Para ver melhor este vídeo, desligue a estação musical do blog, a direita da página, logo abaixo.
Durante a Feira do Livro em Buenos Aires, jornalista canadense apresenta vídeo sobre a pesquisa que originou seu livro: "Teoria dos choques é uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as idéias radicais do livre-mercado, é no período subseqüente ao de um grande choque".
Do portal de notícias Brasil de Fato.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
A terapia do choque
terça-feira, 29 de abril de 2008
Um pensamento para todos os dias

quinta-feira, 24 de abril de 2008
O Fantástico não é mais o mesmo

Para os brasileiros, Fantástico é um programa de televisão, há décadas no ar, na maior emissora de TV do Brasil (TV Globo). Como se não bastasse isso, é um programa que foi líder de audiência incontestável. Um misto de reportagens investigativas, do cotidiano, curiosidades e até matérias culturais. Acontece que nos últimos tempos o programa tem um clone. Esse é o termo usado por alguns para descrever o programa Domingo Espetacular, da TV Record. Que segue na mesma linha de programação. Pois bem, como comentado aqui, a respeito da guerra entre as duas emissoras, e sobrando para quem estiver na frente (diz-se Roberto Cabrini), no próximo domingo o programa Domingo Espetacular, da TV Record, dará espaço para que o próprio repórter dê o seu lado da história (o fato de sua prisão com a posse de 10 papelotes de cocaína).
O texto de hoje é um convite ao leitor deste blog para que não perca a oportunidade de poder assistir o programa e fazer uma análise de como a mesma situação pode ser tratada de duas maneiras numa reportagem. Sem entrar no mérito se o repórter é culpado ou não.
Caso não esteja acostumado a mudar de canal, aos domingos, quando está assistindo a TV Globo, sugiro mudar um pouco este comportamento e se brindar com uma reportagem que provavelmente irá fundo para tentar descrever o que, até o momento para mim, parece ter sido uma grande armação para cima do jornalista Roberto Cabrini.
Link relacionado ao texto;
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Cabrini, Maguila e armações deste país cheio de hipocrisia, por Rogério Perez
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quarta-feira, 23 de abril de 2008
A criminalização dos movimentos sociais

MÍDIA ATACA OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Segue com todo o gás o movimento
da mídia para a desqualificação do MST e defesa da Vale. Ontem, no Jornal da
Band, o apresentador perguntou: “alguém acredita que o MST quer a reforma
agrária”? O movimento vem realizando uma série de manifestações e ocupações com
o objetivo de pressionar o governo a acelerar a reforma agrária.
Na Globo News, o programa Fatos e Versões, conduzido pela insípida Cristiana Lobo,
recebeu os jornalistas Valdo Cruz da Folha e Diana Fernandes, de O Globo. Viva a
diversidade de opiniões! Na pauta, a paralisação da ferrovia de Carajás, de
propriedade da Vale. Os dois jornalistas, Cruz com mais veemência, se dedicaram
a defender os interesses da Vale, como se públicos eles fossem. Seguidora do
mesmo pacote ideológico, Fernandes preferiu atacar a governadora do Pará, Ana
Julia Carepa, do PT. Afinal, ela não mandou a PM bater nos
manifestantes.
Em nota, a direção nacional do MST afirma
que “a obstrução dos trilhos da Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas
(PA), na manhã desta quinta-feira (17/4), foi realizada pelo MTM (Movimento dos
Trabalhadores na Mineração), que faz uma série de protestos para denunciar a
exploração da empresa mineradora Vale e exigir a retomada de parte da área”. (...)
Já a Vale, através da assessoria de imprensa afirma que
“não vai se calar diante das ameaças do MST ou da falta de responsabilidade de
governantes, em especial no Estado do Pará, que se omitem diante de um crime há
muito anunciado e que, por incompetência ou por conivência, estão assistindo a
esta maré de crimes que nos últimos dias vem aterrorizando o Brasil”. (...)
A Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo, gera
milhares de empregos, paga milhões em impostos, etc. Mas, isso não coloca a
multinacional brasileira acima do bem e do mal. Se há queixas dos trabalhadores
na mineração em relação à Vale, deveria haver espaço na mídia para suas
opiniões. Especialmente, nas rádios e TVs, concessões públicas que deveriam
defender os interesses coletivos e garantir a pluralidade de opiniões.
É importante destacar que, na foto acima, disponível na sala de imprensa da Vale, nota-se que os manifestantes vestem camisetas e empunham bandeiras apenas do MTM (Movimento dos Trabalhadores na Mineração).
MÍDIA ATACA OS MOVIMENTOS SOCIAIS
terça-feira, 22 de abril de 2008
Meme?!?!?!?!!?

