“Estou com a consciência tranquila, porque foram eles que me chamaram. Até estranhei, porque não sou petista”, diz Sousa. Uma semana depois, o ex-delegado iria encontrar o mesmo cartão nas mãos do jornalista Policarpo Júnior, chefe da sucursal da Veja em Brasília. Como ele pode garantir ser o mesmo cartão? “Fiz uma marca de identificação nele.” Passados alguns dias da reunião no Fritz, uma equipe de repórteres da Editora Abril já estava no encalço dos participantes do almoço. Ou seja, de algu-ma forma, e com bastante rapidez, a informação havia sido vazada para a imprensa. O delegado passou a achar que o vazamento partira de alguém que esteve no encontro no restaurante.

Sousa, a quem Policarpo Jr. conhece há quase duas décadas, foi um dos primeiros a ser contatados. Quando viu o cartão de visita nas mãos do repórter, perguntou como ele havia conseguido o papel. “Ele me disse que tinha vindo da casa”, conta o ex-delegado. “Eu entendi que a Veja tem alguém lá dentro”, afirma. Por isso mesmo, concluiu que havia caído em uma armadilha, principalmente quando soube, logo depois, que também Ribeiro Jr. tinha sido entrevistado.

Por sete semanas, o staff da campanha petista ficou na expectativa sobre o que poderia ser publicado sobre o almoço do restaurante Fritz. Portanto, ao menos os mais bem informados integrantes do comitê sabiam da preparação da reportagem. Nesse intervalo, além de Sousa e Ribeiro Jr., o deputado Rui Falcão foi procurado pela revista. “Eu sabia que o assunto estava no ar. Mas eles não registraram nenhuma declaração minha”, diz Falcão.

Em 29 de maio, uma matéria truncada foi publicada em Veja com foto e declaração do ex-delegado Sousa, mas sem nenhuma linha sobre o livro de Ribeiro Jr., o que, obviamente desmontaria a tese do dossiê tão alegremente sustentada pela mídia nos últimos dias, ainda que, a exemplo do suposto grampo contra o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes (outra contribuição da revista da Editora Abril ao jornalismo “investigativo” à brasileira), faltem alicerces para manter a versão de pé.

Na iminência da publicação, Sousa decidiu enviar uma carta à revista, reproduzida na internet, onde se dizia “obrigado a manter o devido sigilo” sobre conversas com clientes e informou ter sido apenas sondado pelos petistas, apesar de não ter aceitado o serviço por “divergir cabalmente quanto à metodologia e ao direcionamento dos trabalhos a serem ali executados”. Na mesma semana, ele voltaria a falar com Policarpo Júnior, mas desta vez para fazer estardalhaço.

Em 5 de junho, Veja publicou uma entrevista com o ex-delegado, na qual ele soltou o verbo contra Lanzetta e Ribeiro Jr. Acusou o grupo petista de querer grampear Serra e lançou-se numa estratégia de virtual suicídio profissional, ao abrir as intenções de um cliente, mesmo não contratado. No mesmo dia, Lanzetta foi obrigado a se demitir da campanha de Dilma Rousseff. O ex-delegado agiu com o fígado, sobretudo, porque passou a ser acusado de ter sido cooptado pelos tucanos e, no passado, ter participado do núcleo de inteligência de Serra no Ministério da Saúde.

Não é verdade. Sousa jamais trabalhou com o deputado Itagiba ou no Ministério da Saúde, ou mesmo em ambientes comuns na Polícia Federal, onde ambos foram delegados. Quando na PF, Sousa fez fama como investigador profissional e corajoso, sobretudo no combate a traficantes de drogas e de armas no Rio de Janeiro, numa época em que coleta de provas e infiltração entre bandidos valiam mais que escutas telefônicas. Aposentado em 1995, fez carreira de investigador particular na Control Risks, uma renomada agência de investigação inglesa, com filial em São Paulo. De volta a Brasília, montou um escritório de advocacia no Setor Comercial Sul, embora ainda continuasse, eventualmente, a fazer serviços de investigação para uns poucos clientes. O que o levou a corroborar a tal história de arapongagem é uma pergunta que, talvez, só o tempo seja capaz de esclarecer.

