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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Transição mais consciente



Dessa noite 2007 não passa. E com ele fica, esperamos, todas as frustrações e tristezas que tivemos por este ano não ter sido melhor. Apesar de que, já algum tempo, não se via tanta gente otimista. Bom, tudo senso comum, né?! As perspectivas econômicas a nível mundial parecem não ser tão boas*, conforme relatório do LEAP/E2020 (http://pimentus-ardidus.blogspot.com/2007/12/crise-sistmica-global-crise-do.html#links). Mas podemos dar um desconto. Último dia do ano, clima de festa e confraternização. Enfim, só alegria. A vocês, que freqüentam regularmente o Pimentus, o nosso desejo de um ano melhor, mais solidário e transformador em nossas vidas. Que as esperanças, que muitas vezes nos deixam inertes, sejam deixadas de lado e que assuma o elemento motivador de transformação em nossas consciências. Aquela atitude de iniciativa. E que se juntem ao exército de homens e mulheres que, quando não transformam, resistem aos ataques do pensamento individualista. Essa praga que assola a humanidade. Caracterizado pelo sistema capitalista que mutila idéias, arrasa sonhos e destrói vidas, mas que fatalmente têm seus dias contados na história que há por vir. Principalmente com a ajuda deste exército transformador.

Feliz Ano de mudanças, a todos.


Links relacionadoa ao texto;

http://recantodasletras.uol.com.br/natal/781204
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*http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/472001-472500/472068/472068_1.html

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mais um desastre na política externa norte americana


A notícia é sobre o Bush e não é. Vou explicar; No último dia 27 de novembro a ex-premiê do Paquistão Benazir Butho foi assassinada através de um atentado suicida durante a realização de um comício na cidade de Rawalpindi, próximo da capital Islamabad. Benazir não tinha um histórico louvável, já que existem diversas denúncias de corrupção em seu país no período que esteve a frente do governo paquistanês (é possível conhecer a trajetória desta líder através dos links abaixo). Mas o seu retorno a cena política do Paquistão se deve a tentativa do governo norte americano em garantir que tenha um aliado político na direção daquele país.

O Paquistão está situado numa região estratégica (entre a Rússia, Afeganistão, China e Índia), além de ter em seu interior focos de resistência da Al qaeda e do Taleban, inimigos mortais dos norte americanos. Benazir cairia com o uma luva nas pretensões americanas para a Ásia.


Com a morte de Benazir, as eleições presidenciais do Paquistão é uma incógnita. Quem poderá vencer as eleições, se houver eleições? Um aliado ou um adversário? Pois para o governo norte americano, quem não é seu aliado é seu adversário. Não conseguem entender o termo política externa independente. Até lá o governo de George Bush vai definhando. Nunca os norte americanos estiveram tão vulneráveis a situações que fogem ao seu controle; economia e comércio mundial, economia interna (não conseguem definir os juros de seus papéis [http://www.msia.org.br/news/367.html]), resistência de diversos países a política externa norte americana de aliados históricos (União Européia) e perda de influência em seu quintal (América Latina [Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia, Brasil, Uruguai). Se as eleições fossem limpas no México, certamente era outro país com postura independente em relação aos Estados Unidos.


O mar não está para peixe para Bush. Seus aliados pouco a pouco vão queimando o filme se manterem uma postura de aliados (lê-se submissão) mas até quando a postura deste governo decadente continuará a prejudicar o resto do planeta? Bom, lembrar que a postura que comento aqui não é pessoal. Não tem haver com personalidade de Bush, mas sim com aquilo que ele representa; A indústria de defesa norte americana, o sistema financeiro mundial e os conglomerados de comunicação dos Estados Unidos que dão suporte as suas aventuras belicistas, com o único intuito de manter o stabelishment político norte americano ao redor do mundo.

América, mesmo não sendo guru futurista, todos os sinais apontam que um dia vc vai cair. Resta saber quando.



Links relacionados ao texto;

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/12/27/327776800.asp

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http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/12/27/327775810.asp

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Clima de Festa, confraternização e solidariedade



É inegável dizer que ao chegar no final de ano o semblante das pessoas mudam. Pelo menos em sua maioria. Um clima de confraternização já começa a chegar quando chega a segunda parcela do décimo terceiro salário. Aí as preocupações outras. Estão relacionadas aos preparativos de como recepcionar amigos e parentes que vem de fora da cidade e os detalhes da organização da festa. Também é comum algumas pessoas mais conscientes ou, pelo menos, mais atentas ao infortúnio de muitos, que não têm o mesmo clima de festa por causa de suas condições financeiras e, nesse sentido, procuram dar sua parcela de contribuição para amenizar a situação. Vemos então famílias que querem ajudar, expontâneamente. São crianças de abrigos temporários e orfanatos que devem passar esse tempo de festa na casa de alguma madrinha. São as cartinhas dos Correios enviadas ao Papai Noel por crianças ou famílias pobres e que são procuradas por abnegados querendo ajudar (clique no título do texto para saber mais). Muitas coisas simples são pedidas nestas cartas. Desde alimentos (já fiquei sabendo de pão com manteiga), brinquedos usados e emprego para seus pais (móveis e utensílio de cozinhas também é comum). Saber que pessoas em condições financeiras piores do que as nossas deveria ser o motivo principal para nos mover em ajudar não apenas nesse tempo de festas, mas o ano inteiro. Certamente é possível darmos nossa contribuição depois que o clima passar. Ir até uma das agências dos Correios e se informar a respeito de como ter acesso às cartas é que poderá efetivamente nos conduzir a sermos solidários, mas não constituídos num clima festivo, nada contra. Mas de maneira consciente se inteirando dos problemas prementes de uma parcela da população que vive a margem do bem estar que minimamente a sociedade deveria proporcionar. Apesar da data natalina ter passado, o clima de solidariedade deve continuar. Links relacionados ao texto; http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL237826-5598,00-CORREIOS+ENTREGAM+PRESENTES+DE+NATAL+A+MAIS+DE+MIL+CRIANCAS.html-

domingo, 23 de dezembro de 2007

As festas estão chegando


Chegamos ao Natal... mais um pouco e já é ano novo. Como o tempo passa... Não era ontem e as preocupações eram com o quê fazer no carnaval. Preocupação que deve ser também para o ano que vem, já que não sou muito chegado no carnaval, apesar de ser uma festa popular. Meio desvirtuada, mas ainda é.

