Um colombiano, nascido em Bogotá, fundador da União de Esquerda Revolucionária, líder da ala progressista do Partido Liberal, que pretendia combater os interesses da oligarquia e defender os trabalhadores e a classe média, e cujo assassinato as vésperas de uma eleição à presidência da Colômbia, revoltou o país e provocou uma onda de protestos, conhecida como bogotazo.
A descrição acima é uma parte da biografia de Jorge Eliécer Gaitán que copilei da Netsaber. Mas não é só isso. Biografias há diversas a respeito de Gaitán. Sua trajetória política e seu fim trágico nos traz luz sobre diversas questões que permeiam nosso dia a dia e ao e milhões de pessoas ao redor do mundo.
A morte de Gaitán eclodiu o que chamam de Bogotazo, onde milhares de pessoas foram as ruas revoltadas, protestar pela morte de seu líder. Foram milhares de mortos, centenas de edifícios oficiais que foram depredados, tudo aquilo que representasse o governo conservador da época.
Gaitán como muitos outros políticos comprometidos com os trabalhadores era um estorvo as pretenções dos Estados Unidos e da classe dominante colombiana. Assim como Fidel era em Cuba, Allende no Chile, Jango no Brasil. Por força da evolução de nossa sociedade e pelo aprendizado da história outros líderes populares foram poupados para que algo semelhante não ocorrese em seus respectivos países. Tentam anulá-los de maneira que não tenha tantos efeito s colaterais.
Muitos não sabem, mas este epísódio isolado lá na Colômbia contribuiu para o aparecimento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Quando a democracia é impedida de acontecer, a alternativa nem sempre é a melhor opção. A morte de Gaitán é um aviso aos conspiradores oportunistas que devem pensar muito bem antes de realizar tal ato. O que aconteceria se Evo Morales fosse assassinado antes de ser Presidente? Ou Chavez na Venezuela, Rafael Correa no Equador ou até Lula. Se algum desses fossem assassinados, impedidos de continuar sua trajetória, certamente algo semelhante aconteceria em seus respectivos países.
Há quem diga que este episódio inspirou Fidel Castro, pois o mesmo estava presente na Colômbia durante um evento que aconteceria por lá. Iria se encontrar com o próprio Gaitán mais tarde. Presenciou a turba descontrolada, que certamente se tivesse uma oposição organizada teriam se defendido eficazmete das forças represssoras que assassinaram milhares de pessoas.
Um fato histórico que nos leva a refletir de como as forças conservadoras, ao tomar medidas extremas, perdem o controle daquilo que acreditam ter posse.
As FARC é uma presença constante, inespugnável naquela sociedade e, certamente irritante, mas que não deixa de lembrar-nos de que não conseguirão acabar com o desejo de uma sociedade diferente daquela de submissão e conluio com a elite conservadora e reacionária que a todo momento usa de todos os meios, quando não para permanecer no poder, para impedir o desejo da maioria.
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