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quarta-feira, 11 de março de 2009

Intervenção dos EUA na América Latina é denunciada em livro


Para escrever o livro, Eva Golinger investigou documentos desclassificados da inteligência dos Estados Unidos com o objetivo de desmascarar organizações de fachada que trabalham para atender a agenda do país na região

Agência Brasil de Fato

“O governo dos Estados Unidos não vai aceitar nunca que modelos como o da Venezuela se fortaleçam”, afirmou ao InfoRel, a escritora e advogada venezuelano-americana Eva Golinger, que lançou em Havana, o livro La Telaraña Imperial, em que denuncia a ingerência dos Estados Unidos na América Latina.

Para escrever o livro, Golinger investigou documentos desclassificados da inteligência dos Estados Unidos com o objetivo de desmascarar organizações de fachada que trabalham para atender a agenda dos Estados Unidos na região.

Para Eva Golinger, “na medida em que se fortalece o processo socialista na Venezuela, mais crescem as ameaças que também vêem da direita européia e latino-americana”, afirmou.

De acordo com a escritora, até 1992, a Venezuela não figurava entre as prioridades para a política exterior dos Estados Unidos. “Como a oposição não conseguiu deter o projeto de Hugo Chávez, a estratégia muda a partir de 2005, quando o presidente venezuelano começa a falar em socialismo bolivariano”, destacou.

Lula X Chávez

Para Eva Golinger, os Estados Unidos trabalham para que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez se desentendam a ponto de romperem politicamente, o que ficou mais difícil depois que ambos decidiram se reunir a cada três meses.

Segundo ela, “o problema não é a Venezuela, mas os Estados Unidos. Todas as declarações de Chávez são defensivas. Como melhorar as relações com um governo que só te atira pedras e financia a oposição?”, questiona a escritora.

Na sua avaliação, mesmo que Lula quisesse atuar como um mediador, isso não funcionaria, pois todas as pessoas que conduziram a política exterior norte-americana na última década não entenderam as mudanças ocorridas na América Latina.

“O presidente Hugo Chávez foi classificado como um ditador e isso não muda. Os Estados Unidos se negam a aceitar as mudanças e Obama representa o novo apenas internamente”, concluiu.

Eva Golinger também atua à frente da Fundação Centro de Estudos Estratégicos (CESE), dedicado a descobrir, analisar e divulgar informação sobre as estratégicas e ameaças de ingerência e subversão na América Latina. Foi fundado em 2008 e tem sede em Caracas.

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