Gostaria de desejar aos meus poucos, mas qualitativos leitores deste blog, excelentes comemorações. Ótimo seria se todos pudessem desfrutar desse peru da figura. Mas mesmo que seja um frango
raquitinho, o mais importante são as pessoas que temos ao lado. Procurem valorizar isso. São sensações que com o passar do tempo não devem perder o valor. Poder sorrir, abraçar alguém e desejar-lhe o melhor. Acho que mais, contribuir efetivamente para que fique cada vez melhor. A todos bom início de boas festas.

Devo mexer aqui no Pimentus apenas depois do Natal. Aproveitem este momento de pausa e conheçam os blogs e
sites indicados do Pimentus. Sempre há algo novo a descobrir. Abraços em todos e até lá.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Em reunião em SP



Desde quarta feira em atividade profissional em SP, não pude atualizar meu blog por um problema de conexão aqui no sindicato, onde estou a trabalho, em SP. Também não podia sair para viabilizar esta atualização. Então, depois de "re-feita" a conexão, mas não resolvido o problema, entrei apenas para justificar e dizer que no próximo domingo, de manhã, devo estar de volta.


Minhas viagens à São Paulo se deve porque todos os meses acompanho a reunião da diretoria colegiada do Sindicato dos Radialistas de São Paulo. Na condição de assessoria devo participar de todas estas reuniões.


Nova diretoria eleita, muitos diretores novos e a organização de como vai se desenvolver o trabalho foi a pauta principal. Por isso espero que assim que voltar, coloco em dia as informações que busco na net além de dar alguns pitacos a respeito deles também.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Crise Sistêmica Global (Crise do capitalismo) a vista


Comunistas, socialistas, anarquistas, revolucionários... se preparem. O Laboratório Europeu de Antecipação Política Europa 2020, mais conhecido como LEAP/E2020, prognostica um futuro não tão feliz para os arautos defensores do sistema capitalista para o ano de 2008. Segundo suas análises a economia americana está mergulhando numa recessão de tamanho maior do que as conhecidas pela atual geração. O mercado de títulos está em crise, a crise do mercado imobiliário subprime começa a atingir grandes instituições financeiras dos EUA, plano de estabilização do Iraque é um fracasso completo e os EUA se mostram impotentes diante do Irã, um número crescente de países (Kuwait, Síria e outros) abandonam o dólar como moeda de referência, aumentam as tensões comerciais EUA-China, os juros sobre os títulos americanos não está mais sendo decidido pelo banco central americano e sim pelos investidores externos, haja vista que há pouco interesse na compra desses títulos. E há mais prognósticos nada alenteadores a serem analisados. É possível acompanhar, em detalhes e em português, através do título deste texto (clique nele).

É uma crise que vem se arrastando há anos, mas que teima em não se solidificar. Como há diversos indicadores que apontam para esse caminho, as certezas aumentam.

Parece que os anos de supremacia econômica global dos Estados Unidos está chegando ao fim. Se monta aí um cenário propício para o estabelecimento de uma nova ordem mundial. Os agentes transformadores da classe trabalhadora não devem apenas se preparar, mas estar atentos. As forças conservadoras utilizarão de todos os métodos conhecidos e desconhecidos para fazer valer a continuação de seus interesses. Acompanhe abaixo um trecho das análises do LEAP/E2020;

A novidade da situação é que a Reserva Federal está perdendo o seu último instrumento de ação: agora, o resto do mundo está virtualmente determinando as taxas de juros estadunidenses. Simultaneamente, a incerteza sistêmica está de volta aos mercados financeiros. Os investidores já compreenderam que, a médio e longo prazos, não há quaisquer garantias sobre as tendências globais. Esta situação ressalta o fato de que o futuro econômico e financeiro dos EUA está sendo determinado fora do país, o que ocorre pela primeira vez desde o fim da I Guerra Mundial e sugere que a ordem mundial pós-1945 está chegando ao fim.

Esse cenário cria uma situação nova, a qual modifica radicalmente a percepção generalizada do futuro e afeta profundamente as tendências dominantes para o início da fase de impacto da crise sistêmica global (como a capacidade de ação dos EUA, em termos militares e diplomáticos), ao mesmo tempo em que reforça significativamente outras tendências, como o impacto simultâneo sobre os EUA e a China.

http://www.msia.org.br/news/367.html


Links relacionados ao texto;

http://www.leap2020.eu/GEAB-N-20-est-disponible-!-Alerte-LEAP-E2020-Phase-de-rupture-du-systeme-financier-mondial-en-2008_a1138.html

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A política intervencinista norte americana ilegal, imoral e abobinável


Não é de hoje que os Estados Unidos interferem na política interna de outros países. Nos anos de Guerra Fria, diversos países da América Latina foram vítimas dessa política intervencionista. Com o propósito de valer seus interesses capitalistas na região, financiaram e corromperam grupos políticos, governos ONGs e militares de diversos países na região em que estabeleceram como alvo. Acreditávamos que isso era coisa do passado, mas por determinação de uma Lei Federal, arquivos secretos da CIA vem a tona nos Estados Unidos. Revelando do passado sua política predatória de interferir em assuntos internos de outros países. Inclusive com o intuito de assassinar chefes de Estado.