1º Globo
2° Política Brasileira
3º Bush
4º Israel em relação à Palestina (o blog não é anti-semita)
5º Criador do primeiro meme
Ler e entender o que nos rodeia, o que talvez possa nos devorar

segunda-feira, 21 de abril de 2008
O Resultado

Como havíamos previsto, Fernando Lugo vence as eleições no Paraguai. Virando uma página na história daquele país e fazendo com que o partido Colorado transfira o poder para um membro de outro partido como isso não era feito há mais de 60 anos.
Lugo agora se reúne ao seleto grupo de presidentes de centro esquerda que administram os principais países da América Latina, com exceção do Perú, Colômbia e México. A eleição desses presidentes tem ocorrido depois dos fracassos dos diversos governos alinhados com o neoliberalismo, que não respondeu as demandas de transformações que viabilizassem a inserção econômica de milhões de pessoas e que contemplassem os interesses da maioria.
Acompanhem mais sobre o pleito e a vitória nos links abaixo;
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PARAGUAI: VITÓRIA ESMAGADORA DO EX-BISPO FERNANDO LUGO LEVA MILHARES A CELEBRAR EM ASSUNÇÃO
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Ex-bispo Fernando Lugo vence as aleições no Paraguai e põe fim a 61 anos de domínio colorado-
O Paraguai não pode ser uma ilha entre as outras nações (entrevista com Fernando Lugo)
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sábado, 19 de abril de 2008
Briga pela audiência

Que os sindicatos de jornalistas do Rio e de São Paulo não têm poder algum,
é fácil comprovar. Bastar assistir ao descalabro que é diariamente publicado
pelos principais veículos para verificar que as Organizações Globo, a Folha, o
Estadão e a Abril não estão nem aí para eles. Agridem os parâmetros mínimos da
profissão, permitem seu aviltamento (com excesso de horas de trabalho, de
atribuições etc) e ainda o xingamento, a ofensa, o achincalhe de colegas por
outros – como acontece na Veja.
Segundo o Azenha, antes da negociação salarial, representantes dos
jornalistas vão até os patrões para saber o que eles pretendem, e levam depois
essa posição para a classe.
Ninguém se insurge nas redações. Só abrem a boca
quando perdem o emprego, como o fez Rodrigo Vianna, ao ser demitido da Globo.
Soltou o verbo e afirmou
que as matérias sobre Serra e o PSDB nas eleições de 2006 eram dirigidas da ilha
por Ali Kamel.
Ontem, tivemos a prova de mais uma manifestação do desrespeito à
classe. Roberto Cabrini foi flagrado com papelotes de cocaína em São Paulo. A
notícia foi para a cabeça da primeira página dos principais jornais impressos
das Organizações Globo, os mais vendidos, Extra e Diário de São Paulo.
Cabrini estaria ali se ainda fosse repórter da Globo? Claro que não.
Foi exposto porque agora está na Record, e a Record está dando uma coça na Globo
em São Paulo, quase que diariamente, em vários horários.
Há pouco tempo, o jornal Extra (acho que apenas na internet, não tenho
certeza) publicou uma matéria que mostrava o diretor
do BBB, Boninho, afirmando que atirava ovos nas “vagabundas” (prostitutas),
para se divertir, quando estava em São Paulo.
A Rede Globo de TV se insurgiu contra o Extra e proibiu que seus
contratados falassem com o jornal, até que tudo se esclarecesse – ou seja, até
que o Extra se comprometesse a nunca mais fazer esse tipo de coisa com uma
estrela da TV Globo.
Mas da Record pode. Ou deve. Sob o silêncio cúmplice de seus colegas de
profissão, que apenas dizem defender seus empregos. No que eu acredito. Mas, que
tal na próxima eleição do sindicato lutar para eleger nomes representativos, que
peitem as emissoras?
Dizer que são grupos poderosos, é bobagem. GM, Ford, Volkswagen, Fiat,
Mercedes, também o são, e tiveram que negociar olho no olho com um sindicato
forte, que teve à frente um certo Luís Inácio, conhecido como Lula, que hoje é
presidente do Brasil.
Jornalistas, antes de dormir, adotem como mantra uma citação de
Torquato Neto, que dizia:
Levem um homem e um boi ao matadouro. O que berrar
primeiro é o homem. Ainda que seja o boi.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Ainda sobre Fernando Lugo e as eleições no Paraguai
Para ver melhor este vídeo, desligue a estação musical do blog, a direita da página, logo abaixo.
É neste final de semana as eleições paraguaias.
Não poderia deixar de colocar aqui um vídeo da campanha de Fernando Lugo, apesar de muitos detestarem propaganda política. Ainda mais estrangeira. Mas o mais importante disso, é que este vídeo conta a história de Fernando Lugo, com muitos detalhes.
Você deve estar pensando, por quê logo de Lugo? Além de ter minha simpatia, parece ser o provável presidente do Paraguai segundo as últimas pesquisas.
Talves seja bem provável que após as eleições, se confirmar o resultado que esperamos, os colunistas da grande imprensa brasileira estarão dando suas previsões nada otimistas do mandato do possível presidente do Paraguai Fernando Lugo. É ver pra crer, para aqueles que ainda acreditam na isenção política dos grandes meios de comunicação.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
O que está em jogo nas eleições do Paraguai

