Cheguei há pouco da cidade de São Paulo onde participei do II Encontro Nacional da Intersindical com diversos companheiros da entidade sindical onde trabalho.
Pra quem não conhece a Intersindical, ela está se transformando na alternativa ao sindicalismo pelego e oficialilesco que temos percebido ao longo do tempo desde que o presidente Lula chegou ao poder. Um grave erro para classe trabalhadora ver seus representantes deixando de organizar os trabalhadores, com independência, para ir se "ajeitando" em cargos públicos. Ou verf seus pares condizentes com os ataques que o empresariado desfere através de parlamentares comprometidos com eles.
É fato que este governo tem encontrado resistência junto aos meios de comunicação e a elite reacionária, que a controla os meios de comunicação, para implementar suas políticas reformistas. Mas não é por causa disso que o movimento sindical deve deixar de pleitar as aspirações dos trabalhadores. Sabemos que muitos sindicatos têm sobrevivido pela contribuição sindical compulsória (obrigatória). Este mês de março, por exemplo, recebi diversas ligações de companheiros que queriam receber o dinheiro de volta, que foi descontado sem sua autorização. Não sabiam que é obrigatório esta contribuição. Resquício da era Vargas, que atrelou o funcionamento dos sindicatos via comprometimento de sua receita dependente do governo. Parte desta contribuição do Imposto Sindical vai para Federações dos Sindicatos, para o Ministério do Trabalho e o restante para o Sindicato de sua categoria. Na Intersindical, há propostas de abolir esse tipo de contribuição entre seus filiados. Sobreviver apenas com a contribuição voluntária. Conceito que horrorizam a pelegada.
A grande discussão que houve no II Encontro foi se este movimento independente, de sindicatos combativos, deveriam fundar uma outra Central Sindical. Nas discussões que permearam o encontro havia a certeza da necessidade disso, mas a grande divergência era de qual o momento? Após diversas discussões e atitudes quase polêmicas no encontro, apesar de ter encerrado e não terminar com esses dois posicionamentos, seguiu-se com uma parte dos presentes, com a proposta de discutir a criação de uma nova Central Sindical, fazendo as disussões e as amarrações necessárias com outra Central Sindical, ligada ao PSTU. Já outra parte dos presentes com a proposta de ir tentanto contruir a Intersindical pela base. Talvez trazendo até o movimento popular para fazer parte. Algo inovador no Brasil. E com isso conquistando mais força política, trazendo novos movimentos e sindicatos. Não colocando em sua agenda, prioridades que não tenham como objetivo imediato a conquista dos trabalhadores pelo local de trabalho.
Polêmicas a parte, foi um grande encontro e está dando provas à sociedade que, apesar do refluxo da luta dos trabalhadores, há companheiros que ainda resistem ao ataque do capital e daqueles que se associaram a ele, mesmo empunhando bandeiras de luta, que não seguram com tanta convicção.
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