Essa política continua ainda mais no atual governo de Bush. Apesar de muitas denúncias, essas interferências continuam sendo comum e mais uma delas vem a tona no episódio em que tentaram prejudicar a eleição da presidenta da Argentina Cristina
kirschner. Confira a baixo;

Cai a farsa: Empresário da maleta com US$ 800 mil é agente da CIA

Lembram do caso da maleta com US$ 800 mil dólares, que foi flagrada com o empresário Guido Antonini Wilson durante a campanha da então candidata – hoje presidente – da Argentina, Cristina Kirchner?

Desde o início, o caso foi tratado como uma contribuição do governo venezuelano (leia-se Hugo Chávez) para a campanha de Kirchner. Ainda anteontem jornais de todo o mundo divulgavam a informação de que o dinheiro era para o caixa-dois da campanha da atual presidente.

Mas agora a farsa foi desmontada. Era armação do governo Bush. O presidente da Federação Tierra y Vivienda de Argentina, Luis Angel D’elía, acusa o empresário (que tem dupla nacionalidade, venezuelano-norte-americano) de ser agente da CIA.

D’elía afirma que Wilson fazia parte da Operação Golondrina, montada pela CIA, “que tinha como objetivo vingar a derrota política sofrida pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na Cúpula Presidencial de Mar del Plata 2005, quando os presidentes da Argentina, Venezuela e Uruguai recusaram a aprovação da Área de Livre Comércio (Alca)”.

Mais uma vez nota-se que o governo Bush continua jogando sujo e pesado contra todo governo que não jogue o jogo de interesses dos EUA. É assim na Venezuela, na Bolívia (onde apóiam os que pregam um golpe contra Evo), na Argentina e também no Brasil, contanto com o apoio alegre e caloroso da “grande imprensa” desses países.

A campanha de Kirchner e a de Lula

Dado interessante nesse caso é a estranha semelhança entre esse caso dos US$ 800 mil com a dos petistas patetas flagrados num hotel com uma montanha de dinheiro para comprar um dossiê fajuto, no final do primeiro turno da eleição presidencial do ano passado. Simples coincidência?

http://blogdomello.blogspot.com/

Links relacionados ao texto;

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071213_casodamala_cristina2rg.shtml

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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071213_casodamalacristinarw.shtml
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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070813_mala_venezuela_dg.shtml

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CPMF

Fodeu.

Pra entender toda a história;


A batalha e a guerra da CPMF

As grandes empresas, representadas pela FIESP, não
querem que 35 bilhões de reais de sua contribuição corram o risco de ir para
investimentos sociais, nem mesmo para seus apaniguados sob a forma de retorno ao
capital financeiro através dos títulos da dívida pública. É uma luta de classes
que ninguém confessa, mas todo mundo faz.


Fico pensando como devem ser as reuniões de pauta dos grandes jornalões
brasileiros. Antes se perguntava: o que vamos publicar? Agora se perguntam: o que não vamos publicar? Imagino que deva haver uma prioridade na agenda, assim estabelecida: 1) o que não podemos nem devemos publicar de jeito nenhum; 2) o que não publicaremos a não ser que seja muito vergonhoso; 3) o que não tem jeito, temos que publicar; 4) o que queremos publicar, contra o governo Lula e a esquerda, etc. E por aí vai. No caso em pauta, a votação da CPMF, é por aí.


Por exemplo, os jornalões não podem publicar o que a imprensa internacional alardeia, que Lula é recebido no mundo inteiro como o representante legítimo do 3° Mundo. Não é Chávez, não é Evo, é Lula. Não podem publicar que a descoberta das novas jazidas petrolíferas na costa brasileira é um acontecimento tão ímpar quanto os achados de Monteiro Lobato na década de 30. Não podem publicar que o país vai dando certo, apesar de seus problemas, aliás provocados pelas políticas e governos (inclusive os ditatoriais) que esses mesmos jornalões sempre
apoiaram.


Imagino as crises de gastrite e úlcera nestas redações ao se constatar que
não só Lula sobreviveu aos ataques do suposto mensalão, como sua popularidade continua em alta, e vai bem obrigado. Que o que garantiu a reeleição de Lula foram as políticas sociais do governo, que sem elas ele estava fora, e que com elas ele saltou por cima das campanhas para derrubá-lo na curva de 2006.


O mesmo acontece agora com relação à CPMF.


Não se pode noticiar que há uma batalha e uma guerra em torno da CPMF. Mais ou menos como se segue.


Os DEMos descobriram um campo de batalha. Eles são fortes no Senado. Pobres coitados nas alianças executivas com o PSDB, na Câmara Alta eles são fortes, e podem travar batalhas decisivas. Como são fracos nos executivos estaduais, podem rifar este caráter institucional da sua representação. Afinal, os senadores representam estados, por isso a representação numérica deles é igualitária, e Sergipe, constitucionalmente, tem tantos senadores quanto São Paulo. Mas os DEMos se sentem acima disso, rifam a sua representação institucional e constitucional e passam a agir em função de seus próprios interesses. Se sentem fortalecidos, porque nos estados e no plano federal, em termos executivos, são
acaudilhados pelo PSDB. Mas no Senado podem ensaiar uma disputa para 2010, quando dois cargos do Senado, por estado, estarão em jogo, em pé de igualdade com seus aliados/adversários do PSDB. O PSDB se vê forçado a tergiversar na questão. Seus governadores, inclusive o menino dos olhos José Serra, quer a verba do imposto. Mas as alianças com os DEMos tanto em S. Paulo como no Rio periclitam. O que fazer?


