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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A Vale é nossa - Parte 1 de 3

A polêmica em torno das privatizações volta a ser discutida na semana da pátria, onde a população brasileira participará do Plebiscito da Vale do Rio Doce (CVRD). O Plebiscito, além da consulta popular, pode se amparar também no processo originado de diversas ações populares movidas na época da venda da Vale, em 1997, pedindo a anulação da privatização da companhia. Processo ressuscitado pela juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal.
A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e na época em que foi vendida, no governo FHC, valia pelo menos trinta vezes mais o valor em que foi leiloada. Ao contrário do que é exposto pela mídia e por alguns órgãos da imprensa, a Vale sempre foi extremamente lucrativa. Quem comprou a vale, além do seu patrimônio físico de 92 bilhões (foi arrematada por 3.3 bilhões), tinha na sua conta uma reserva de 700 milhões. A Vale era um complexo industrial com 54 empresas, maior produtora e exportadora de ferro do mundo, com concessão de duas das maiores ferrovias do planeta e hoje vale quase R$ 100 bilhões. Este patrimônio não foi avaliado.
Após seis anos sem investimentos a estatal conseguiu se sustentar obtendo lucro. Por iniciativa do governo FHC, resultado de uma política de estado, os lucros da empresa não poderiam se reverter em investimentos, pois isso era considerado pelos organismos internacionais e pelo FMI como um gasto público. Desta forma, estava montada a justificativa para sua privatização. De um lado a argumentação de que a empresa era ineficiente e deficitária para o Estado e de outro que a privatização da Vale ajudaria a diminuir a dívida externa, o que não aconteceu, pois os R$ 3,3 bilhões arrecadados com a sua venda não fizeram cócegas na dívida pública brasileira, que só foi aumentando a cada ano.
Diante desta polêmica toda, tão importante quanto reestatizar a Vale é refletirmos sobre a interferência econômica, ambiental e social que as empresas públicas (estatais) podem ter na vida da população. Pois vejamos:
Quem é o maior financiador da casa própria nesse país, da pequena empresa e de bolsas universitárias, com carência pra pagar e com juros baixos? Quem financia o agro-negócio e a agricultura familiar, dando prazos e renegociando dívidas por até vinte anos? São os bancos privados ou a caixa e o BB? Quem patrocinou a maioria dos atletas brasileiros no Pan e no Para-Pan. No Para-Pan inclusive, somente a Caixa Econômica. Mesmo assim, conseguiu dobrar o quadro de medalhas de ouro do último Para-Pan, colocando o Brasil em primeiro lugar no quadro de medalhas. O programa "Petrobrás Fome Zero", só no Governo Lula já investiu, até 2006 R$ 303 milhões em ações de fortalecimento das políticas públicas de combate à miséria e a fome.
Estes e muitos outros questionamentos nos levam a uma simples constatação: A vocação da iniciativa privada é prioritariamente o lucro. Já uma empresa pública, estatal, tem por vocação atender os interesses e as necessidades do seu dono. Neste caso, O POVO.
O Plebiscito sobre a Vale e sobre as dividas interna e externa serão dos dias 01 a 07 de setembro. Participe!!!

Links relacionados ao texto;

O site
http://www.avaleenossa.org.br/
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A continuação dos vídeos (as três partes estão juntas)
http://www.avaleenossa.org.br/video_ple.asp
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Por debaixo do pano
http://viomundo.globo.com/site.php?nome=PorBaixoPano
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