Numa tentativa deseperada de acabar com a greve a direção da emissora convocou diversos trabalhadores, prestadores de serviço e os funcionários que não aderiram a greve para uma "reunião" na qual seria discutido os rumos da greve. Uma coisa absurda de se fazer, já que os mesmos não estavam em greve.
A reunião aconteceu dentro da emissora, os trabalhadores em greve estavam do lado de fora. Estes foram orientados a não entrar. Sendo então proposto que uma comissão de trabalhadores e alguns membros do comando de greve pudessem entrar e participar da mesma.
Na reunião, obviamente foi propalado apenas a versão da empresa. O comando de greve, bem como alguns membros da comissão, que foram participar desta reunião, foram questionados duramente a respeito da condução do movimento. Não sendo o espaço para fazer esta discussão, os companheiros escutaram a opinião dos contrários e saíram para fazer os encaminhamentos necessários, já que não houve nenhuma nova proposta por parte da direção da emissora.
Sérgio Ipoldo, diretor coordenador do Sindicato dos Radialistas e também funcionário da Fundação Padre Anchieta, que dirige a RTV Cultura, juntamente com a comissão de trabalhadores que entraram para participar da reunião, saíram da emissora e, ao participarem da a assembléia, para informar a respeito do que foi discutido lá dentro, dezenas de trabalhadores, que não estavam em greve, saíram para acompanhar e certamente votar o que poderia ser apresentado. O que seria descabido, já que quem tem direito a voto são os trabalhadores que estão em greve e não aqueles que, confortavelmente, ficam esperando o desfecho do movimento. Diga-se de passagem, esperando sem trabalhar, já que toda a parte operacional da emissora continua parada. Nada se produz sem os radialistas.
A emissora em greve não pode demitir e nem contratar novos trabalhadores para substituir os grevistas. Está contemplado essas condições na Lei de Greve. Mas como sempre, a emissora tenta burlar, orientando os prestadores de serviço (PJs), que estão contratados irregularmente e que em partes não aderiram a greve a desempenhar as funções dos trabalhadores em greve. Isso é ilegal o comando de greve já propôs que o Sindicato acione o Ministério do Trabalho, através de seus auditores autue a empresa por mais essa irregularidade.
Greve trasmitida pela internet
Pela primeira vez na história de luta dos trabalhdores no Brasil uma greve foi transmitida em tempo real pela internet. Durante os cincos dias da semana a greve dos trabalhdores da Rádio e TV Cultura foi transmitida pela WebRádio Antena Ligada, do Sindicato dos Radialistas.
Além das transmissões, do que vem ocorrendo durante o movimento, entrevistas com parlamentares e apoios têm sido divulgados. A programação musical segue, sendo interrompida apenas quando se faz o uso do microfone para dialogar nas assembléias com os trabalhadores e nas entrevistas de personalidades que visitam os trabalhadores em greve em frente da emissora.
Uma coisa curiosa que ocorre lá é que todos os trabalhadores acompanham as assembléias, os que não aderiram ficam do lado de dentro, próximo ao portão, já que não tem o que se fazer lá dentro. Há muitos relatos de quem está dentro da emissora de pressão e ameças de demissão, caso aderem ao movimento. Neste final de semana estão sendo discutidas as estratégias para condução da greve. E só para informar, segunda feira, as 15:00 hs na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo estará sendo realizada uma audiência pública com os trabalhdores em greve da RTV Cultura.
Leia o texto abaixo com mais informações a respeito de todo o movimento dos trabalhadores da Rádio e TV Cultura;
Grevistas rejeitam proposta
Pela quarta vez, desde que se iniciou a greve, os trabalhadores da RTV Cultura rejeitaram a proposta de apenas 6,05% de reajuste. O problema não está no índice e sim na falta do abono de 35%.
Ontem a comissão de negociação foi chamada e criou-se uma expectativa que pudesse surgir uma nova proposta, mas o índice era o mesmo e, além disso, a direção se comprometia a estudar como seriam resolvidos alguns problemas internos.
Passeata na Marginal Tietê
Para dar visibilidade ao movimento e demonstrar toda sua indignação e vendo suas reivindicações não serem atendidas, os trabalhadores saíram em passeata e ocuparam 3 faixas da marginal Tietê, foram até a Ponte da Freguesia do Ó e entraram na Marques de São Vicente retornando assim à porta da emissora. Tudo pacificamente e organizadamente.
Markun é derrotado ao defender a proposta
Ao retornarmos à emissora, após a passeata, a direção da Fundação Padre Anchieta havia soltado um comunicado dizendo que caso a proposta, que já havia sido rejeitada pela assembléia, não fosse aceita até as 18:00 horas eles enviariam a greve para julgamento. E o próprio presidente da Fundação, Paulo Markun, queria defender no nosso microfone aos trabalhadores a proposta.
Democraticamente foi posto em votação se deveríamos abrir o microfone ao presidente e reabrir a discussão, por maioria (apertada) venceu que concederíamos a palavra ao Markun e assim foi feito.
O presidente defendeu a proposta e foi derrotado por esmagadora maioria.
Interdito Proibitório/Liminar
A Fundação Padre Anchieta, como todos já sabem, entrou com processo para enfraquecer o movimento dos trabalhadores e conseguiu a liminar que todos já conhecem. Ontem mesmo o nosso depto jurídico entrou com pedido para cassar essa liminar e está aguardando a resposta do juiz que sairá hoje as 13:00 horas.
Cumprir o Acordo Coletivo é Obrigação
Se a Fundação Padre Anchieta tem uma má gestão e está com um rombo de 19 milhões, o problema não é nosso. Se o Codec não permite que a emissora resolva seus problemas econômicos com seus funcionários, como foi explicado pelo presidente, é um problema de relacionamento deles com o governo Serra.
O que não pode acontecer é não ser cumprido o Acordo Coletivo da categoria, pois ele tem força de Lei. Historicamente somos radialistas e desde 1962 (data da greve geral dos radialistas) recebemos o nosso acordo coletivo. Agora não podemos ser tratados como funcionários do governo como o Serra/Codec quer, somos radialistas e todas as emissoras do Estado de SP honraram o acordo. O governo tem dinheiro e condições de pagar, o que falta é vontade política.
Pressionar o Governo é preciso Na assembléia foi tirada uma visita ao palácio dos Bandeirantes, que deveremos fazêla logo. Também está sendo providenciada uma audiência com Aluisio Nunes Ferreira ao qual o Codec presta “contas”. Devemos pressionar o governo, pois ele é mantenedor da Fundação e é responsabilidade dele provir os recursos necessários para que ela funcione normalmente, isto inclui pagar nossos salários e honrar o nosso acordo.
Cumpra-se o Acordo Coletivo
Nossa greve reivindica apenas que o nosso acordo seja honrado, somos radialistas e não funcionários públicos e assim devemos ser tratados. Queremos o que é nosso de direito: 5,83% de reajuste e o Abono de 35%. Governo Serra e Fundação Padre Anchieta paguem o que nos devem!
Só a Luta muda a vida!
Nenhum Direito a Menos!
Nenhum Direito a Menos!
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