Bom, uma coisa que podem fazer é recomendar moderação a seus arautos na imprensa. Outra não tem sido a posição dos jornalões, pela primeira vez
surpresos numa crise que não sabem administrar completamente. Pior que isso, só na eleição de 2006, quando o povo atropelou-os na maior. Os editoriais do Estadão (4 e 7/12) e da Folha (3/12) sobre o assunto têm sido modelares na cautela. A Folha é conhecidamente serrista, e privar Serra da CPMF, inclusive pensando no futuro, é um problema. Já o Estadão foi mais claro, e disso logo trataremos. Os DEMos, como já se disse aqui, estão travando a batalha da CPMF: querem garantir seu espaço em 2010, que é no Legislativo, e no Senado, câmara alta cujo valor corporativo para si descobriram, rifando o caráter constitucional da sua representação. Acaudilham o PSDB, que se sente fraco para contrariá-los, pois precisa do seu apoio nas gestões estaduais que mantém, embora nelas precisem da CPMF.


Mas há uma guerra da CPMF, a velha guerra de classes. Isso, Estadão e FIESP representam. Vejam só. São 40 bilhões de reais num ano. A alíquota representa só 0,38% das transações com cheques e transferências bancárias. Graças a isso, as grandes empresas se vêm obrigadas a contratar profissionais caríssimos, especialistas em tributração, para driblar a CPMF. O editorial do Estadão foi claro: se for para garantir o superávit primário (para pagar a dívida pública, 80% dela em mãos de 15 mil clãs familiares), tudo bem quanro à arrecadação. Se for para “investimentos menos rentáveis”, leiam-se, os sociais, coisa que os jornalões não têm coragem de escrever, não.


Aí, nós estamos na guerra, isto é, na velha e querida luta de classes. 72%
da CPMF é paga por pessoas jurídicas, sobretudo as grandes empresas. 28% pelas pessoas físicas. Dentro dos 28%, 22% são da classe média.Ou seja, as grandes empresas, representadas nominalmente ou pela ação política da FIESP, não querem que 35 bilhões de reais de sua contribuição corram o risco de ir para investimentos sociais, nem mesmo para seus apaniguados sob a forma de retorno ao capital financeiro através dos títulos da dívida pública. É uma luta de classes que ninguém confessa, mas todo mundo faz.


Uma coisa nisso tudo nos surpreende: os defensores do governo no Congresso, no Senado, nos partidos, foram incapazes de produzir um discurso coerente sobre a CPMF. Um sinal: lá atrás, se opuseram a ela porque era “dinheiro para o FHC”, não por uma visão estratégica do tributarismo brasileiro. As esquerdas não têm proposta para a reforma tributária, essa é a verdade verdadeira. Tudo fica na dependência das ações de Lula darem certo. Tomara que dêem. 40 bilhões de reais nas mãos do primeiro governo distributivista de renda desde Vargas não é de jogar fora.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Continua no mesmo ou renova?


Próximo final de semana o Partido dos Trabalhadores estará finalizando suas eleições internas. Na tentativa de renovação de seus quadros dirigentes, o partido, depois de sofrer diversos revés pela conduta de alguns "aloprados", tenta se reerguer da maneira como surgiu; com a participação de todos que constroem o partido num processo democrático de eleições.

Neste segundo turno está em disputa não só o cargo de presidente do diretório nacional, mas a conduta que querem do PT e o recado que seus filiados querem dar pelo que o partido vem se transformando. O atual presidente, Dep. Ricardo Berzoini é a continuação do mesmo grupo que vem conduzindo o partido há muitos anos. Tem maioria entre os presidentes Estaduais e controla quase que a metade do partido através de sua corrente política, a Articulação. Sua vitória demonstrará que os filiados do PT, talvez não tenham entendido o porque o partido está tão frágil, passando o que vemos hoje. E é justamente por essa fragilidade, que foi construída em seu seio, devido a postura arrogante e autoritária de uma agremiação que não está acostumada a perder em suas eleições internas.

Seu concorrente, o Dep. Federal Jilmar Tatto, também não é uma renovação que se esperava, mas sua corrente política, ligada a Ministra Marta Suplicy não comunga dos mesmos modos operandis dentro do PT. Sua vitória seria a alternativa. Uma resposta dos filiados à maneira que o PT vem sendo conduzido nos últimos tempos e do entendimento da necessidade de sua oxigenação.

O resultado dessas eleições pode depender o futuro do partido. Num futuro onde a referência da esquerda política não migre, como está acontecendo, cada vez mais para outros partidos. Muitos deles com a presença de ex-petistas que deixaram suas fileiras, justamente por causa da dificuldade em fazer valer a democracia interna.

O que tanto o PT defende como prática renovadora e de alternância no poder, quando se percebe que o que está acontecendo não está nada bom, é o que se espera de seus filiados, que não só construíram o partido, mas o vem sustentando, na esperança de vê-lo menos pior.


Links relacionados ao texto;


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14744
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http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=9384&Itemid=195
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Estamos de olho


Não é de hoje que entidades civis de nossa sociedade e muitos blogueiros denunciam a postura dos meios de comunicação no Brasil. É uma preocupação, que tem se estendido para fora da net. Uma prova disso é a pesquisa que a BBC Brasil fez em relação ao tema, em comemoração ao seu 75º de seu aniversário. O texto abaixo têm mais informações;

Brasil lidera pesquisa de preocupação com concentração na mídia

Os brasileiros se mostram os mais preocupados com a concentração dos meios de comunicação nas mãos de um "pequeno número de grandes empresas do setor privado", revelou uma pesquisa de opinião sobre liberdade de imprensa feita em 14 países.



