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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Boris Casoy despreza garis e Lula


Por Altamiro Borges

O preconceito de classe do “jornalista” Boris Casoy não se manifestou apenas contra os garis, que foram humilhados no Jornal da Band na virada do ano. Na ocasião, um vazamento de áudio permitiu ouvir a sua frase elitista: “Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades... do alto das suas vassouras... Dois lixeiros. O mais baixo da escala do trabalho”. Na seqüencia, ele até pediu desculpas, com cara de sonso, pelo “vazamento”, mas não por suas idéias discriminatórias.

Direitista convicto, acusado de ter integrado o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante os anos de chumbo da ditadura militar, Boris Casoy sempre teve “nojo de povo” – como o ex-presidente João Batista Figueiredo. Ele sempre atacou os trabalhadores e suas lutas por direitos. Esse ódio de classe ficou ainda mais explícito na gestão do presidente Lula – não por seus erros e limitações, mas sim por seus méritos, como as políticas de inclusão social. Para este capacho das elites, era totalmente inadmissível um operário, ex-sindicalista, ocupar o Palácio do Planalto.

Serviçal dos demos no impeachment

Durante o chamado “escândalo do mensalão”, o banqueiro Jorge Bornhausen, presidente do ex-PFL, atual demo, chegou a cogitar que Boris Casoy liderasse o pedido de impeachment de Lula. A coluna “Painel” da
Folha de S.Paulo registrou a tramóia em 9 de abril de 2006: “A oposição já busca na sociedade civil um nome para encabeçar o pedido de impeachment de Lula, assim como Barbosa Lima Sobrinho fez com Fernando Collor... Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de FHC, e o jornalista Boris Casoy estão cotados para subscrever a peça [do impeachment]”.

Dias antes, em 28 de março, no mesmo veículo golpista, Casoy já havia pregando a derrubada de Lula. O artigo parece ter sido encomendado por políticos mais sujos do que pau de galinheiro, como Bornhausen, o falecido ACM e o governador Arruda. Intitulado “É uma vergonha”, ele era raivoso e mentiroso: “Jamais o Brasil assistiu a tamanho descalabro de um governo... Há, desde o tempo do Brasil colônia, um sem número de episódios graves de corrupção e incompetência. Mas o nível alcançado pelo governo Lula é insuperável... Todos os limites foram ultrapassados; não há como o Congresso postergar um processo de impeachment contra Lula”.

Lula não caiu; e Casoy?

Metido a mentor da oposição de direita, Casoy ainda tentou pautar os políticos, exigindo pressa na ação golpista. “O argumento para não afastar Lula, de que sua gestão vive os últimos meses, é um auto-engano”. Serviçal dos barões da mídia, ele também explica uma das razões do seu ódio. “Lula passará à história como alguém que procurou amordaçar a imprensa”. E insistia: “Neste momento grave, o Congresso não pode abdicar de suas responsabilidades, sob o perigo de passar à história como cúmplice do comprometimento irreversível do futuro do país. As determinantes legais invocadas para o processo de impeachment encontram, todas elas, respaldo nos fatos”.

A escalada golpista não obteve sucesso. Lula foi reeleito e hoje goza de popularidade recorde. Já o “jornalista” Boris Casoy, que gritou pelo impeachment, corre o risco de ser defenestrado. Alguns setores da sociedade já exigem o “impeachment” do âncora do Jornal da Band! Outros propõem, com base nos artigos da Constituição que condenam qualquer tipo de discriminação, que ele seja obrigado a prestar serviços comunitários, varrendo ruas, como forma de se redimir pela agressão aos garis. O seu preconceito de classe não diminuiria. Mas, ao menos, seria muito divertido!

Marx: naturalismo e história


Por Carta Maior


O que pode ser preservado do marxismo hoje? Marx é realmente um filósofo? Em que sentido ele nos libertou de Hegel e nos aproximou de uma posição naturalista? Por que, para Marx, não há um sentido na história? Marcel Conche, professor emérito na Sorbonne, nos convida a entender a posição do Marx filósofo, não a do historiador nem a do economista. E o modo como Marx lê a tradição filosófica que lhe era contemporânea fortemente marcada pelo legado hegeliano, retomando nos pré-socráticos as fontes teóricas para a sua crítica da finalidade na história.


Em outubro de 2003, a revista francesa Le Nouvel Observateur dedicou um número especial à obra de Karl Marx. Cinco anos antes da hecatombe econômica mundial de 2008, a publicação perguntava: Marx pode ser o pensador do terceiro milênio? Como escapar da mercantilização do mundo? Com a eclosão da crise que abalou o sistema financeiro internacional, Marx “voltou à moda”. Um retorno positivo, pois traz de volta ao cenário intelectual um gigante do pensamento humano, mas que precisa enfrentar uma série de clichês, mitos e deformações teóricas que se construíram em torno e invariavelmente contra as idéias do autor de “O Capital”. Um dos méritos da publicação francesa é apontar algumas idéias e metodologias investigativas de Marx que podem nos ajudar a entender (e transformar) o mundo neste início de século XXI.