O que está em jogo nas eleições do Paraguai neste fim de semana?
quarta-feira, 16 de abril de 2008
FMI; O doutor prova o próprio remédio

O Fundo Monetário Internacional se encontra numa grase crise financeira. A ponto de ter déficits de centenas de milhões de dólares.
Se alguém lembrar quantas vezes ouvíamos falar dessa dívida com o FMI, não se acanhem, diga no espaço "comentários" aqui do Pimentus. O fato é que tanto a África como os argentinos simplesmente foram ao fundo do poço com as idéias "iluminadas" do economistas do Fundo em tempos não muito distante de neoliberalismos. Dê uns tempos pra cá esses países, periféricos, como descrevem alguns jornalistas, não estão mais solicitando empréstimos ao FMI, que era sua principal fonte de receita. Dos mais de 2.500 funcionários, quase 400 terão de ser demitidos. É uma receita que estão provando agora e que muitas vezes foi enfiada goela abaixo dos paises endividados, já que eram obrigados a se submeter as orientações do Fundo. Tudo isso para conseguir os empréstimos necessários para tentar sair de suas crises.
Quem disse que provando do próprio remédio o doutor aprenda a receitar coisa muito melhor?Links relacionados ao texto;
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Site oficial do Fundo
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O quê é o Fundo Monetário Internacional
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terça-feira, 15 de abril de 2008
Carlos Latuff é sinônimo de Arte Engajada






segunda-feira, 14 de abril de 2008
Construindo e fortalecendo a Intersindical

sexta-feira, 11 de abril de 2008
O Assassinato de Gaitán. Vídeo do canal por assinatura History Channel
Para ver melhor este vídeo, desligue a estação musical do blog, a direita da página, logo abaixo.
O vídeo acima é parte do documentário que conta a história trágica do assasinato de Jorge Eliécer Gaitán, que marcou a vida política da Colômbia e que até hoje influencia seus dias.
O caso Gaitán, o início das FARC

quinta-feira, 10 de abril de 2008
Boris Casoy, outra tranqueira da direitalha a nos desinformar

Pois é, já não chega a leva de colunistas e apresentadores de programas de tv a serviço da direção das emissoras, falando só aquilo que nossa elite reacionária pensa, temos de volta a figura política e também menos profissional de Boris Casoy. Ele acaba de assinar contrato com o grupo Bandeirantes de Comunicação na qual irá apresentar programas na TV e nas emissoras de rádio do grupo.
Para alguns sua história se funde com a do jornalismo contemporâneo. Foi ele que fez a mediação do histórico debate entre Lula e Collor. Instituiu na TV brasileira a mistura do apresentador com a do comentarista. O famoso âncora. Também conhecido pelo famoso bordão "Isto é uma vergonha", Boris parecia refletir o desejo de milhões de brasileiros indignados com a corrupção neste país. Disfarçadamente apresentava notícias de maneira isenta, mas não deixava de opinar negativamente pelos seus desafetos políticos. Juntava tudo num mesmo saco e deixava pronto para o telespectador deglutir. Matérias parciais eram comuns, quase sempre difíceis de perceber devido ao coro que as outras emissoras fazem juntas quando o assunto é política.
Há quem diga que sua demissão da TV Record foi por pressão do ex-deputado, cassado, José Dirceu. Mas seu último contrato em parceria com a CNT também terminou de maneira obscura.
Sendo muito bem remunerado e com autonomia, para poder selecionar as notícias que apresenta, faz um jogo de cartas marcadas entre a direção da emissora e ele próprio. Duvido que se fosse realmente independente teria o espaço que tem. Como não passa de um ventrículo de uma elite reacionária e preconceituosa, que atualmente esperneia por ver tanta gente conseguindo subir na vida, vai ter seu espaço garantido na telinha da tv e, diga-se de passagem, vai ser muito bem remunerado. Acho que para quem ele representa deve ser um horror ver tanto pobre subir em avião para visitar seus familiares. Ter tanta "gentalha" com motos e carros "atrapalhando" o trânsito de nossas cidades. E a violência então?! A corrupção?!!!
Isto é uma vergonha!
É so colocar link nestas histórias com algo que desabone o atual governo. Não percam por esperar; a serviço de nossa elite, mais um programa de tv formatado para lhes servir.
A democracia perde com isso.
Linsk relacionados ao texto
Quando a imprensa não admite ser contestada
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Demitido por pressão
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A volta
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Pra se divertir;
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Preste bem atenção nesta foto