Pesquisa avaliou opinião de mais de 11 mil pessoas em 14 países

A sondagem – encomendada pelo Serviço Mundial da BBC e feita pelas empresas de pesquisa GlobeScan e Synovate – avaliou a opinião de 11.344 pessoas por meio de um questionário. Segundo o levantamento, 80% dos brasileiros se mostram preocupados com a propriedade das companhias de mídia e acreditam que esse controle pode levar à “exposição das visões políticas” de seus donos no noticiário.

Entrevistados de outros países também compartilham da mesma opinião, como no México (76%), nos Estados Unidos (74%) e na Grã-Bretanha (71%).

A sondagem mostrou, no entanto, que ao mesmo tempo em que são os mais preocupados com o controle e a concentração privada na mídia, os brasileiros também fazem a pior avaliação sobre o desempenho dos meios de comunicação financiados pelo governo.

Nessa parte do questionário foi considerada a opinião das pessoas em relação à “honestidade” e à “precisão” com que os órgãos de comunicação, públicos e privados, tratam a notícia.

De acordo com o estudo, 43% dos entrevistados acreditam que a cobertura do noticiário pelos órgãos públicos brasileiros é “pobre”; 32%, mediana; e 25% dizem que ela é “boa”.

Em contrapartida, os brasileiros tiveram uma opinião mais positiva quando foram indagados sobre o desempenho das empresas privadas: 37% acreditam que elas fazem um “bom” trabalho, 38% afirmam que ela é mediana e 25% dizem que sua atuação é “pobre”.

Voz

Os brasileiros também se mostraram os mais interessados em participar do processo de decisão sobre o que é noticiado: 74% dos entrevistados disseram que gostariam de “ser ouvidos” na escolha das notícias. Nessa pergunta, em seguida vieram os mexicanos, com 63%. Os russos, com 29%, foram os entrevistados que se mostraram menos interessados em influenciar na escolha do que é noticiado.

A pesquisa ainda avaliou que os brasileiros parecem “divididos” sobre a questão da liberdade de imprensa e estabilidade social.

Enquanto 52% opinaram que a liberdade para informar os fatos de forma honesta e verdadeira é importante para garantir uma “sociedade justa” – mesmo que isto implique em “debates desagradáveis ou efervescências sociais” –, outros 48% acreditam que “a harmonia e a paz social são mais importantes” e, portanto, o eventual controle do que é noticiado seria aceitável para o “bem comum”.

Curiosamente, avalia o relatório, a Venezuela foi um dos países cuja população mais priorizou a liberdade de imprensa em detrimento da estabilidade social (64%).

Entre todos os pesquisados, os americanos (70%), britânicos (67%) e alemães (67%) foram os que mais opinaram a favor da liberdade de imprensa como instrumento para garantir uma sociedade justa.

A pesquisa ouviu os entrevistados entre os dias 1º de outubro e 21 de novembro. A Oceania foi o único continente não incluído no levantamento. Na América Latina, o estudo foi realizado no Brasil, México e Venezuela.

O trabalho foi divulgado como parte das comemorações do 75º aniversário do Serviço Mundial da BBC.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071207_brasilimprensa_fp.shtml


Links relacionados ao texto;

http://www.quemmandaevoce.org.br/
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http://www.fndc.org.br/
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http://www.direitoacomunicacao.org.br/novo/index.php


segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CPMF nelles (II)



O tema, da disputa a respeito da CPMF, é recorrente pq o governo não conseguiu resolver esta questão com os Demos. Como essa turma toda é fisiológica, estou me surpreendendo com o posicionamento deles. Incoerentes, claro. Já que foram um dos articuladores da criação do imposto e, quando no governo, ferozes defensores do mesmo. Esses tranqueiras realmente não valem nada.

Os empresários, maiores beneficiários desta não renovação, esperneiam contra seus parlamentares, financiados pelo seu capital, que irão votar pela renovação. Mas com certeza, em outros temas relevantes também, esses mesmos parlamentares continuaram a legislar para eles. Por hora os parlamentares irão se sentir intimidados por essa elite reacionária travestida de "modernos empreendedores" que seguem a lógica do mercado.

Para saber como anda esta disputa clique no título deste texto.

O texto abaixo, do Eduardo Guimarães, é muito interessante e reflete parte dessas incoerências. Típicas dos políticos de direita, mas que também não deixa imune os da esquerda, com suas exceções, claro.


Demagogia anti-CPMF
A resistência da oposição no Senado em aprovar a CPMF pode vir a se mostrar mero jogo de cena. Os governadores tucanos não querem nem ouvir falar em perder a parte dos Estados na receita do imposto. Aliás, como o PSDB acredita que já elegeu José Serra presidente da República, é bem possível que na hora agá os tucanos votem com o governo.
Esse teatro todo só está sendo levado a sério pelo PFL. Lula disse a maior das verdades quando acusou o partido de lutar contra o imposto do cheque porque não tem perspectiva de chegar ao poder. Já o PSDB, esse, em parte, poderá trair os que querem realmente acabar com a CPMF.
Aliás, todos sabemos como o Senado anda contrariando os desejos da mídia. Vejam só o caso Renan: foi absolvido duas vezes.
Não aprovar a prorrogação da CPMF seria danoso ao país. É um imposto que não pesa no bolso de ninguém e que quem paga é só quem tem como pagar. Serve para o governo ter como fiscalizar movimentações financeiras atípicas. É um imposto socialmente justo e acabar com ele é sabotagem contra o governo. É para dificultar a situação do país a fim de as pessoas ficarem descontentes com o governo na próxima eleição.
Cortes de gastos públicos são sempre bons, mas extinguir impostos é assunto delicado em qualquer parte. Quando vejo políticos que estão na oposição votarem matérias dessa importância com os olhos postos na próxima eleição, apenas, percebo como ainda estamos longe de civilizar o Brasil. Certos golpes baixos não são mais aplicados entre os adversários políticos nos países mais desenvolvidos.
Mas o impressionante mesmo é que até agora não vi ser usada a palavra demagogia para descrever o comportamento da oposição. Nem a prima pobre dessa palavra, a palavra populismo, mais em moda.

