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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O medo das oligarquias do referendo na Venezuela


A imagem acima não apareceu no noticiário internacional. E nem vai aparecer, já que essa manifetação é pró Chávez. Isso se deve, óbvio, por interesses escusos de quem controla esses meios de comunicação. Nem sempre é noticiado o outro lado da história que ocorre na Venezuela. A oposição venezuelana não toma jeito.

Está em curso, como podem acompanhar pelo noticiário nacional, mais uma tentativa de golpe de parte da sociedade venezuelana. Sempre quererendo fazer valer seus interesses sobrepondo aos da maioria. Nesta última vez, dezenas de milhares de estudantes (a imprensa golpista de lá e daqui inflam os números, não dá para precisar) foram às ruas de Carácas, capital venezuelana, manifestar contra o referendo constitucional que será realizado no começo do mês de dezembro
(clique no título deste texto logo acima da foto para saber mais).

Milhões de pessoas terão a oportunidade de dizer sim ou não as reformas feitas pelo congresso nacional, eleito democráticamente em eleições limpas. Hoje de manhã dei uma passadinha no blog do Mello (que vejo sempre) e o assunto era o mesmo. Creio até que seu post está mais completo que o meu, por isso reproduzo aqui para vcs acompanharem. É coisa de doido, olhem só;


Mídia e sem votos querem sangue na Venezuela

Mais uma vez a oposição a Chávez arma o cenário para um golpe de Estado. Mais uma vez essa mesma oposição abdica do direito de derrotar o presidente venezuelano nas urnas e tenta derrubá-lo no tapetão do golpe.

Saem às ruas para protestar contra a reforma Constitucional aprovada pelo Congresso venezuelano, que vai à votação popular no próximo dia 2 de dezembro. E a reforma foi aprovada quase que por unanimidade, simplesmente porque nas últimas eleições a oposição abdicou do direito de lançar candidatos na disputa, o que fez, obviamente, com que só candidatos afinados com o presidente Chávez fossem eleitos. Alegaram os fujões que a disputa não seria democrática, embora observadores internacionais (inclusive a Fundação do ex-presidente americano Jimmy Carter) tenham confirmado a lisura de todo o processo.

Agora, mais uma vez, partem para as ruas com o único objetivo de conseguir fabricar vítimas, para poder usar o sangue de inocentes úteis e tentar o golpe, exatamente como em 2002.

Aparentemente, agora têm a seu lado o ex-ministro Raúl Baduel, o homem que ajudou Chávez naquele ano, dando o contragolpe, que restituiu o poder ao presidente um dia após o golpe. Em declaração recente e surpreendente, Baduel disse que a aprovação da reforma Constitucional será um golpe de Estado. Como se dá um golpe de Estado dentro das regras, através do voto, ele não explicou. Também não disse o que devem fazer os venezuelanos, caso haja a vitória do sim, no dia 2.

Baduel era amigo de Chávez - é inclusive seu compadre - e suas declarações colocaram ainda mais fogo na situação.

Mas, vejam só, o cenário é tão cercado de suspeitas na Venezuela, que há quem veja o dedo de Chávez nas declarações de Baduel . Para esses, ao pedir o voto no não – e não pregar a abstenção, como faz a a oposição – Baduel está ajudando o presidente, ao incentivar a presença maciça da população no referendo, o que aumentaria a legitimidade da aprovação da reforma.

O caso é que os sinais emitidos da Venezuela são recebidos no Brasil pela “grande imprensa” com os “chavõez” (com z mesmo, de Chávez) de sempre. De sua parte, Chávez parece tranqüilo e disposto a não permitir que 2002 se repita em 2007. Estruturou-se nesses anos todos para isso. E tem a grande maioria da população a seu lado, como provaram todas as últimas eleições. Agora não deverá ser diferente.