No artigo intitulado
“Marx philosophe: matérialiste, hélas!”, Marcel Conche, professor emérito da Sorbonne, propõe-se a responder ou, ao menos, a indicar o caminho de resposta para algumas perguntas importantes sobre a obra de Marx: O que pode ser preservado do marxismo hoje? Marx é realmente um filósofo? Qual era a paixão de Marx? Em que sentido ele nos libertou de Hegel e nos aproximou de uma posição naturalista? Por que, para Marx, não há um sentido na história? Para Conche, o materialismo de Marx está preso a um inimigo do passado (o idealismo) e, neste sentido, olha para trás. Por outro lado, ao nos libertar de algumas idéias de Hegel deixa um legado para pensarmos uma filosofia da Natureza e da finitude, uma “filosofia para o amanhã”.

Mais do que defender a atualidade de Marx, ou antes de fazê-lo, Conche nos convida a entender uma posição, a de Marx filósofo, não a de historiador nem a de economista. E o modo como Marx lê a tradição filosófica que lhe era contemporânea - e fortemente marcada pelo legado hegeliano -, retomando nos clássicos pré-socráticos as fontes teóricas para a sua crítica da finalidade na história. Essa crítica é, vale dizer, uma grande desconhecida do ambiente de debate público que foi consolidado há pouco mais de 30 anos, no mundo. No período que se seguiu aos ditames financistas dominantes, a mercantilização avançou sobre a informação e a consumiu, inclusive com a carapaça de que o marxismo defendia um fim na história, com base em aberrações teóricas autoritárias datadas e obviamente na má-fé que precificou a informação, especialmente a brasileira, ao longo das últimas décadas.

O texto de Marcel Conche não traz qualquer novidade, nem uma leitura peculiarmente interessante da obra de Marx. Ele traz Marx, enquanto filósofo, inclusive da história. Só isso e tudo isso. A Carta Maior seguirá oferecendo os seus leitores outras contribuições que julgarmos válidas para esclarecer, informar e contribuir, na pequena parte que nos cabe, a formar um ambiente não-mercantil de informação no país. Segue o artigo:

Marx, filósofo: materialista, hélas! (Marcel Conche)

Publicado originalmente no Le Nouvel Observateur – Hors-Série, edição outubro/novembro de 2003

Há alguns anos, em “Viver e Filosofar” (
“Vivre et Philosopher”, PUF, 1992), respondi às questões de Lucille Laveggi. Uma delas era esta: “O que hoje em dia você preserva do marxismo?”. A resposta foi esta: “Entendendo por marxismo unicamente o conjunto das idéias de Karl Marx, preservo delas alguma coisa? Parece-me que sim, mas num domínio, o da economia política, que eu ao mesmo tempo abandono como dele. Não tenho nada a dizer nesse domínio, o da economia política, mas a repartição desigual e injusta dos bens materiais é um fato que é preciso explicar, e ele o explicou. Isso quer dizer que sou marxista? Não, não mais do que sou newtoniano por admitir a lei universal da gravidade. 'Eu não sou marxista', diria o próprio Marx, querendo com isso dizer que ele não tinha a mais para se dizer marxista do que o tinha Newton para se dizer newtoniano” (p. 151). É que se trata de ciência, que é impessoal: é o espaço que é euclidiano, não o geômetra.

Deixando de lado a análise da exploração capitalista, que hoje em dia teria somente de ser atualizada – mas seria necessário para tanto um novo Marx – e, portanto, deixando de lado o Marx sábio, eu me volto ao Marx filósofo. Mas ele é realmente um filósofo? “Os filósofos dedicaram-se somente a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é transformá-lo”, diz a tese XI das “Teses sobre Feuerbach”. Que seja preciso transformar o mundo, a injustiça e a desigualdade que nele reinam, tudo bem. Mas desde quando isso é o papel do filósofo? A filosofia se define como busca da verdade – não dessa ou daquela, mas da realidade em seu conjunto: o que, dessas verdades, é o Todo da realidade? É nesse sentido que o filósofo tem a paixão da verdade. E é essa a paixão de Marx? De modo algum – pois ele não pode esquecer os homens. A paixão de Marx é a paixão moral. Observem o que Hans Jonas escreveu: “É impossível imaginar Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo sem um grau supremo de paixão – a paixão do bem que era objeto de suas visões: eles eram naturezas morais, voltadas a um fim trans-pessoal” (“O Princípio Responsabilidade”), Cerf, 1992, p. 162). Isso vale do mesmo modo para Marx. Pacifista, se eu mesmo sou uma “natureza moral” o sou antes no sentido kantiano. O pacifista “tem as mãos puras, mas não tem mãos”, dizia Péguy. Falso dilema, pois a escolha é: ter as mãos puras ou sangrentas. Eu recuso a violência, mesmo visando ao bem. Para falar como Sartre, os capitalistas são “sujos”. Que seja! Mas os filhos dos capitalistas são inocentes.