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O tempo passa, o tempo vôa e a Poupança....

Centenas de pessoas participaram da comemoração do Dia das Crianças, no zoológico de Araçatuba; um novo playground foi inaugurado

Final de 2007 e o período que resgatamos nossas lembranças afloram. Começo do último mês e a correria também não pára. Estamos tão envoltos no rítimo de uma sociedade globalizada que, muitas vezes, deixamos de viver, literalmente, para "funcionar". Como uma parte mecânica de uma máquina. Como gostaria de ter mais tempo com meus filhos. De poder apreciar coisas simples. Mas trabalho, faculdade, a luta em si, acaba nos deixando pouco tempo. E o pouco que sobra, as oportunidades de diversões estão associadas a custo, a gasto financeiro.

Resido em Araçatuba no Estado de São Paulo. Cidade próximo de cento e noventa mil habitantes. Seus espaços públicos de lazer, como em outras cidades de nosso país, estão cada vez mais esquecidos ou ignorados. É uma tendência dessa sociedade de consumo, né?! Acho que só aquela aberração do capitalimo que prospera; Shopping Centers. É o particular travestido de público. Só voltado para o consumo. Nossa sociedade está muito mais voltada para o individualismo do que para uma vida comunitária, social. A exceção deste esquecimento dos espaços públicos em minha cidade foi o playground do Zoológico Municipal. Como de hábito, no dia do trabalho, dia das crianças ou aniversário da cidade, os prefeitos desta cidade sempre organizam algum evento (aqueles mesmo que vc deve ter em sua cidade; discurso, discurso e discurso). Bom no ano passado o playground estava uma vergonha. Eram os "tranqueiras" no palanque (prefeito e vereadores puxa sacos do mesmo) fazendo discurso e as crianças tentando não se machucar nos brinquedos, pois muitos estavam avariados por anos de uso e falta de manutenção. Havia naquele dia no zoológico um repórter, amigo meu. Tasquei uma reclamação que foi pro jornal. Não é que arrumaram o brinquedos. Até colocaram novos. Isso depois de um ano. Precisamente no dia das crianças deste ano. No dia do evento eram elas nos brinquedos e nossos ouvidos sendo enchidos com as lorotas do prefeito e seus puxas. Aff.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Vira o disco?


Alguns amigos me questionaram ontem na UNIP (universidade onde faço o curso de Comunicação Social) pq fico abordando a questão venezuelana, sempre. É um assunto recorrente por aqui. Isso se deve porque nossa mídia vem fazendo isso. Hoje de manhã, por exemplo, antes de sair e levar meu filho para escola estava lá o Hermano Henning anunciando outra declaração do Presidente Hugo Chavez. Não preciso nem dizer que o jornalista deixou de usar o termo "segundo Hugo Chavez" e usou o próprio vídeo da matéria para expor a declaração chula que Hugo Chavez usou para se referir a "vitória" da oposição. Em outras palavras, a Venezuela e seu presidente "insistem" em estar por aqui porque é um assunto recorrente em nossa mídia corporativa. Sempre com o intuito de desconfigurar sua imagem para atingir seu governo. Tratando-no sempre na pessoa de Chávez. E nós, do lado de cá, nas trincheiras da guerrilha, mostrando as incoerências desta mídia. Neste caso específico o termo chulo, usado para descrever a "vitória" da oposição é passível de críticas, principalmente por causa da moral burguesa, que sempre nos apequenina. Mas o ponto a ser discutido deve ser o fato dessa "vitória" ser atribuída a oposição. Há opiniões de que Chávez, se é que devemos entrar nesse jogo de qualificar derrotados e vencedores (eu afirmei aqui que quem venceu foi a Democracia) é que a oposição teve apenas duzentos mil votos a mais desde a última eleição. Já Hugo Chavez perdeu três milhões de votos. Que foram aqueles que não compareceram para votar. No texto do Mello é possível entender melhor esta situação;

Chávez perdeu para Chávez

Não se deixe enganar por todo esse lero-lero de que a oposição a Chávez está se articulando e venceu o referendo. Qual a vitória da oposição? Nenhuma. Chávez botou o bode na sala. O bode saiu da sala. Tudo voltou a ficar como antes.

Chávez sim, perdeu. Mas perdeu para ele mesmo. É só comparar os números da última eleição presidencial, no ano passado, com os do referendo agora.

No ano passado, a oposição teve 4,3 milhões de votos. Agora, 4,5 milhões.

Em compensação, Chávez teve 7,3 milhões de votos. E, agora, apenas 4,3 milhões.

Três milhões de eleitores não votaram em Chávez. Apenas 200 mil deles passaram para a oposição. Os demais 2,8 milhões ficaram em casa.

Por isso é que digo que Chávez perdeu para Chávez.

Ele mesmo está reavaliando sua posição e assumindo que pode ter colocado o carro na frente dos bois.



http://blogdomello.blogspot.com/2007/12/chvez-perdeu-para-chvez.html

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Estupendo




Eduardo Guimarães do MSM (Movimento dos Sem Mídia), novamente, foi estupendo. Tem criatividade para descrever, em detalhes as incoerências de alguns formadores de opinião que tem espaço em alguns veículos de comunicação. Essa história do referendo na Venezuela ainda continua, mais por força de quem era contra do que daqueles que eram a favor. A grande diferença está na serenidade na aceitação da derrota.

