Veja como são as coisas; nossa mídia "isenta" late todos os dias que a fonte de desestabilização na América do Sul é o presidente da Venezuela, quando não, são as FARCs. Não conseguem fazer uma auto-crítica de sua cegueira em relação a ingerência norte americana na América do Sul.
Depois de anos no Equador, o presidente Rafael Correa, tomou a decisão de não renovar o contrato que permite o funcionamento de uma base americana em solo equatoriano. Como diversos países sulamericanos, dentro do espectro político, deram uma guinada a esquerda, os Estados Unidos tem tentado de diversas maneiras, manter sua influência política. Como tem tido pouco resultado, anunciou recentemente a retomada da VI Frota Militar, de olho nas riquezas petrolíferas que vem sendo descobertas, além de negociar a instalação de uma base militar no Peru. Acompanhem abaixo a notícia que vem da Agência de notícias Brasil de Fato;
Apesar das negativas do presidente Alan García, Exército confirma o diálogo com o Pentágono; “Instalação confirma que o governo peruano tem se tornado um aliado privilegiado de Washington para manter uma estrutura de segurança militar na região”, diz especialista.
Embora o governo de Alan Garcia tenha negado, as Forças Armadas do Peru confirmaram na segunda-feira (16) que estão negociando a instalação de uma base militar estaduniense em território peruano. Esta base se localizará em Ayacucho, 575 quilômetros ao sudeste de Lima, zona na que atualmente operam mais de cem soldados estadunidenses e que foi o epicentro da guerra interna que sofreu o Peru nas décadas de 80 e 90, que deixou 70 mil mortos.
Em Ayacucho se concentram os últimos integrantes do grupo armado Sendero Luminoso, com uns 300 homens, mais de 15 mil hectares semeados com folha de coca. “Efetivamente, estamos em conversas (com os Estados Unidos) para construir um aeroporto militar”, declarou o Chefe do Exército, general Edwin Donayre. Desta maneira, confirmou o que diversos setores estão denunciando e que os governos do Peru e Estados Unidos haviam negado em todos os tons.
Em março de 2007, o jornal argentino Página 12 revelou que o governo peruano negociava com os Estados Unidos – que em 2009 deverá fechar sua base de Manta, no Equador – a instalação de uma base militar no território peruano. Conversas que, segundo as fontes consultadas, formavam parte das negociações entre Peru e Estados Unidos para firmar um Tratado de Livre Comércio (TLC), que ambos países subscreveram em dezembro de 2007. O governo peruano reagiu negando essa possibilidade, ainda que fontes militares confirmaram essas conversas a meios locais. Vom as declarações do general Donayre, pela primeira vez uma alta autoridade do governo peruano admite publicamente a próxima instalação de uma base militar dos EUA.
Operação "Novos Horizontes"
Em maio, foram para Ayacucho mais de cem soldados estadunidenses com o objetivo de iniciar a Operação “Novos Horizontes”, que se prolongará até setembro e na qual participarão mais de mil militares desse país. Segundo as autoridades peruanas, “Novos Horizontes” se limitará a desenvolver ações de ajuda humanitária, mas as tropas estadunidenses estão fortemente armadas, o que desperta as desconfianças sobre as verdadeiras intenções que se ocultariam atrás dessa suposta ajuda humanitária.
A população de Ayacucho tem anunciado medidas de protesto contra a chegada das tropas, como uma paralisação marcada para 8 de julho, em repúdio à presença militar estadunidense. O quartel Los Cabitos, de Ayacucho, foi o centro a partir do qual se dirigiu à guerra antisubversiva nos anos 80 e 90. Tornou-se em cenário de detenções ilegais, torturas e execuções extrajudiciais durante os anos da guerra interna. Recentes investigações têm revelado a existência de valas comuns dentro de Los Cabitos, com centenas de corpos das vítimas da guerra suja.
“A seleção de Ayacucho tem a ver com o interesse dos Estados Unidos de estarem no coração da zona mais problemática em termos de segurança que há no país e porque está na mesma distância do conflito armado na Colômbia e dos conflitos políticos na Bolívia. Desta base, os Estados Unidos operariam em toda a região. Com sua instalação, o Peru estaria se envolvendo perigosamente em um conflito regional”, sinalizou Ricardo Soberón, especialista em temas militares e de narcotráfico. E acrescenta: “A instalação de um aeroporto militar norte-americano confirma que o governo de Garcia tem se tornado um aliado privilegiado de Washington para manter uma estrutura de segurança militar na região”.
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