Ribeiro Jr. também diz ter como provar “diálogo por diálogo” da conversa ocorrida no restaurante Fritz. Supõe-se, portanto, que tanto ele como Sousa tenham gravado tudo sem que um notasse o que o outro fazia. É certo que um dos dois está blefando, mas Ribeiro Jr. tem a seu favor o depoimento dos outros presentes à mesa, inclusive o sargento Idalberto, embora este não esteja nem um pouco disposto a aparecer em público. Em 2008, Dadá foi acusado de participar ilegalmente da Operação Satiagraha, ao lado do delegado Protógenes Queiroz, mas negou ter feito parte da ação.

Ribeiro Jr. alega ainda ter tido outro encontro com Sousa, 15 dias depois do almoço no Fritz, em uma confeitaria de Brasília, na presença do sargento Dadá. Na ocasião, conta o jornalista, o ex-delegado estava furioso por causa do vazamento da conversa com Lanzetta e o acusou de ter levado o assunto para a imprensa. “Ele achou que nós havíamos passado o cartão dele para a Veja”, explica Ribeiro Jr. “Mas é certo que o cartão dele foi roubado dentro da campanha. Também roubaram um arquivo do meu livro, colocado num computador da casa, daí o pânico (dos tucanos) em relação ao ‘dossiê’.” Sousa nega ter participado desse segundo encontro.

Além disso, Ribeiro Jr. acredita que algum hacker conseguiu entrar em seu notebook enquanto ele esteve hospedado em um hotel de Brasília e retirado um arquivo que só ele tinha: uma reportagem encomendada pelo jornal O Estado de Minas, mas jamais publicada, sobre as investigações que resultariam no livro intitulado Os Porões da Privataria e que conta com alguns trechos publicados na internet. A reportagem não publicada seria o tal “dossiê”. Diz o repórter: “Também roubaram relatórios dos custos- da casa onde fica o comitê de campanha de Dilma. Quando Veja ligou para o Lanzetta, já tinha tudo na mão”.

Enquanto o staff de Serra aproveitou o episódio para tentar consubstanciar uma aura de vítima ao redor do candidato tucano, a história provocou algumas mudanças no comitê petista. Aparentemente, o ex-ministro Antonio Palocci e o grupo paulista reforçaram sua posição na estrutura. Já Pimentel, obrigado a ceder a vaga de candidato ao governo de Minas Gerais ao peemedebista Hélio Costa, tende a se afastar um pouco de Brasília, até para cuidar de sua candidatura ao Senado.

A oposição está disposta a manter o tema aceso no noticiário, embora até o momento os resultados práticos da cruzada sejam quase nulos. Uma comissão mista no Congresso aprovou na quarta-feira 9 o convite a Sousa e a Dadá para deporem. No dia anterior, em viagem a São José dos Campos (SP), Dilma Rousseff negou que Pimentel tenha perdido espaço na campanha e voltou a chamar de “leviandade” a acusação de que alguém de sua equipe de campanha tenha preparado um dossiê anti-Serra. A candidata estava acompanhada de Palocci.

(
Foto: Monica Alves/ AE)

domingo, 6 de junho de 2010

O dossiê do dossiê do dossiê…


Por Leandro Fortes

No modorrento feriado de Corpus Christi, os leitores dos jornais foram inundados com informações sobre uma trama que envolveria a fabricação de dossiês contra o candidato tucano à Presidência, José Serra, produzidos por gente ligada ao comitê da adversária Dilma Rousseff. O time de espiões teria sido montado pelo jornalista Luiz Lanzetta, dono da agência Lanza, responsável pela contratação de funcionários para a área de comunicação da campanha petista. O primeiro desses documentos seria um relatório sobre as ligações de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB, com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Uma história tão antiga quanto os dinossauros e já relatada inúmeras vezes na última década, inclusive por CartaCapital.

A notícia sobre o suposto dossiê, que ninguém sabe dizer se existe de fato, veio a público em uma reportagem confusa da revista Veja e ganhou lentamente as páginas dos jornais durante a semana até ser brindada com uma forte rea-ção do PSDB e de Serra. Na quarta-feira 2, o pré-candidato tucano acusou Dilma Rousseff de estar por trás da “baixaria” e cobrou explicações. A petista disse que a acusação era uma “falsidade” e o presidente do partido, José Eduardo Dutra, informou que a cúpula da legenda havia decidido interpelar Serra na Justiça por conta das declarações.

