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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Jornalista apresenta provas da tentativa de intervenção dos EUA na Bolívia


Não é de hoje que diversos governos de esquerda, na América Latina, vem denunciando a interferência do governo norte americano em assuntos internos de seus respectivos países. Isso sempre ocorre com interesses escusos, obtendo a simpatia de lideranças internas e formadores de opiniões desses países, pois comungam com essas mesmas idéias.

Há uma pactuação não declarada dos meios de comunicação dos países onde há estas interferências, sempre camufladas. Um exemplo disso são as notícias veiculadas envolvendo as organizações não governamentaris e agências do Estado americano. Virem e mexem, estão na mídia local denunciando este ou aquele governo, pois estão sempre a serviço do governo americano de plantão. Gozando de certa credibilidade no mundo, aproveitam-se para cunhar posições políticas para desestabilizar ou favorecer politicamente o lado alinhado à Washington. Isso sempre ocorre em momentos agudos do contexto histórico de mudança pelo que passam esses países com governos de esquerda.

As agências do tipo NED (National Endowment for Democracy), Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), RSF (Repóteres Sem Fronteiras), Human Rights Watch e tantas outras, recebem subsídios do governo americano, para se alinharem politicamente com a visão imperial sobre temas internos dos países onde atuam. Se consolidam como referência nas áreas em que atuam, mas nos momentos oportunos se valem do aluguel a que se submetem. Um exemplo emblemático disso é o que o jornalista independente Jeremy Bigwood revelou. No matéria abaixo é possível saber dos detalhes daquilo que há muitos anos se vinham denunciando, mas que só agora foi possível provar.



da Redação ABN

O repórter americano denunciou que, desde o início dos anos 90, o governo de seu país tem visto o outrora dirigente cocalero “como uma ameaça para os planos dos Estados Unidos no hemisfério”

O jornalista estadunidense Jeremy Bigwood apresentou, neste sábado (11), uma série de provas e documentos que demonstram que o governo dos Estados Unidos interveio em diversas ocasiões na Bolívia com clara intenção de desestabilizar ao governo do presidente Evo Morales Ayma.

Através de seu Departamento de Estado, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês) e o Fundo Nacional para a Democracia (NED), o governo estadunidense tentou desestabilizar e tirar Morales do cenário político.

Durante uma coletiva de imprensa, Bigwood apresentou seis documentos obtidos mediante a Lei para a Liberdade de Informação de seu país, que demonstram o intervencionismo de Washington na Bolívia por intermédio da Usaid, NED e do Departamento de Estado.

O jornalista denunciou que desde o início dos anos 90, o governo de seu país tem visto o outrora dirigente cocalero “como uma ameaça para os planos dos Estados Unidos no hemisfério”.

O primeiro documento apresentado é uma carta da embaixada dos Estados Unidos, datada de 25 de novembro de 2001, dirigida ao então presidente da Bolívia, Jorge Quiroga Ramírez, agora líder da principal força opositora Poder Democrático e Social (Podemos). Nesta, o governo dos Estados Unidos assinala que “Quiroga Ramírez não se moveu o suficiente contra Evo Morales”, então dirigente das seis federações do trópico de Cochabamba.

Outro documento mostra somas econômicas que, em 2004, o Fundo Nacional para a Democracia (NED) destinou à Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz (Cainco).

Com esses recursos, de 128 mil dólares, Cainco realizou distintos seminários para, segundo Bigwood, desenvolver uma campanha de defesa da população para conseguir um respaldo social.

“Isto mostra que os fundos dos Estados Unidos estão destinados para afetar diretamente a Bolívia, a sua opinião pública e a sua legislação interna”, afirmou Bigwood.

Mais adiante – continuou – em 2006, o NED e a Usaid promoveram diferentes fóruns sobre o tema da autonomia e descentralização, principalmente em Santa Cruz, departamento em que mais promove a divisão e o separatismo, acompanhados por Beni, Tarija e até a pouco tempo Pando, formando o que se conhece como meia lua.

“Esta é evidência clara de que o governo dos Estados Unidos através de várias de suas entidades – e em especial Usaid – têm e continuam conspirando contra o governo legal da Bolívia”, afirmou Bigwood.

Bigwood é fotógrafo e repórter investigativo. Trabalhou nas publicações Times, Newsweek e News e no Wolrd Report.
A documentação foi obtida com o apoio de oficiais do exército estadunidense “que estão em desacordo com a política do sul do país contra a Bolívia”, afirma Bigwood.


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