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terça-feira, 1 de abril de 2008

O golpe vem a galope


Ontem fiz questão de abordar a situação da Ministra Dilma Rousseff. É um caso emblemático, Na verdade, mais um. Com a possibilidade da Ministra ser a escolhida pelo planalto para substituir o presidente Lula as avalanches de ataques à ela vão se acumulando cada vez mais. Há dois meses atrás, após o governo federal decidir apoiar a CPI dos cartões corporativos, a oposição esperaria o quê do governo? Que ficassem esperando serem agredidos sem se movimentar? É uma insensatez sem tamanho se fizessem isso. Se acham vítimas agora. Só pode ser. O que é uma mentira descomunal. Está claro que durante o governo de FHC os gastos com os cartões eram escandalosos. Era uma festa regada a soberba. Próprio de quem se achava acima do bom senso. E por mais que sejam escandalosos, certamente serão muito pouco pautados pela mídia.

Quem não se lembra do gesto "obsceno" envolvendo o Marco Aurélio Garcia. Alguém na mídia se perguntou o do pq do gesto? Foi uma maneira de estravasar tamanha incoerência na cobertura da imprensa, tentando imputar no governo Lula a culpa do acidente da aeronave da TAM.Quando se descobriu que o problema era mecânico no avião, nada mais justo de se manifestar daquela maneira. Mas preferiram falar "do gesto" e não fizerem uma auto crítica do tipo do tipo de cobertura jornalística dispensado ao episódio do acidente.

O caso do "dossiê", que hoje há rumores de que tenha sido montado por tucanos, oferecido a Veja e posteriormente divulgado como "vazado" pela imprensa de dentro do planalto, segue a mesma linha. Não interessa de onde veio, mas sim quem foi que vazou. As informações sobre o histórico dos cartões na era FHC certamente iriam ser tratados dentro da CPI. Já que eram isso de que iriam tratar. E quem não sabe que nas CPIs vazamento tem "de balde". Ao sabor de quem quer que seja. Conforme os interesses diversos.

A demonstração mais uma vez, inequívoca de tentativa de golpe branco, de nossa mídia reacionária, é que traz riscos a democracia desse país. Enquanto não houver uma política de decentralização dos meios midiáticos, que estão nas mãos de alguns grupos, episódios desse tipo serão corriqueiros. E tão comuns que podemos correr o risco de nos tornarmos insensíveis. Uma pena que o governo Lula não ter estabelecido uma linha de enfrentamento do monopólio dos meios de comunicação. Hoje a sociedade segue vítima dessa situação, talvez não criada por ele, mas com certeza perpetuada.

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