Em vista do bem é preciso “revolucionar o mundo existente.” Para tanto, é preciso primeiro conhecer esse mundo. Daí vem a ciência do “Capital” - ciência comparável, diz Marx, não à física, mas à biologia. Contudo, o método são poderia ser experimental, a la Claude Bernard. É necessário um método que permita pensar um mundo, quer dizer, uma totalidade. É exatamente isso o que o método dialético de Hegel permite. É suficiente despojá-lo de sua carapaça mística, de distinguir nele seu fundo racional. Althusser erra ao querer caracterizar a especificidade da dialética com a ajuda de conceitos emprestados à psicanálise, onde eles designam mecanismos de elaboração do sonho. Mas ele tem razão quando diz que a dialética com que Marx opera “não retém essencialmente quaisquer dos conceitos hegelianos, nem a negatividade, nem a negação, nem a cisão, nem a negação da negação, nem a alienação, nem a superação” (
“Pour Marx”, Maspero, 1966, p.223, nota 52). Decerto a contradição é “a fonte de toda dialética” (“O Capital”, Editions Sociales, T. III, p. 37, nota 2); mas por contradição aqui é preciso entender simplesmente a unidade dos contrários e, no “Capital” Marx pensa em termos de unidade de contrários: não em termos hegelianos, mas heraclitianos. Marx nos libertou de Hegel: sem ele, Nietzsche, Bergson teriam sido possíveis?

O que significa passar de Hegel a Heráclito, do idealismo especulativo ao naturalismo? Significa cessar de usar a dialética para escamotear o tempo. Porque o tempo não é superável: não se o escamoteia. O movimento do pensamento não deve ser absolutizado, como em Hegel, onde ele se torna “o demiurgo da realidade”: ele não é, em sua realidade, senão a “reflexão do movimento real”. Por movimento real é preciso entender: movimento que implica o tempo – um tempo histórico. Em Hegel, o movimento real não ocorre na Enciclopédia, mas com a “História Universal”. Assim, o movimento real não é essencial à dialética. É somente na história universal que a dialética se entronca com o movimento real. Mas, não sendo a história universal senão um momento, é superada. E nisso reside a diferença radical com Marx: em Hegel, a História é justificada e superada; em Marx, não há superação da História. Isso quer dizer que não há “um sentido na história” já encerrado na Idéia eterna.

Em Hegel, o movimento é superado, pois a Causa do movimento é, como em Aristóteles, a Idéia eterna. Em Marx, não há outras causas que não as contradições inerentes às formas existentes e o movimento não é superado. Como o movimento está ligado à contradição, isso quer dizer que esta não é superável. Todas as contradições particulares são superáveis, mas a contradição como tal não o é. Como em Heráclito, onde o devir não é superável, sempre houve e haverá movimento, e nada mais: aparecimento e desaparecimento perpétuos das formas. Só resta à dialética as coisas finitas: só há finitos – e essa é a essência do materialismo, segundo Hegel.

A dialética significa, em Marx, a auto-supressão daquilo que é. Daí que não há nada de absoluto, nada que seja imune à instabilidade e que não venha a desaparecer. Em particular, o modo de produção capitalista não poderia ser considerado, a exemplo de Ricardo, como um absoluto. A lei da queda tendencial da taxa de lucro o mostra, criando seu próprio limite. Essa limitação testemunha “o caráter limitado e puramente histórico, transitório, do sistema de produção capitalista”
(“O Capital”, Editions Sociales, T. VI, p.255). O modo de produção capitalista suprime a si mesmo, cria ele mesmo as condições de um modo de produção “superior” (p. 271). A substituição de um certo modo de produção por um outro, esse é o sentido aproximado da história que vivemos. E não há outro sentido senão o aproximado. A história não é finalista, ela não tem um sentido geral definido anteriormente, pois dedução alguma pode substituir a história real. A dialética vai do abstrato ao concreto, mas o concreto é “o verdadeiro ponto de partida”: ela portanto não teria nada a ver com o concreto que será mas ainda não o é. Ela nos dá a inteligência da história em sua necessidade, mas [a necessidade] da história real, efetivada, não da história que ainda não é real. Ela não permite absolutamente a antecipação. Antecipar seria ainda um modo de escamotear o tempo. Ora, a dialética só tem sentido como reflexão do movimento real, o qual supõe a absoluta realidade do tempo.

