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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

MÍDIA: 1/3 + 1/3 + 1/3



Sempre que entro na net, visito os diversos blogs que tenho nos links da minha página (estão a direita do Pimentus). Hoje, ao entrar no Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, que há tempos vem quetionando a postura de nossa mídia, relata algo interessante que viu no Le Monde (em vez de colocar o link da página aqui, vou postar o texto); Trata de uma regra interessante que o jornal francês questiona a mídia local sobre não cumprimento desta. Acho que vale a pena a leitura.
Obs.; Há links no texto, seria interessante ir no próprio blog Conversa Afiada para acessar (faça isso clicando no título deste texto).



O editorial do jornal francês Le Monde deste domingo, dia 07 de outubro, é sobre
“o pluralismo político no noticiário da televisão”.
. Imagine tratar de um
assunto desses no Brasil – seria uma ameaça à liberdade de imprensa (da Globo)
...
. O título do editorial é “onipresença”.
. Trata-se de uma crítica à
freqüência com que o presidente da República, Nicolas Sarkozy aparece,
especialmente na televisão: quase todo dia ele anuncia um pacote novo de medidas
e a mídia francesa – especialmente a televisão – se comporta como o admirador
passivo, acrítico.
. O Monde lembra que, recentemente, o partido da
oposição, o Socialista, encaminhou ao Conselho Superior de Áudio-Visual (um
órgão que a Globo impediu que houvesse no Brasil, na seqüência da aprovação da
Constituição de 88): um órgão para garantir o respeito ao pluralismo político na
televisão.
. O Monde relembra um hábito que sempre foi respeitado: a regra
dos três terços: as televisões tinham que manter um equilíbrio entre as
personalidades do Governo, da maioria no Congresso, e da minoria no
Congresso.
. Na França, Sarkozy acabou com o hábito dos três terços.
. No
Brasil, na Globo (que ainda detém uma fatia majoritária da audiência), prevalece
a regra 1/1 – só “um” tem espaço – o que ela quiser.
. O “um” é o que for
mais apropriado para derrubar o Presidente Lula.
. A deputada Luiza Erundina,
a propósito de re-estudar as regras para concessão de canais, pretende analisar
também os hábitos da televisão brasileira.
. Aqui, no Conversa Afiada, já
fizemos uma sugestão provavelmente inútil: que se estudasse a possibilidade de
contestar os “colunistas” / editorialistas da Globo: quando a Miriam Leitão
falasse que o Governo Lula faz uma política desastrosa, alguém pudesse
contestá-la imediatamente (e não esperar um processo judicial ...).
. para ler por que só a Miriam pode).
. Fazemos agora outra sugestão:
que a Deputada Erundina conceba mecanismos para assegurar, aqui, também, na
Globo, a regra do 1/3 + 1/3 + 1/3.
. Fala o Governo, a maioria defende, a
oposição critica.
. Vem uma nova eleição.
. A oposição vende.
. Fala o
Governo, a maioria defende, a oposição critica e lá vai a democracia em frente
...
. Ainda nessa edição de domingo do Monde, há uma reportagem sobre uma
assembléia do sindicato dos jornalistas para discutir “a multiplicação das
pressões políticas e econômicas” sobre os jornalistas.
. O sindicato pediu
uma audiência ao Presidente Sarkozy (que ainda não os recebeu) para propor “uma
modernização legislativa dos estatutos legais que tratam da mídia”.
. Uma das
sugestões dos jornalistas seria incluir nessa “modernização” o direito de a
redação dizer “não” ao diretor de redação escolhido pelo empregador.
. Aqui
no Brasil, isso seria um desastre.
. Primeiro porque os sindicatos de
jornalistas tratam de defender o uso (abusivo e desnecessário) do diploma, e
lutar por aumento salarial.
. E nada de criticar o caráter 100% conservador e
golpista da mídia brasileira.
. E segundo porque, no Brasil, onde, como diz o
Mino Carta, jornalista “chama o patrão de colega”, a clausula do direito de
dizer “não” poderia sair pela culatra ...

Um comentário:

Ventura Picasso disse...

Werneck, amigo e companheiro: iomagina vc que país é este, para o cara ser jornalista tem que ter diploma. Esse é um parâmetro da maior importância para medir direito democrático; Sabia?