E a histeria prossegue

Noto que os colunistas da Folha de São Paulo Clóvis Rossi e Janio de Freitas divergem seriamente em suas opiniões sobre a mídia. E explico: Rossi costuma xingar quem diz que a mídia se partidarizou, mas Janio disse hoje, em sua coluna ("A 'ameaça Chávez' "), que "a mídia brasileira tornou-se participante do confronto venezuelano, relembrando os seus tempos de pouco jornalismo e muita política na Guerra Fria", e que houve "campanha na mídia brasileira contra 'a ditadura de Chávez' ". Logo, Janio se enquadra nos xingamentos de Rossi.

Para mim, se Janio diz que "a mídia brasileira faz muita política e pouco jornalismo", diz exatamente aquilo de que Rossi discorda de forma tão visceral a ponto de insultar colegas de profissão, intelectuais, um expressivo contingente de leitores da Folha, um amplo setor da sociedade que votou em Lula, apesar da pregação rossiano-midiática, e até a alguém que, além de colega de profissão, trabalha na mesma empresa que o colunista-xingador.

Alguns veículos chegam ao ridículo de anunciar que Chávez quase conseguiu aprovar uma ditadura pelo voto popular (?!). Hilariante. Sobretudo sendo dito exatamente no momento em que o venezuelano, democraticamente, acata um resultado eleitoral que seus adversários jamais aceitariam, pois em nenhuma das eleições anteriores aceitaram nem as derrotas que sofreram por margem esmagadora. Que dizer, então, se sofressem uma derrota apertada de 4.564.521 votos contra 4.437.579, por uma diferença de míseros 126.942 votos? Aliás, dificilmente, em qualquer eleição tão apertada, o lado perdedor deixa de pedir, ao menos, uma recontagem dos votos.
A mídia xiita, apesar das defecções aqui e ali, está cantando vitória e tentando tripudiar sobre os derrotados na recente eleição venezuelana. Oficialmente, não se desviou um só milímetro do discurso histérico de que a Venezuela é uma ditadura. Nem quando o sistema político venezuelano mostra que o "ditador" que o engendrou o fez estabelecendo meios de ser derrotado e quando tal "ditador" acata a vontade popular. Então, Janio está certíssimo, vocês não acham?
*
Para pessoas sem consciência e bom senso, não importa quão bom ou ruim seja um argumento. O que pesa, para esse tipo de pessoa, é se o argumento lhe favorece as idiossincrasias ou não. Contudo, sempre preferi acreditar que esse é um comportamento minoritário, mas que freqüentemente se torna majoritário por ação do poder imbecilizante da mídia.
De uma forma ou de outra, sempre existirão os mais atentos e dotados de memória. Se formos analisar a história da humanidade, veremos que não foram poucas as vezes em que o direito e a verdade venceram, mesmo que depois de muito tempo. Aliás, acho que, na maioria das vezes, a verdade sempre acaba vencendo, mesmo sendo depois de séculos.
Nesse contexto, o que alenta é que, se mais adiante Chávez vencer uma outra consulta ao povo venezuelano e seus opositores não quiserem aceitar o resultado, os argumentos chavistas para denunciar falta de espírito democrático deles, serão fortíssimos. A mídia, como sempre, tentará embaçar a memória social, mas os lúcidos e dotados de memória, não deixarão.
A mídia sempre tentará esconder os que vierem a público dizer as verdades que a contradizem. Mas, como eu disse, cedo ou tarde essas verdades sempre acabam expostas. Essa é a vantagem de se ficar do lado delas. No fim, você sempre ganha - mesmo que não viva para ver sua vitória.

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ontem a Venezuela, a Bolívia breve (será?) e o Brasil?


Alguns amigos ao lerem o post anterior me cobraram um posição, segundo eles, mais coerente de minha parte em relação ao desfecho que se encerrou na Venezuela. Pois, segundo eles, meu posicionamento pareceu ser meio ambíguo. Já que muitos me conhecem por minha posição política contundente em relação ao atual sistema em que vivemos e a defesa das mudanças que vem ocorrendo em nosso continente. Posso afirmar categoricamente que a derrota da proposta de reformulação da constituição venezuelana foi apenas um entreveiro no caminho. A sociedade Venezuelana mudou e muito. Há maior participação popular. O povo cobra de seus representantes posturas que antes não eram cobradas.

Justificando um pouco a derrota da proposta da reforma está o fato da união da oposição, a campanha sistemática da mídia golpista venezuelana e também da Igreja Católica. Mentiras e preconceitos foram usados indiscrinadamente para convencer os venezuelanos a votar pelo não. Obviamente que esta derrota atende os interesses de quem não quer as mudanças estruturais para o avanço de uma sociedade mais justa.

Hoje cedo, como de costume, dei uma olhada nos blogs recomendados aqui do Pimentus. E um deles para mim se destacou pelo texto que tem tudo há ver com que estou querendo dizer. O blog é do do Luís Carlos Azenha (http://viomundo.globo.com), que esteve na Venezuela. Ele descreve em detalhes como está a situação por lá após o NÃO ter vencido. Até poderia colar o texto aqui, mas como ele é muito grande, achei mais interessante postar o link aqui (clique abaixo ou no título deste texto). Dê uma passada lá e se informe a respeito de uma situação que pode, talvez, num futuro não tão distante, ter alguma semelhança com o que pode ocorrer aqui no Brasil. Onde o povo usa dos instrumentos democráticos para conquistar suas mudanças mas forças reacionárias, jogando sujo tentam impedir a qualquer custo.