Não há disso tudo nada que não me pareça justo. Seria o caso de me chamar materialista? Não me sinto inclinado a tanto. Naturalista, sim; materialista, não. Pois eu filosofo a partir do que se mostra, do que se oferece a mim. Ora, o que se oferece a mim é a Natureza, não a matéria. A Natureza é um dado, não um conceito: a matéria é um conceito, não um dado. A Natureza está aí tanto como um Todo infinito. Isso é claro para aqueles que, a exemplo de Pascal ou de Spinoza, sabem chegar, aquém das evidências comuns, a uma evidência primeira, mais imediata. E o naturalismo espontâneo se confirma pela reflexão. Nele não pode haver senão finitos (seres finitos). O finito pressupõe o infinito... Mas eu não posso me engajar aqui na querela do infinito atual.

O que me deixa reservado e distante do nível materialista é ainda isto. O materialismo marxista é uma filosofia reativa e uma filosofia de combate. Por isso mesmo, resta numa dependência daquilo a que se opõe. Marx filósofo gasta muita energia criticando os outros – Hegel, Feuerbach, Bruno Bauer, Max Stirner, etc. Por que ele não se dedica às coisas mesmas, em vez de deixá-las nos livros? É isso o que ele faz na Economia, onde se trata, é verdade, de ciência, não de interpretação. Por sua dependência do seu passado e de seu inimigo, o idealismo, o materialismo de Marx é uma filosofia que olha para trás. Qual a filosofia para o amanhã? Porque a Natureza é unicamente o que se oferece a todos os homens, seria uma filosofia da Natureza. Marx a tornou possível ao nos libertar de Hegel (para quem a filosofia “da Natureza” só existe no título).

Marcel Conche é professor emérito da Sorbonne.

Tradução: Katarina Peixoto

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo!


Mais um ano se vai e 201o chega. De nossa parte quero agradecer aos visitantes e amigos pela presença aqui no Pimentus. Foram poucos os comentários postados, mas a quantidade de visitas continua me surpreendendo. Mesmo com meus raros posts. Obrigado de novo a vocês.

Nessas passagens de ano, como nos anos anteriores, são momentos de júbilo, de confraternização e de muita esperança em alegrias que devem se projetadas no sucesso de realizações pessoais (emocionais), profissionas e econômicas. Não será diferente conosco neste momento. Aos amigos, companheiros, colegas e professores o meu desejo de que 2010 seja repleto de oportunidades, de mudanças em paradigmas que nos aprisionam e que acabam não impelindo-nos a mudar aquilo que se deve. Precisamos ficar atentos nisso. Espero poder corresponder as espectativas em relação aos posts que por muitos dias acabaram não sendo postados devido a falta de motivação, ao tempo escasso, devido aos nossos compromissos profissionais e familiares. Mas que em 2010 será diferente e está chegando pra mudar muita coisa. Podem acreditar.

Feliz ano novo a todos!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Conferência de Comunicação termina com avanços históricos para a sociedade civil



Apesar das dificuldades metodológicas, impostas à Confecom por parte da comissão organizadora, que se rendeu a chantagem dos empresários, conseguimos avançar em diversas tomas que são bandeiras históricas de diversos movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação. Outro grande problemas foi organizacional. Muitos delegados tiveram de sair antes para não perderem seus vôos de volta para suas origens e com isso tiveram de sair antes do encerramento. Percalços que não impediu um grande avanço na luta pela democratização das comunicações.

Pode parecer irrelevante para algumas pessoas, mas pode computar aí que 50% de nossos problemas, sejam eles políticos e/ou econômicos tem relação com a comunicação. Com uma comunicação democrática e responsável, onde a ética e a verdade possam fazer parte dos princípios de nossas mídias, o povo brasileiro conseguiria encontrar respostas muito mais rápidas para superar seus problemas.

Na Confecom fomos surpreendidos na noite de segunda feira de que o empresariado, através da ABRA, na pessoa de João Saad (vulgo Johny Saad), de que se retiraria se não fosse atendido seu pedido de colocar na metodologia de aprovação das propostas a condição de "temas sensível". Com essa prerrogativa, se fosse pedido tema sensível na hora da votação, o tema só seria aprovado se houvesse mais de 60% de votos e mesmo assim se tivesse com os votos dos três segmentos (poder público, sociedade civil empresarial e sociedade civil). Ou seja, na prática diversas propostas que poderiam avançar, ainda mais do ponto de vista da democracia e da regionalização dos conteúdos midiáticos, foram impedidas de serem aprovadas.
Apesar de grande participação da sociedade civil, o quorum de 60% de aprovação não foi conseguida nenhuma vez. Mas o troco veio rápido; as propostas de redução de impostos e de impedimento de gerência nas áreas de comunicação foram barradas pela sociedade civil organizada que usou do mesmo método. O tiro saiu pela culatra.

