A luta de classes é uma realidade inequívoca em nossa história. Marx constatou isso. Esta luta, lá na Venezuela, se faz cada vez mais exposta.
No próximo domingo, na Venezuela, estará ocorrendo eleições para prefeito e governadores de Estado. A oposição, com apoio da elite local e também dos Estados Unidos, segue sua luta em busca do poder, desde quando foram desbancados deste, em sucessivas eleições naquele país. Revigorados por terem conseguido uma vitória frente a proposta de nova Carta, tentam agora buscar mais um resultado positivo.
Análises da grande imprensa dizem que o presidente venezuelano Hugo Chavez está em desespero, assumindo a frente da campanha de partidários, apesar de ser uma autoridade federal. Segundo estas análises, a oposição tem chance de aumentar suas conquistas de 2 para 6 Estados. Já os chavistas dizem que a oposição tem no momento 5 Estados na mão e que podem diminuir o número destes nestas eleições. O fato é que a disputa segue em rítmo de final de copa, como tem acontecido nos último anos na Venezuela.
Diferentemente do que as corporações midiáticas e seus quase-jornalistas tentam provar, Hugo Chávez é craque em eleições. Ele costuma resolver tudo no voto. Quando algo lhe toca, bora fazer um plebiscito.
A estratégia sempre dava certo, até a última tentativa, quando propôs uma reforma constitucional. E perdeu. Entre os muitos pontos tal reforma permitia a reeleição indefinida do presidente da República.
Agora, neste domingo, o governo enfrenta seu primeiro teste de fogo depois daquela derrota. Estão em jogo os governos dos estados e as mais de 100 prefeituras do país. E Chávez, pelas informações que tenho, não terá vida fácil.
O sociólogo e amigo venezuelano Élio Hernandes, que apóia o governo de Chávez, me envia uma análise das disputas estaduais.
Segundo ele, “a situação é preocupante em sete estados: Carabobo, Zulia, Miranda, Mérida, Nueva Esparta, Yaracuy y Táchira.”
A diferença entre os candidatos da situação e da oposição nesses estados, segundo Élio, “é menor do que 10 pontos nas diferentes pesquisas de opinião”. É bom lembrar que na Venezuela as pesquisas sempre erraram, porque antes todas eram ligadas à oposição. Hoje o governo também tem seus institutos.
Élio, diz que, no entanto, dos sete estados, em seis a situação é mais delicada. Ou seja, tudo indica que em Yaracuy o governo vença.
Ele ainda explica que do ponto de vista populacional e econômico os estados mais importantes do país são; Zulia, Carabobo, MIranda, Bolivar, Tachira, Mérida, Sucre, Guarico y Distrito Capital. Ou seja, nove.
E por isso seria péssimo se a situação perdesse simultaneamente em Tachira, Zulia, Miranda e Carabobo, que são estados emblemáticos.
Outra matemática utilizada por Élio Hernandes é que atualmente a oposição já governa cinco: Nueva Esparta, Zulia, Sucre, Aragua, Guárico y Carabobo. Sendo que os governadores dos últimos quatro foram eleitos com o apoio de Chávez e se afastaram dele. Aliás, neste aspecto Chávez é também craque. Muitos dos seus opositores são ex-aliados.
A partir desta realidade, Élio diz o seguinte: “a oposição vai cantar vitória se vencer em quatro estados pelo menos. Mas para de fato avançar, terá de ganhar ao menos em seis”.
E completa com a seguinte frase: “Se eles ganharem em cinco ou menos do que isso, podemos dizer que o projeto bolivariano está se recuperando da derrota pela reforma constitucional. Seria um cenário favorável ao governo.”
E completa com a seguinte frase: “Se eles ganharem em cinco ou menos do que isso, podemos dizer que o projeto bolivariano está se recuperando da derrota pela reforma constitucional. Seria um cenário favorável ao governo.”
É uma análise de um venezuelano que apóia Chávez, mas bastante franca e interessante. A meu ver, muito mais honesta e transparente do que as que tenho lido nos últimos dias nos nossos jornalões. Que em tese deveriam ser mais imparciais, mas não o são.
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