Link relacionado ao texto;

http://viomundo.globo.com/site.php?nome=MinhaCabeca&edicao=1572
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A democracia vence mais uma vez


São exatamente 4:41 minutos. Horário que acabo de chegar de SP. Tentei encontrar os resultados do referendo na net em diversos sites; Na BBC ainda desatualizado, na Reuters também. Então acabei encontrando o resultado no site G1, das organizações Globo, o que não é diferente da Agência Estado. Na Venezuela, vence a democracia, apesar da derrota no SIM, proposto pelo atual governo. Segundo as agências houve próximo de 44% de abstenção. Mas os presentes votaram, que é o mais importante, já que o voto não é obrigatório na Venezuela. Ou seja, quem não foi acabou perdendo a oportunidade de decidir por ele mesmo. Parabéns a Venezuela, parabéns ao povo venezuelano, parabéns a democracia, que está cada vez mais presente naquele país.

Links relacionados ao texto;


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL201759-5602,00-VENEZUELA+REJEITA+REFORMA+QUE+DARIA+SUPERPODERES+PARA+CHAVEZ.html
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http://www.cne.gov.ve/


domingo, 2 de dezembro de 2007

Quando vale a democracia


A elite é assim; se lambuzam quando seus candidatos ou suas propostas passam num processo democrático. Já quando os pobre vencem... é outra história. Este domingo a Venezuela é notícia em todos os meios de comunicação. Está em jogo as propostas do atual governo venezuelano. Para isso a imagem do presidente da Venezuela foi bombardeado de diversas maneiras na tentativa de desconstruir sua figura e jogar a opiniao pública brasileira contra as propostas apresentadas pelo congresso venezuelano. Mas o mais importante dessa história toda é que o povo venezuelano é quem decide.
Hoje Hugo Chavez afirmou que aceita o resultado, seja ele qual for. E a elite reacionária daquele país e daqui também, será que aceitarão? Continuarão atacando aquele governo democrático dizendo que é um ditadura? Bom o artigo do Mauro Santayana, que saiu hoje no Jornal do Brasil é bem emblemático. Revela as incoerências comum nas retóricas dos reacionários de direita que sempre tentam enganar os desinformados. Vale a pena a leitura;

Este domingo, na Venezuela


O presidente Chávez saberá hoje se o seu projeto político tem ou não a aprovação da maioria do povo venezuelano. O plebiscito não é a melhor forma de se aferir a vontade nacional, mas é a única, quando os governos democráticos são sitiados por inimigos poderosos e só podem recorrer diretamente ao povo. Chávez não é estadista norueguês: é homem da América Latina que, há pelo menos 300 anos, tenta ser
ouvida no mundo. Ela e a África sempre foram vistas como dependentes da ética,
da inteligência, do mando europeu. Essa ética européia admite, para seu
proveito, mandatos presidenciais ilimitados e limitados, conforme a ocasião.
Vigora a regra antiga: "A salvação da república é a lei suprema". Herdeiros do
centro-europeísmo, os Estados Unidos intervieram em toda a América Latina, e
exemplo clamoroso foi o do Chile. Há excelente texto de García Márquez sobre o
golpe: tudo se tramou em Washington antes da eleição de Allende, em 1970. Em
jantar de que participavam três generais do Pentágono e quatro generais
chilenos, entre eles, Toro Mazote - o homenageado naquela noite - um general
americano lhe perguntou o que o Exército chileno faria se Allende fosse eleito
em setembro. "Tomaremos el Palácio de La Moneda en media hora, aunque tengamos de incendiarlo", foi a resposta. Um dos generais presentes, Ernesto Baeza,
comandou, três anos depois, o ataque a La Moneda e, depois do assassinato do
presidente, mandou incendiá-lo. Todos os outros foram decisivos no golpe contra
a democracia chilena.

Allende, se houvesse querido, poderia ter alterado
a Constituição, obtido sua aprovação por referendo popular e enfrentado os
inimigos da República, logo depois das eleições parlamentares de março de 1973,
quando ainda dispunha de força. Poderia ter salvado a vida de milhares de
chilenos. Não o fez. No entanto, o general De Gaulle, a partir de 1958, mudou a
Constituição, submeteu-a ao referendo do povo francês e, referendo sobre
referendo, governou durante 11 anos ininterruptos, até que perdeu a última
consulta e se recolheu a Colombey-les-Deux Églises, em 1969, onde morreria um
ano depois. O francês De Gaulle pode; o venezuelano Chávez, não. Quinta-feira,
em La Paz, os embaixadores da União Européia, sob a liderança do alemão Erich
Ridler, exigiram de Evo Morales que "respeite os princípios democráticos".
Depende do que se entenda como democracia. A oposição não respeitou as regras
democráticas ao ausentar-se da Assembléia Constituinte - em que era minoria - e
ameaçar a República com a divisão territorial. Herr Ridler se esquece de que a
Alemanha é ainda hoje um país ocupado por tropas norte-americanas, e sua
democracia, compulsória, foi imposta, com os russos à frente, pelos aliados que
a derrotaram. A União Européia poderia, talvez, pressionar a Espanha a fim de
que ela resolva suas questões autonômicas, como as do País Basco e da Catalunha,
antes de intrometer-se em Santa Cruz, Pando e Chuquisaca, que não pertencem à
Comunidade Européia, nem são colônias de ninguém. Faria bem à Europa encontrar
solução digna e humana para os trabalhadores imigrantes, tratados como párias.

No Equador, o presidente Rafael Correa também busca
a aprovação popular pelas reformas constitucionais, e resume: a democracia é
muito boa quando atende aos interesses da oligarquia; quando defende os
interesses dos pobres, não é mais democracia. Não deixam de lhe dar razão os
governadores das regiões rebeldes da Bolívia, quando exigem de Morales que
retire da Carta aprovada a Renda Dignidade destinada aos idosos. Afinal, para
que eles servem, se não podem mais produzir lucros?



Links relacionados ao texto;
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