Visitei alguns sites para ver se fizeram alguns balanços da Confecom. O Eduardo Guimães, que mantém o blog Cidadania.com , cumpriu o que prometeu; postou a foto de um dos delegados da sociedade civil empresarial votando com dois equipamentos de votação. Essa aberração só foi possível pq a Confecom configurou-se, novamente através de chantagem, pois se não os empresários não participariam, com a divisão de delegados assim: 20% para o poder público, 40% para para os empresários e 40% para a sociedade civil. Agora imaginem, como os empresários reuniriam mais de 3oo delegados, sendo que não chegam a 5% de representação em nossa sociedade. Muitos eram funcionários das empresas obrigados a estarem presentes na Confecom. Bastava o cabeça da delegação levantar o crachá ou apontar o número através dos dedos da mão para alguma proposta a ser votada e a comitiva toda votava em peso. As aberrações não ficaram só aí. Por causa dessa metodologia que deixou a Confecom manca, todas propostas que a sociedade civil propôs, ganhou no voto. Mas não foram aprovadas quando os empresários invocavam tema sensível. Por causa disso ficaram de fora das resoluções aprovadas.

Na Confecom tive a oportunidade de conversar com o Rodrigo Vianna que esteve presente.. Com o Miro, que também tem seu blog e que regularmente reproduzo seus textos por aqui. Já o conhecia de outras paragens. Os dois são guerrilheiros através da Blogosfera. O Eduardo Guimarães apenas o vi pessoalmente. São pessoas fantásticas na qual recomendo visitas regulares em seus respectivos blogs. Antes de ir para os sites de notícias não deixem de visitar os blogs desses camaradas antes. Sem esquecer do Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim e do Blog do Melo.
A comunicação é um direito de todos
Com a realização da 1ª Confecom o gostinho de querer mais ficou na mente de todos que lutam pela democratização da comunicação e por uma gestão mais responsável neste setor. Por isso essa confecom já aponta para uma segunda. Vejamos o que podemos dizer a respeito mais pra frente. O fato é que a realização desse evento foi positivo para o povo e para o país. Um setor tão importante não pode ser abandonado deixando apenas o setor empresarial dar as cartas. O controle social se faz necessário, bem como a democracia e o princípio ético de fazer jornalismo com responsabilidade e isenção.
Tirei diversas fotos na Confecom, mas no computador que estou usando para escrever esse texto não é possível baixá-las. Farei um post, brevemente, com algumas fotos feitas na Confecom assim que possível.

Tenha um bançanço muito mais preciso da Confecom através do link abaixo.

Confecom aprova bandeiras históricas dos movimentos sociais

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Conferência Nacional de Comunicação em Brasília


Cheguei segunda feira em Brasília após um vôo tranquilo. Me hospedei e já fui fazer o credenciamento no centro de convenções de Brasília. É extremamente gratificante poder participar de um evento como este, mas mais importante do que isso é poder constatar que não somos os únicos a se preocupar com a democratização dos meios de comunicação. É uma luta de toda a sociedade e aqui posso vê-la organizada, disposta a fazer valer seus direitos e com objetivos definidos de conquistar outros mais. Na abertura esteve presente ministros, deputados e o próprio presidente da república. Os próximo dias promete também. Houve informações que o setor empresarial fez um ultimato a comissão organizadora dizendo que queria fazer valer o dispositivo chamod tema sensível, onde as propostas para serem levadas ao plenário, para votação final, deveria ter além de maioria, votos dos três segmentos representados aqui; sociedade civil empresarial, poder público e sociedade civil. Com esse dispositivo ficava muito difícil algumas propostas fossem aprovadas. Poderi inclusive rejeitar propostas que pudessem ser de interesse de um determinado grupo, no caso a sociedade civil. Bom, hoje de manhã houve muita discussão a respeito desse tema e onde foi questionado essa decisão da comissão organizadora. Não houve consenso no plenário e foi pra votação, onde a sociedade civil ou parte dela, foi derrota, prevalecendo uma outra proposta, intermediária, onde os respectivos segmentos poderiam indicar, como sendo prioritárias, entre dez, quatro do setor empresarial, dois do setor público e quatro da sociedade civil, que pelo que vi até agora, segue rachada em alguns temas. Estamos participando de diversas reuniões no sentido de garantir a convergência em temas que são de interesse comum. No momento saí de meu GT (Grupo de Trabalho) para vir aqui postar algo, já que devido a minha acomodação histórica, tenho deixado de postar no PIMENTUS. Espero poder repetir a dose amanhã.
Há transmissão ao vivo. Clique no link abaixo para assistir;

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Resistência anuncia fracasso da farsa eleitoral. 65% dos votantes se abstiveram!

Compilei a notícia abaixo no blog do vereador Roque Ferreira/PT de Bauru. Relata como foi o processo eleitoral que ocorreu no final do mês passado em Honduras.