A oposição esperneia. Sem voto, tenta ganhar no grito. Exatamente como ensaiam fazer aqui no Brasil.


http://blogdomello.blogspot.com/search/label/manifesta%C3%A7%C3%B5es Leiam abaixo comentários sobre a reforma constitucional venezuelana retiradas do Site Vermelho, bem esclarescedor;

Pontos centrais da reforma constitucional

O argumento central de Chavez para a reforma constitucional se baseia, na necessidade de “romper nós gordios” que travam as mudanças “e às vezes ameaçam afogar e enforcar nossa Revolução”. Para ele, a Constituição de 1999 – “quando nós apenas chegávamos” – já está superada diante das mudanças levadas a cabo. Chavez caracteriza claramente a reforma constitucional como passo de transição ao socialismo. Diz ele que ela “pode durar muitos anos, resultando num processo de ruptura de geração”, pois “concretizar isto supõe um longo trânsito (...) através de etapas sucessivas, se aproxime mais no alcance e na consolidação (...) socialista”. Essencialmente, são três ordens de mudanças: na superestrutura do Estado, em conquistas sociais e na ordem econômica.

A oposição direitista na Venezuela, bem como a grande mídia internacional tratou de resumir a reforma praticamente a um item: a possibilidade de que o presidente seja reeleito quantas vezes o povo decidir. Contra isso – a possibilidade de continuidade de um projeto político à frente do país, por decisão popular –, abundam fervorosos “democratas”, incluindo recém-convertidos, como os golpistas venezuelanos de abril de 2002. Não dizem, no entanto, que se os ingleses desejarem, Gordon Brown poderá dirigir seu país até 2021 – que, aliás, é até quando Chavez permaneceria à frente do país, desde que reeleito em 2014 (dado que o atual mandato, iniciado este ano, 2007, que venceria em 2013, com a reforma, irá até 2014).

A Grã-Bretanha, a Espanha, a Suécia, a Dinamarca, a Holanda ou Luxemburgo, não limitam as reeleições de seus primeiros-ministros (chefes de governo). Na França republicana, onde o presidente joga papel muito além do protocolar – vide Sarkozy, Chirac ou De Gaulle – tampouco se limita o número de reeleições. Mas a natureza da crítica é outra: trata-se da oposição à permanência à frente da Venezuela de forças revolucionárias e antiimperialistas, com orientação socialista. Diga-se também que, em matéria de democracia, Chavez tem sido aprovado com louvor: desde 1998, foram 11 eleições ou referendos ganhos, consecutivamente.

Na proposta de reforma, há outras importantes propostas no sentido da democratização e da soberania do país, como a reorganização do território e criação de comunas populares. Formaliza-se na Constituição as missiones sociais como forma de organização flexível do Estado e se redefine o caráter das Forças Armadas, que passa a ter um caráter “popular e antiimperialista” e a se denominar “bolivariana” – além de consagrar a criação de uma milícia popular bolivariana, para armar o povo contra o que a direção do país observa como ameaça de agressão externa. No plano social, também há importantes proposições. Uma das mais importantes é a que garante o direito ao trabalho e limita a jornada diária a seis horas e a semanal em até 36 horas, numa importante conquista dos trabalhadores venezuelanos.

No plano da organização econômica, também se vêem importantes definições. A mais expressiva é que avança num novo desenho de formas de propriedade. A reforma estabelece cinco tipos de propriedade: a social, que pertencem “ao povo em seu conjunto”; a coletiva, que pertence a grupos sociais ou mesmo à indivíduos, mas cujo gozo é comum; a mista, entre os setores publico, social, coletivo e privado em diversas combinações; a pública, pertencente ao Estado; e a privada, plenamente legal desde que tenha sido adquirida licitamente.

As expropriações serão feitas com o pagamento de indenizações. Aqui, Chavez argumentou que, após conversas com Fidel, Daniel Ortega e Lukashenko – uma testemunha da época soviética –, chegou à conclusão de que não poderia eliminar a propriedade privada, pois equivaleria a “eliminar de uma tacada propriedades produtivas”.

Outras importantes idéias fazem parte das mudanças econômicas como as que proíbem os monopólios privados e os latifúndios no campo. Também chama a atenção, como medida avançada e contra-hegemônica, a que elimina a autonomia do Banco Central – submetendo-o ao controle do poder popular – e a que consagra o controle pelo presidente da República das reservas internacionais depositadas no Banco Central, “como administrador da fazenda publica nacional”.
http://www.vermelho.org.br/museu/classe/302/internacional.asp


Links relacionados ao texto;


http://www.vermelho.org.br/museu/classe/302/internacional.asp
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http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2007/08/16/ult729u69642.jhtm
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http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL167737-5602,00.html
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http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=30250

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