domingo, 6 de abril de 2008
Brasil de Fato; 5 anos de intensa luta

Não posso cometer uma injustiça como a de não falar da iniciativa do MST e Via Campesina, que criou e produz o Jornal Brasil de Fato.
Há cinco anos os companheiros da Agência de notícias Brasil de Fato matam um leão todos os dias para garantir um material jornalístico de ótima qualidade e, ainda por cima, abordando assuntos que outras publicações não abordam. Que quando fazem isso, carregam na tinta de seus interesses escusos.
Já falei aqui no Pimentus das publicações Carta Capital, Revista Forum, Revista do Brasil e Le Monde Diplomatique. Que têm se apresentados como alternativa ao jornalismo esgoto, em contraposição à algumas publicações brasileiras.
Igualmente a Revista Forum, Brasil de Fato surgiu depois de intensas discussões a respeito da democratização dos meios de comunicações no Brasil. Esse fato ocorreu no Forum Social Mundial em 2003. De lá pra cá, apesar da dificuldade, a turma do Jornal Brasil de Fato não deixam a peteca cair.
Visitem o seu site e caso ache interessante contribua fazendo sua assinatura. A democracia agradade.
Links relacionados ao texto;
Quem faz o Jornal Brasil de Fato
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sábado, 5 de abril de 2008
Minha vida ponho pra rodar
O vídeo é um comercial institucional da Sundown Motos. Devo estar pegando a minha STX 200 brevemente, vamos ver. Para assistir o vídeo com qualidade, melhor com banda larga. Antes, porém, desligue a estação musical do blog. Para não atrapalhar o vídeo.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Mais censura na internet

Ontem, o blog “naperiferiadoimperio” publicou uma peocupante notícia para todos nós usuários da internet. Transcrevo:
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Eduardo Galeano; O oitavo mandamento do capitalismo