Diferentemente do que nossa mídia nativa informa, parece que as eleições não foram consideradas um sucesso assim como apregoam. Acompanhe abaixo;






Honduras


Por Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado



O Comunicado nº 40 da Frente Nacional de Resistência Popular Contra o Golpe de Estado denuncia o fracasso da farsa eleitoral e convoca o povo para uma assembléia geral em Tegucigalpa.


Com plena satisfação anunciamos ao Povo hondurenho e à comunidade internacional que a farsa eleitoral montada pela ditadura foi contundentemente derrotada devido ao fraquíssimo comparecimento de votantes às urnas a tal ponto desmoralizante que o Tribunal Eleitoral golpista teve que prorrogar a votação em uma hora a mais - até as 17 horas.


Só não enxerga quem não quer ver. O monitoramento que nossa organização realizou em nível nacional nos mostra que o índice de abstenção é no mínimo entre 65% e 70%, o mais alto em toda história nacional, o que implica que apenas votou um máximo de 30% a 35% do eleitorado. Desta forma o povo hondurenho castigou os candidatos golpistas e a ditadura, que agora está em apuros para mostrar à opinião pública internacional um volume de votantes que não existiu.


Denunciamos que para fazerem isso recorreram a manobras fraudulentas como a entrada de salvadorenhos ligados ao Partido ARENA, trazidos para votar em nosso país, tal qual foi denunciado pelos camponeses no município de Magdalena, Intibucá. Devemos esperar também que busquem aumentar o número de votantes por meio da manipulação eletrônica.


O desespero do regime é tanto que reprimiu brutalmente a manifestação pacífica que se realizou em San Pedro Sula, na qual teve vários companheiros feridos, golpeados e presos; e há também um desaparecido. Entre os feridos informa-se que há um repórter da agência de notícias Reuters e também relatam que houve prisões de religiosos do Conselho Latino Americano de Igrejas que trabalhavam como observadores dos direitos humanos.

Considerando que este resultado representa uma grande vitória do povo hondurenho, a Frente Nacional de Resistência convida todo o povo de Honduras para em resistência realizar no dia de amanhã (30/11) a comemoração da derrota da ditadura.


Convocamos em Tegucigalpa uma Grande Assembléia no dia 30, a partir do meio-dia na sede do STYBIS e uma grande Caravana da Vitória contra a Farsa Eleitoral a partir das 15 horas com saída do Planeta Cipango.


Tegucigalpa, 29 de Novembro de 2009.

Comunicado 40.

Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Boicote a Folha/UOL e seus anunciantes



Já está a todo vapor uma grande campanha contra o grupo Folha (Folha de São Paulo e UOL [Universo On Line) devido a campanha sistemática e de baixo nível que esse grupo midiático levantou contra a antítese do pensamento anti-neoliberal. Parece que não se adaptaram aos novos tempos e por isso está pagando o preço por não saber conciliar cobertura jornalística com ética e imparcialidade. Por isso o Pimentus adere à esta cam
panha cívica e convida outros blogs a fazerem o mesmo; boicotar a compra de jornais da Folha de São Paulo e sua assinatura bem como aos anunciantes do UOL.

Abaixo reproduzo o texto do blog da
MariaFro onde é possível entender todo o histórico das mazelas do grupo Folha e a justificativa da campanha pela ética e o bom jornalismo.



Não basta cancelar assinaturas da Folha/UOL: boicote seus anunciantes!


Tem algo na cultura estadunidense que admiro profundamente: os EUA são um país assumidamente liberal, seus cidadãos lidam com o capitalismo e o consumo de modo claro e aberto. Se uma empresa não corresponde às expectativas e fere o código do consumidor eles movem processos e boicotam. Fazem campanha.

É isso que proporei neste post. Além de cancelar assinaturas da FOLHA/UOL, proponho que boicotemos empresas e produtos que anunciem neste grupo empresarial. Quem deseja ter sua marca assinada a um jornal que pratica anti-jornalismo não merece que os cidadãos de bem prossigam consumindo seus serviços/produtos.

Ando acompanhando o debate na blogosfera sobre o novo protesto contra a Folha/Uol que está marcado para o próximo sábado, às 10 hs, na Barão de Limeira, em frente à sede do Jornal colaboracionista com a ditadura militar.

Eduardo Guimarães propôs o protesto que foi acatado pelo MSM, alguns jornalistas como Rodrigo Vianna acha que um manifesto em frente ao jornaleco é dar muita importância para este órgão espúrio e propõe algo que doa no bolso do Grupo Folha/UOL: cancelamento de assinaturas. Edu contesta a medida como inócua, devido ao fato de esses jornalecos viverem de publicidade e de acordos com o poder público, muitas vezes, duvidosos como no caso da Folha especialmente com o governo do Estado que, além de anunciante de peso, faz assinaturas do jornaleco via secretaria da educação. Aliás, leiam aqui a interessante simbiose criada pelos tucanos com os jornalões.