Os boatos sobre a fábrica de dossiês parecem ser fruto de uma disputa interna entre dois grupos petistas interessados em comandar a estrutura de comunicação da campanha de Dilma Rousseff, um ligado a Lanzetta, outro ao deputado estadual Rui Falcão. A origem dessa confusão era, porém, desconhecida do público, até agora. CartaCapital teve acesso a parte do tal “dossiê” que gerou toda essa especulação. Trata-se, na verdade, de um livro ainda não publicado com 14 capítulos intitulado Os Porões da Privataria, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

O livro descreve com minúcias o que seria a participação de Serra e aliados tucanos nos bastidores das privatizações durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. É um arrazoado cujo conteúdo seria particularmente constrangedor para o pré-candidato e outros tantos tucanos poderosos dos anos FHC. Entre os investigados por Ribeiro Jr. estão também três parentes de Serra: a filha Verônica, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Está sendo produzido há cerca de dois anos e nada tem a ver com a suposta intenção petista de fabricar acusações contra o adversário.

É essa a origem das informações sobre a existência do tal “dossiê” contra a filha de Serra. E a razão de os tucanos terem lançado um ataque preventivo às informações que constam do livro. De fato, Ribeiro Jr. dedicou-se a apurar os negócios de Verônica. Repórter experiente com passagens em várias redações da imprensa brasileira, Ribeiro Jr. iniciou as apurações a pedido do seu último empregador, o Grupo Diá-rios Associados, que congrega, entre outros, os jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. O livro narra, por exemplo, supostos benefícios obtidos por Marin Preciado em instituições financeiras públicas, entre elas o Banco do Brasil, na época em que outro ex-tesoureiro de Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira, trabalhava lá. Para quem não se lembra, Oliveira ficou famoso após a divulgação de sua famosa frase “no limite da irresponsabilidade” no conjunto dos grampos do BNDES.

Em uma entrevista que será usada como peça de divulgação do livro e à qual CartaCapital teve acesso, Ribeiro Jr. afirma que a investigação que desaguou no livro começou há dois anos. À época, explica, havia uma movimentação, atribuída ao deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), visceralmente ligado a Serra, para usar arapongas e investigar a vida do governador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. Justamente quando Aécio disputava a indicação como candidato à Presidência pelos tucanos. “O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo”, diz o jornalista. “Entrei em campo, pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e sumiço de dinheiro público.”

A ligação feita entre o nome de Ribeiro Jr. e o anunciado esquema de espionagem do comitê de Dilma deveu-se a um encontro entre ele e Lanzetta, em Brasília, no qual se especulou sobre sua contratação para a equipe de comunicação da campanha petista. Vencedor de três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog, entre muitos outros, Ribeiro Jr., 47 anos, é conhecido por desencavar boas histórias. Herdeiro de uma pizzaria e uma fazenda em Campo Grande (MS) e ocupado com a finalização do livro, o jornalista recusou o convite.

Na entrevista de divulgação do livro, Ribeiro Jr. afirma que a obra estabelece a ligação de diversos tucanos com as privatizações e desnuda inúmeras ações com empresas offshore para fazer entrar no Brasil dinheiro oriundo de paraísos fiscais. “São operações complicadas e necessitam ser explicadas com cuidado para os brasileiros perceberem o quanto foram lesados e em quanto mais poderão ser.”

A aproximação entre Ribeiro Jr. e Lanzetta, contudo, teria sido suficiente para que grupos interessados em ganhar espaço na campanha petista desencadeassem uma onda de boatos sobre a formação de um time de contraespionagem para produzir dossiês contra os tucanos. Diante do precedente dos “aloprados” do PT, a mídia embarcou com entusiasmo na versão depois assumida com tanto vigor pelos próceres tucanos. É mais um não fato da campanha.

O mesmo fenômeno envolveu o ex–delegado federal Onésimo de Souza, especialista em contraespionagem que chegou a oferecer serviços ao PT de vigilância e rastreamento de escutas telefônicas. Como cobrou caro demais, acabou descartado, mas foi apontado como futuro integrante da tal equipe de arapongas de Dilma Rousseff.

Por ordem da pré-candidata, qualquer assunto relativo a dossiê e afins está proibido no comitê de campanha instalado numa casa do Lago Sul de Brasília. Dilma se diz “estarrecida” com as acusações veiculadas, primeiro, na revista Veja e, em seguida, por diversos outros veículos – sempre com foco na suposta espionagem, nunca no conteúdo do suposto dossiê. Aos auxiliares, a petista mandou avisar que não aceitará, “em hipótese alguma”, a confecção de dossiês durante a campanha e demitirá sumariamente quem se envolver com tal expediente.