Reproduzo abaixo um texto muito interessante do escritor uruguaio Eduardo Galeano. Reflete basicamente a ingenuidade de muitas pessoas que ainda acreditam nas "boas intenções" do capitalismo, capitaneado pelo Estados Unidos, com suas intervenções militares e políticas frente a soberania de diversos países. Tudo para garantir seus interesses, políticos e econômicos. E sempre com apoio doméstico das mídias dos países pobres e em desenvolvimento.
Por EDUARDO GALEANO
Oitavo mandamento: Mentirás
A grande mídia, até um tempo atrás, dizia que a pobreza estava batendo em retirada no mundo. Agora, os burocratas mais bem pagos do mundo estão confessando que estavam mal informados. Também ficamos sabeno, agora, que os países pobres são bem mais pobres do que os números diziam.
Eduardo Galeano - Página 12
Uma mentira.
Até um tempinho atrás, a grande mídia nos presenteava, a cada dia, números alegres sobre a luta internacional contra a pobreza. A pobreza estava batendo em retirada, apesar de que os pobres, mal informados, não tomavam conhecimento da boa notícia. Os burocratas mais bem pagos do planeta estão confessando, agora, que os mal informados eram eles.
O Banco Mundial deu a conhecer a atualização do seu International Comparison Program. Do trabalho participaram, junto com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, as Nações Unidas, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e outras instituições filantrópicas.
Nele os especialistas corrigem alguns errinhos dos relatórios anteriores.
Entre outras coisas, ficamos sabendo agora de que os pobres mais pobres do mundo, os chamados “indigentes”, somam quinhentos milhões a mais do que aparecia nas estatísticas.
Além disso, percebemos de repente que os países pobres são bem mais pobres do que os numerinhos diziam, e que sua desgraça piorou enquanto o Banco Mundial estava vendendo-lhes a pílula da felicidade do mercado livre.
E se todo isso ainda fosse pouco, agora ficamos sabendo que a desigualdade universal entre pobres e ricos tinha sido mal medida, e em escala planetária o abismo é ainda mais fundo que o do Brasil, país injusto por excelência.
Outra mentira.
Ao mesmo tempo, um ex-vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, em um trabalho conjunto com Linda Bilmes, investigou os custos da guerra do Iraque.
O presidente George W. Bush tinha anunciado que a guerra poderia custar, no máximo, 50 bilhões de dólares, que a primeira vista não parecia caro demais, tratando-se da conquista de um país tão rico em petróleo. Eram números redondos ou, melhor dizendo, quadrados. A carnificina do Iraque já dura mais de cinco anos, e neste período os Estados Unidos já gastaram um trilhão de dólares matando civis inocentes. Caindo das nuvens, as bombas matam sem saber a quem. Embaixo da mortalha de fumaça, os mortos morrem sem saber por quê. Aquele cálculo de Bush basta para financiar somente um trimestre de crimes e discursos. O número mentia, a serviço desta guerra, nascida de uma mentira e que mentindo continua.
E mais uma mentira.
Quando todo o mundo já sabia que no Iraque não existiam outras armas de destruição massiva que as usadas por seus invasores, a guerra continuou, apesar de já ter esquecido seus pretextos.
Então, em 14 de dezembro do ano 2005, os jornalistas perguntaram quantos iraquianos tinham morrido nos dois primeiros anos da guerra.
E o presidente Bush falou desse tema pela primeira vez.
Respondeu:– Uns trinta mil, mais ou menos.
E a seguir fez uma piada, confirmando seu sempre oportuno senso de humor; e os jornalistas riram.
No ano seguinte, reiterou esse número.
Não esclareceu que os trinta mil referiam-se aos civis iraquianos cuja morte tinha aparecido nos jornais. O número real era muito maior, como ele bem sabia, porque a maioria das mortes não é publicada; e bem sabia, também, que entre as vítimas havia muitos velhos e crianças.
Essa foi a única informação proporcionada pelo governo dos Estados Unidos sobre a prática de tiro ao alvo contra os civis iraquianos. O país invasor só contabiliza, em uma conta detalhada, seus soldados caídos. Os demais são inimigos, ou danos colaterais, que não merecem ser contados. E, de qualquer jeito, contá-los poderia ser perigoso: essa montanha de cadáveres poderia causar má impressão.
E uma verdade.
Bush estava vivendo seus primeiros tempos na presidência quando, no dia 27 de julho do ano 2001, perguntou aos seus compatriotas:
– Vocês podem imaginar um país que não fosse capaz de cultivar alimentos suficientes para alimentar sua população? Seria uma nação exposta às pressões internacionais. Seria uma nação vulnerável. E por isso, quando falamos da agricultura americana, na verdade falamos de uma questão de segurança nacional.
Dessa vez, o presidente não mentiu. Ele estava defendendo os fabulosos subsídios que protegem o meio rural do seu país. “Agricultura americana” significava, e significa ainda, nada mais do que “Agricultura dos Estados Unidos”.
Contudo, é o México, outro país americano, que melhor ilustra seus acertados conceitos. Desde que assinou o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o México não cultiva alimentos suficientes para as necessidades da sua população; assim, é uma nação exposta às pressões internacionais e é uma nação vulnerável, cuja segurança nacional corre grave perigo:
- Atualmente, o México compra dos Estados Unidos 10 bilhões de dólares em alimentos que poderia produzir;
- Os subsídios protecionistas tornam impossível a concorrência;
- Ao passo que vamos, daqui a pouco as tortillas mexicanas só continuarão sendo mexicanas pelas bocas que as comem, mas não pelo milho de que são feitas, importado, subsidiado e transgênico;
- O tratado prometeu prosperidade comercial, mas a carne humana, camponeses falidos que migram, é o principal produto mexicano de exportação.
Há países que sabem se defender. São poucos. Por isso são ricos. Há outros países treinados para trabalhar pela própria perdição. São quase todos os outros.
Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14900
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terça-feira, 1 de abril de 2008
O golpe vem a galope