Em março deste ano, um movimento completamente novo e independente surgiu via blogosfera contra o mau jornalismo praticado por este jornal decadente. Em seu editorial a folha de são paulo (em minúscula mesmo) afirmava, aos moldes de Pinochet, que no Brasil não havia tido ditadura militar e sim ‘ditabranda’.

O resultado daquele movimento foi muito positivo. Transmitido ao vivo pelo twitter e pela blogosfera, ganhou notoriedade mundial, o que fez o jornaleco mais uma vez passar vergonha pública e voltar atrás em outro editorial, além das milhares de assinaturas canceladas e de vários ciclos de debates e publicações em torno da discussão sobre os anos de chumbo no Brasil.

É compreensível (embora seja inaceitável) a folha sempre querer minimizar o que foi o regime de exceção e tortura no Brasil. Este jornaleco tem muitos motivos pra querer apagar a memória das décadas de ditadura militar no Brasil, já que foi um jornal colaboracionista com a ditadura militar. Nós, brasileiros cidadãos que respeitamos os valores democráticos, não.

Agora, no final de novembro, novamente a folha, que deveria poupar o corte de eucaliptos, publica um artigo de César Benjamin, ex-militante arrivista, que além de ofender a memória de um dos principais movimentos responsáveis pela queda da ditadura militar no Brasil, ataca gratuitamente a figura do presidente do país, praticando injúria e difamação (eu ainda sou favorável a uma ação pública contra a Folha e contra Benjamin). As falsas acusações do artigo injurioso foram negadas com veemência por todos os envolvidos, inclusive pelo delegado responsável pela prisão de Lula à época: Romeu Tuma.

Enfim, a folha caminha a passos largos para decretar sua falência financeira, pois a falência jornalística ela já decretou há muito.

Pessoas inteligentes, sérias, que desejam a promoção da democracia não podem ler o jornalismo marrom praticado por este jornaleco. Se ainda assinam a folha ou uol, cancelem. Mas além disso, proponho que também boicotem produtos e empresas que ainda anunciam neste jornal de futricas, factóides e faccioso.

Abaixo, segue uma lista provisória dos anunciantes que ainda associam seus produtos e marcas a este Grupo sem moral. Peço ajuda aos leitores do blog para que completemos a lista.

Abraços

BOICOTE AS EMPRESAS QUE ANUNCIAM NO GRUPO FOLHA/UOL

Cursos 24 Horas

Lojas Americanas,

Espaço de Dança Ruth Rachou,

Extra,

Fábio Imóveis,

Fast Shop,

Livraria Saraiva,

Luxtravel Turismo,

Magazineluiza,

Portal Educação

SKY

Submarino,

Via Tentação Lingerie Sexy

Vida Boa Brasil

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O demo Arruda será o vice de Serra?


Por Altamiro Borges

O único governador do DEM no país, José Roberto Arruda, está quase no cadafalso, pronto para a degola. Os 30 vídeos em mãos da Polícia Federal mostram o demo e os seus aliados colocando maços de dinheiro ilícito nos bolsos, nas meias e até na cueca. As imagens não deixam margem à dúvida. A corrupção é pesada e enterra o discurso dos oligarcas do ex-PFL, que se travestiam de paladinos da ética para evitar o total fiasco nas eleições majoritárias e proporcionais de 2010.


A cada pleito, o ex-PFL não engana mais ninguém. Em 1998, o partido dos coronéis elegeu 105 deputados federais. Em 2002, ele conseguiu emplacar 84 e, em 2006, caiu ainda mais, elegendo 65 parlamentares. Desmoralizado e enfraquecido, ele desidratou na atual legislatura e ficou com 55 cadeiras. Já no executivo, o desastre foi bem maior. Elegeu seis governadores em 1998; caiu para quatro em 2002; e só conseguiu emplacar um em 2006, José Roberto Arruda, um ex-tucano que renunciou a mandato de senador após o escândalo da violação do painel eletrônico, em 2001.

“Ambos trocaram elogios mútuos”

O encolhimento dos demos não deve preocupar apenas os coronéis deste partido. Afinal, o DEM é quase um apêndice do PSDB. Não tem vida própria e vegeta – ou definha. Com sua crise, que pode ser terminal, ele cria baita dor de cabeça para os tucanos, abalando o sonho dos neoliberais-conservadores de retorno ao poder na sucessão do próximo ano. Arruda estava flertando com o mineiro Aécio Neves, mas nunca escondeu seu desejo de ser vice do tucano paulista José Serra.

“Serra, do PSDB, e Arruda, do DEM, ensaiam aliança para 2010”, informou o sítio da Folha no ano passado. O artigo, agora ocultado pelos “colunistas” da mídia, informava que os dois haviam se reunido em Brasília para negociar a possível dobradinha. “Ambos trocaram elogios mútuos na presença dos líderes nacionais dos dois partidos”, relatava. O governador do Distrito Federal fez, na ocasião, rasgados elogios ao seu compadre paulista, garantindo que “copiava” várias projetos do grão-tucano – ainda não existiam as denúncias de roubo dos cofres públicos.

O socorro da revista Veja

Quando renunciou ao seu mandato para escapar da cassação, o então tucano José Roberto Arruda chorou copiosamente na tribuna do Senado. Agora, quem deve estar chorando são os demos, que ficaram sem discurso e podem encolher ainda mais no pleito de 2010; os tucanos, que assistem a tragédia dos seus fiéis aliados; José Serra, que despenca nas pesquisas e acompanha o enterro de um eventual candidato a vice; e a própria mídia hegemônica, que nunca escondeu a torcida por uma “imbatível” aliança tucano-demo. Haja lenço ou papel-higiênico para tantas lágrimas.

Talvez a revista Veja pudesse consolar os chorões do DEM e do PSDB. Em julho deste ano, ela já bajulou o governador do Distrito Federal – talvez como gratidão pela compra de assinaturas do panfletinho da Editora Abril – na entrevista intitulada “Ele deu a volta por cima”. Nela, Arruda aparecia como um estadista, como político ético, apesar de confessar que “sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição”. O escândalo atual cobra explicações de Arruda, de Serra, dos demos, dos tucanos e da mídia venal. Haja papel higiênico!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Serra visita o chefão da revista Veja


Por Altamiro Borges


O jornal O Estado de S.Paulo noticiou nesta semana que o governador José Serra, que trava uma guerra fratricida para ser o presidenciável tucano, fez uma visita de cortesia ao amigo Roberto Civita, o chefão da revista Veja. Não há maiores detalhes sobre o encontro, como sempre dos mais sigilosos. Mas dá para se imaginar o que rolou na conversa amistosa... e coisa boa não foi!

Talvez o grão-tucano tenha implorado o apoio na batalha sucessória da Editora Abril, a poderosa corporação midiática que edita a Veja – principal palanque da oposição direitista e hidrófoba ao governo Lula. Conhecido por suas táticas sujas e desleais, talvez José Serra também tenha repassado mais algumas intrigas contra seus adversários, seja Dilma Rosseff ou mesmo o tucano Aécio Neves.
Generosa ajuda financeira

Já Roberto Civita talvez tenha aproveitado a cordial visita para agradecer a generosa ajuda que o governo paulista tem dado à sua editora. Nos últimos anos, José Serra assinou vários contratos de compra de publicações do Grupo Abril, a maioria deles sem licitação pública. Num dos mais recentes, os cofres do Estado foram saqueados na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, o que injetou R$ 3,7 bilhões nos cofres da famíglia Civita.

Esta generosa ajuda, feita com dinheiro público, está sendo questionada pelo Ministério Público Estadual. Em setembro, ele acolheu representação do deputado Ivan Valente (PSOL) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar as irregularidades nos contratos firmados entre os amigos Serra e Roberto Civita. Segundo levantamento do parlamentar, “cada vez mais, esta editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isto totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

Relações promíscuas com os tucanos

Além da bondade financeira, o presidenciável tucano está cada vez mais afiado com o discurso neoliberal da famíglia Civita. Para espantar os fantasmas do passado, ele assumiu de vez a sua postura autoritária e elitista – bem ao gosto dos editores golpistas da Veja. Talvez, Serra tente conquistar a simpatia que goza outro serviçal tucano, o ex-presidente FHC. No artigo “O jogo do milhão”, publicado na revista Carta Capital de março de 2002, o jornalista Bob Fernandes, revelou a que nível chega essa promiscuidade. Vale a pena reproduzir um trecho da elucidativa matéria:

“Para que se entenda qual é a relação entre poderes constituídos no Brasil, vale uma rápida visita ao gabinete de Civita, no 24º andar do número 7.221, Marginal Pinheiros, São Paulo. O edifício é dos tais inteligentes. Monumental, debruça-se sobre o fétido Rio Pinheiros, uma espécie de divisa entre o primeiro e o quarto mundos: a favela do Jaguaré não muito distante da Abril, a meio caminho da Editora Globo... A mesa de Civita fica diante do aparador. Sobre ele, fotos. A mulher, os filhos, a família. Além dos Civita, mais uma, só mais uma foto. De Fernando Henrique Cardoso.

“Por mais de uma vez, a mais de um amigo, Civita explicou: ‘Pensam que a Abril apóia o programa de governo do Fernando Henrique. A questão está mal colocada. Não é a Abril que apóia o programa do Fernando Henrique. É o Fernando Henrique quem apóia o programa de governo da Abril”.